Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Luiz Meira entra na Roda Viva de Chico Buarque



Com participação de três intérpretes  catarinenses: Ju Passos, Camélia Martins e Cadu Duarte, o cantor e violonista  Luiz Meira e banda fizeram uma homenagem à vasta obra de Chico Buarque, rica em sentimentos, crítica social e denúncias.

             Texto Duda Hamilton

Acompanhada de don Pablo e com a alma lavada pelos 4 x 1 no STF, no dia 11 de setembro, assisti "Cotidiano - Chico Buarque por Luiz Meira e convidados", na última sexta-feira, dia 12, no CIC, confirmando como é corajoso “esse quiridu narigudo do Meirinha". Com sua batida única de mão direita, abraçou o violão e soltou O que será, que será, logo de início, sem tremer. Não foi fácil escolher o repertório, mas foi certeiro em alguns arranjos, como em Meu Guri, com o astral cênico e a potente voz de Ju Passos, e a guitarra do "vovozinho rock and roll Meirinha".

Generoso com seus parceiros, o experiente instrumentista juntou uma banda de talentosos "pratas da casa”: Caio Muniz, no piano, teclado e arranjos; Alexandre Vicente, no contrabaixo; Neno Moura, na bateria; na percussão Rodrigo Campos e no saxofone e flauta Johnny Brion. Não contente, Luiz Meira chamou para dividir o palco e cantar a obra de Chico, a Camélia Martins, a Ju Passos e o Cadu Duarte, além da violinista Iva Giracca. Todos atuando na cena cultural catarinense.

Primeira convidada a subir ao palco, Camélia Martins soltou a voz em Sob Medida e mostrou que é boa no samba e na interpretação em Pelas Tabelas : Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela /  Eu achei que era ela puxando um cordão / Oito horas e danço de blusa amarela / Minha cabeça talvez faça as pazes assim

 Ju Passos entrou  impactando em Meu Guri, ponto alto do show, e na sequência interpretou a forte Partido Alto - Deus Dará - Diz que deu, diz que dá / Diz que Deus dará / E se Deus não dá, ó nêga / Como é que vai ficar, ó nega?/ Deus dará, Deus dará.  A letra de 1972, em plena ditadura militar, critica a passividade diante da injustiça social e usa ironia e irreverência para retratar a desigualdade do Brasil. Uma canção com a marca Chico Buarque, o político. 

O cantor Cadu Duarte chamou a força de Cauby Peixoto e entoou Bastidores  - Chorei, chorei / Até ficar com dó de mim / E me tranquei no camarim / Tomei o calmante, o excitante e um bocado de gim. E junto com Meira, a excelente violinista Iva Giracca e o público interpretaram Gente Humilde, única parceria de Chico com Vinicius de Moraes. Teve também o clássico João e Maria, graciosamente tocado por Giracca. 

Quem ganhou foi o público, a maioria de cabeça branca, que entrou numa viagem pelo universo genial das composições de Chico Buarque, cantando e se emocionando com Rita; Com Açúcar, com Afeto, música que mais marcou a juventude do cantor e compositor catarinense. Em Trocando em Miúdos, Meira improvisou um solo só para mostrar que está cada vez mais em forma na música instrumental, seu habitat natural.

Para lembrar do tempo de voz e violão, acompanhando Gal Costa, fez uma homenagem com a forte Folhetim - Se acaso me quiseres / Sou dessas mulheres / que só dizem sim / Por uma coisa à toa, uma noitada boa / Um cinema, um botequim.

A inconfundível batida de Meira, seja na guitarra vermelha ou no violão, encantaram a noite também com Cotidiano e a intimista Futuros Amantes, música que colocou no repertório uma semana antes do show, difícil de executar: Não se afobe, não/ Que nada é pra já /O amor não tem pressa / Ele pode esperar em silêncio.

Para fechar o espetáculo em homenagem aos 80 anos de Chico Buarque, todos no palco com a canção Roda Viva, de 1968, ano do Ato Institucional  5, período de maior repressão e insitucionalização da tortura e desaparecimentos.  A gente quer ter voz ativa / No nosso destino mandar / Mas eis que chega a roda-viva / E carrega o destino pra lá. 

Foi de arrepiar e só faltou para fazer uma homenagem perfeita ao compositor e ativista político Chico Buarque, uma palavra de Luiz Meira enaltecendo a Democracia e a Soberania do Brasil. Afinal, pela primeira vez um ex-presidente da República e militares são condenados à prisão. Faltou o grito final #SEMANISTIAPARAGOLPISTAS. Chico é um genial compositor e cidadão! Meira fez uma homenagem à altura, mas não entrou na política.


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Floripa Instrumental o festival "másx quiridu" da cidade


De 16 a 18 de novembro Floripa Instrumental 
                  na praça do Ribeirão da Ilha

Festival reúne dezenas de músicos, entre eles Yamandu Costa, Pedro Martins, Arismar do Espírito Santo, Eduardo Neves, Critovão Bastos, Toicinho, Banda da Lapa.

 
Pipoquinha e Pedrinho Martins abrem o Floripa Instrumental 2018 na sexta, dia 16 de novembro, às 21hs. Foto Divulgação

O sobe e desce de músicos do palco, a cumplicidade entre eles, a sintonia com o público e a comunidade desse cenário que é o Ribeirão da Ilha fazem do Floripa Instrumental um “dósx másx quiridux” festivais do Brasil. Na edição 2018 talentos como Yamandu Costa, Arismar do Espírito Santo, Pedro Martins, Cristovão Bastos, Michael Pipoquinha, Alegre Correa, Toicinho, a centenária Banda da Lapa e Rogério Caetano ocupam a praça durante três dias – 16, 17 e 18 de novembro.


Abre a nona edição do festival o jovem duo Michael Pipoquinha (baixo) e Pedro Martins (guitarra), na sexta, dia 16, a partir das 21 horas. Na música muitas vezes a química é rápida e intensa. É um pouco desse show que Pipoquinha e Pedrinho trazem para o Floripa Instrumental, tendo no repertório clássicos como Lamento Sertanejo, Disparada e Segredo, além de composições próprias. “Vamos percorrer as músicas com a sonoridade dos nossos instrumentos e com nossa cumplicidade musical”, diz Pedro Martins. Depois é a vez de Gandhi Martinez Quinteto - Gandhi Martinez (piano), Matheus Moresco (vibrafone), Sebastián Carvalho (sax), Guilherme Ledoux (bateria) e Juampi Carraza (contrabaixo), uma conversa entre o choro e o jazz, mas com boas pitadas de freco, samba e, claro, bossa. O quinteto lança, no final mês, seu CD BRasilComZZê. O duo -  multiinstrumentista Arismar do Espírto Santo e Alessandro “Bebe”Kramer (acordeon) – mostra seu talento e sua veia para a improvisação a partir das 23horas..

Yamandu Costa em foto de Pablo Corti
No sábado, 17, às 21 horas, Rogério Caetano (violão sete cordas) convida Cristovão Bastos (piano) e Eduardo Neves (sax) para uma boa navegada pela música brasileira, com homenagens ao centenário de um dos grandes do choro, Dino7cordas. “Vamos apresentar muito choro, frevo, bossa nova e uma pitada de jazz,” diz o instrumentista Rogerinho. Prata da casa, o trio Toicinho, Alegre Correa e Guinha Ramires se apresenta às 22h, seguidos do trio de Cassio Moura.

No domingo o Floripa Instrumental inicia mais cedo, às 15horas, mostrando um dos seus tesouros, a sua tradição preservada: o boi de mamão do Ribeirão da Ilha. Logo depois é a vez da centenária Banda da Lapa fazer sua apresentação na praça de Nossa Senhora da Lapa. O encerramento, às 17horas, fica por conta do violonista Yamandu Costa, um dos embaixadores do Floripa Instrumental.

“Nesta edição reunimos instrumentistas de diferentes gerações que tem uma coerência musical, Pipoquinha e Cristovão Bastos, por exemplo”, diz o produtor Antonio Carlos Floriano. “O público não pode faltar, pois muitas surpresas estão reservadas por os palcos do festival”. Esse é um dos poucos eventos fora do centro urbano de Florianópolis, com cenário arquitetônico histórico e som único.

Ribeirão da Ilha, foto Duda Hamilton
Sem o patrocínio e apoio do Floripa Airport, ENGIE, governos federal, estadual e municipal e restaurante Ostradamus não haveria música gratuita e ao livre com músicos de reconhecimento internacional e nacional.

Cristovão Bastos em foto de Bia Bolemann

Rogério Caetano e seu 7 cordas foto Divulgação


Nesses quase dez anos subiram ao palco do Ribeirão da Ilha sob as bênçãos sonoras de Nossa Senhora da Lapa, Naná Vasconcelos, Arthur Bonilla, Arismar do Espírito Santo, Toninho Horta, Yamandu Costa, Borghetinho, Hamilton de Holanda, o novato Nonato Lima, Robertinho Silva. “Somos um dos mais importantes festivais de música instrumental do Brasil e estamos no calendário cultural da cidade”, finaliza Floriano.

PATROCÍNIO 
- Floripa Airport via Lei Municipal de Incentivo a Cultura, prefeitura de Florianópolis, fundação Franklin Cascaes
- Engie, Ministério da Cultura, Governo Federal
Fundação Catarinense de Cultura, governo do estado de Santa Catarina



Apoio
Rádio Itapema Fm
Restaurante Ostradamus

Realização
Freguesia Cultural e Criativa
Ação Social e Cultural Nossa Senhora da Lapa

Assessoria de Imprensa
Dfato Comunicação/Duda Hamilton (48) 99962.1257


SERVIÇO
O que: Floripa Instrumental
Quando: 16, 17 e 18 de novembro
Onde: Ribeirão da Ilha, na praça da Freguesia, Florianópolis
Horário: sexta e sábado às 21horas, domingo a partir das 15horas
Valor: Gratuito
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domingo, 22 de julho de 2018

Encontro Binacional de Escritores dia 2 de agosto em Sant’Ana do Livramento


Encontro Binacional de Escritores
dia 2 de agosto em Sant’Ana do Livramento

A partir das 18horas os dois escritores – Tabajara Ruas e Rafael Courtoisie – se encontram no Salão Branco da Casa de Cultura Ivo Caggiani, em Sant’Ana do Livramento para falar sobre suas obras e debater temas abordados em seus livros, que estarão à venda. Organizado pela Academia Santanense de Letras e Dfato Comunicação, com apoio da Secretaria de Educação e Secretaria de Cultura, o Encontro tem como meta debater, ampliar e entrelaçar a cultura dos dois países – Brasil e Uruguai. Aberto ao público, o encontro continua às 20horas na Universidade da República, na cidade vizinha de Rivera.



No dia 3, a partir das 15h30, Tabajara Ruas exibe seu último filme  Senhores da Guerra, premiado em Gramado, na Estação Cultura, antiga Estação Férrea. Após, um debate e bate -papo sobre cinema, roteiros, produção e muita história, entre outros temas, com a participação do cineasta, da produtora Ligia Walper e dos historiadores Eduardo Palermo, Vera Albornoz e Lucia Silva e Silva.


 “Queremos ampliar o conhecimento de nossos professores, alunos e público, como historiadores, atores, estudantes de cinema, letras, geografia, ao trocar experiências sobre história com um escritor como Tabajara Ruas, que trabalha com a temática do nossa região”, explica a secretária de Educação, professora Maria Regina Prado Alves. “No Encontro, inclusive, teremos dupla visão sobre as diversas guerras que ocorreram aqui, já que vamos contar como olhar do professor uruguaio Palermo, além de um bom debate”, complementa a secretaria Maria Regina.







TABAJARA RUAS nasceu em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Cursou arquitetura na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e na Academia de Artes da Dinamarca. Dez anos de sua vida, de 1971 até 1981, foram passados no exílio, entre o Uruguai, Chile, Argentina, Dinamarca, São Tomé e Príncipe e em Portugal.

Escritor e cineasta, dirigiu quatro longas-metragens, todos premiados: Netto perde sua Alma; Brizola tempos de luta; Netto e o domador de cavalos; OS SENHORES DA GUERRA. Escreveu 12 roteiros de longas, além de diversos curtas. Adaptou O Tempo e o Vento para filme e minissérie na TV Globo  e foi consultor da série A Casa das Sete Mulheres.
Tabajara tem nove romances publicados no Brasil e traduzidos em 11 países: A Região Submersa, O Amor de Pedro por João; Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez; Os Varões Assinalados; o Fascínio; Netto perde sua Alma; o Detetive Sentimental; Minuano e Gumercindo.  Também publicou três ensaios: A Cabeça de Gumercindo Saraiva; Mario e O Melhor de Mario, dois volumes da trilogia juvenil Diogo e Diana: Meu Vizinho tem um rottweiller e jura que ele é manso e A Trilha da Lua Cheia; duas coletâneas de CRÔNICAS e o roteiro Netto e o Domador de Cavalos.
Pesquisa realizada pela Editora da UFRGS com 40 críticos e intelectuais (publicada pelo jornal Zero Hora) escolheu Tabajara Ruas como um dos dez maiores romancistas do Estado.

RAFAEL COURTOISIE é poeta, narrador e ensaísta. Nasceu em Montevideo, Uruguai e hoje é membro da Academia Nacional de Letras e membro correspondente da Real Academia Espanhola. Foi professor de Literatura Ibero-americana e de Teoria Literária, tendo sido também professor convidado nos Estados Unidos, Inglaterra e Colômbia. É autor de numerosos trabalhos críticos e de investigação sobre a literatura latino-americana e europeia. Traduziu autores como Emily Dickinson, Sylvia Plath, Mario Luzi ou Valerio Magrelli, e viu as suas obras traduzidas para francês, inglês, uzbeque, bósnio, português e turco. A sua vasta obra foi distinguida com o Prémio Fundación Loewe de Poesia (Espanha), o Prémio Plural (México), o Prémio de Poesia do Ministério da Cultura do Uruguay, e o Prémio Internacional Jaime Sabines (México).
Entre seus contos estão: El Mar Interior (Uruguay, 1990)El Mar de la Tranquilidad (Uruguay, 1995), Cadáveres Exquisitos (Uruguay, 1995), Sabores del país (Uruguay, 2006) e Vida y Milagros (Uruguay, 2006). Também escreve novelas, entre elas Vida de perro (Uruguay, 1997), Caras Extrañas (España, 2001) e Santo Remedio (España, 2006). Na poesia, Contrabando de Auroras (Uruguay, 1977), Tiro de Gracia (Uruguay, 1981), Cambio de Estado (Uruguay, 1990), Textura (México 1992, Montevideo 1994), Poetry is Crime (Canadá, 1994) Las jaulas de la paciencia (Colombia, 1995), Poesie (Italia, 1996), Umbría (Venezuela, 1999), Fronteras de Umbría (Uruguay, 2002), Todo es poco (España, 2004), Santa poesía (Montevideo, 2012) e Ordalía (España, 2016).

Organização e Apoio
Prefeitura Municipal - secretarias de Educação e Cultura
Academia Santanense de Letras
Dfato Comunicação.