Floripa Instrumental: improvisos, temas conhecidos e jam sessions
marcam o primeiro dia
Fábio Peron, Thiago e Silvia na abertura do Floripa Instrumental, fotos Guilherme Zanini |
por Guilherme Zanini
O lindo
fim de tarde da sexta-feira (13) serviu de prenúncio para o pontapé inicial do
Floripa Instrumental. Pelo menos 400 pessoas foram até a Freguesia do Ribeirão
da Ilha e puderam assistir apresentações de primeirssima linha. Logo na
abertura, o show ‘Alma de Músico’ reuniu Thiago Espírito Santo (baixo), sua mãe
Silvia Goes (piano) e Fabio Peron (bandolim). O resultado foi uma apresentação
que emocionou a plateia por quase duas horas. No repertório, figuraram
composições próprias, dentre elas ‘Conflito de Gerações’, de Silvia, um dos
destaques da noite, que arrancou aplausos entusiasmados do público. No show, houve
um equilíbrio entre as músicas executadas e os improvisos. Não houve excessos,
algo que só ocorre com instrumentistas maduros. Os solos de Thiago no baixo
demonstraram ao público de Florianópolis o porquê de ele ser um dos principais
nomes do instrumento na atualidade. Seu domínio musical o credencia como um dos
principais baixistas do mundo. Peron tira melodias e levadas empolgantes de seu
bandolim de 10 cordas e a destreza de Silvia no piano arrancou aplausos
diversas vezes.
No repertório do trio, também foram
incluídos clássicos da música brasileira, tais quais ‘Carinhoso’, de
Pixinguinha; e ‘De Volta Pro Meu Aconchego’, de Dominguinhos, ambas cantadas do
início ao fim pela plateia. No bis, veio o ápice, com a tradicional ‘Tico-Tico
no Fubá’.
Pedro Martins e Felipe Coelho: troca de informações musicais abençoados pela Nossa Senhora da Lapa foto Duda Hamilton |
Logo após, foi a vez do show ‘Hora
Certa’ , que contou com Felipe Coelho (violão), Tie Pereira (baixo) e Richard
Montano (bateria). Residentes em Florianópolis, os três destilaram jazz, música
brasileira e um quê flamenco. Considerado um dos grandes músicos da Ilha,
Coelho fez jus à fama que tem conquistado de alguns anos para cá - em 2014, ele
faturou o troféu de melhor instrumentista no Prêmio da Música Catarinense. A
competência da performance apresentada e dos improvisos animou o público. Foi o
debute de algumas músicas que estarão no disco ‘Hora Certa’, previsto para sair
em breve.
Público aplaudiu, dançou e curtiu o show Alma de Músico, foto Duda Hamilton |
Acordes, solos e belas melodias
invadiram a madrugada com a já tradicional jam session. Instrumentistas se
revezaram no palco, cada um apresentando seu vocabulário, improvisando e
fazendo boa música. Tudo ali, na hora. Um destaque foi quando Thiago Espírito
Santo assumiu o baixo e Pedro Martins colocou a guitarra no colo. O jazz que
tocaram antecipou o show de “Pedrinho” neste sábado (14). Considerado por
muitos um dos mais talentosos de sua geração, o guitarrista natural de Gama
(DF) sobe ao palco do festival logo mais, a partir das 21h.
Para muitas pessoas, o Floripa
Instrumental já virou uma tradição. É o caso do casal Luiz Antonio Dantas e Jane Maria
Cardoso, que moram no Campeche, mas que se mudam para o Ribeirão da Ilha
durante o festival: “Nos hospedamos na mesma pousada dos músicos. É lá que
conseguimos conhecê-los e ver coisas exclusivas. É quase como participar do
making of do festival”, brinca Luiz Antonio.
O Floripa Instrumental é isso, uma
confraria que se reúne em nome de um bem maior: a música.
A programação segue no fim de
semana:
Sábado (14/11)
16h – Banda da Lapa
21h – Guitarrista Pedro Martins,
vencedor da competição de guitarras do Festival de Jazz de Montreux
23h – Show com o Duo Rogério Piva
(guitarra e bandolim) e Carlos Ribeiro Júnior (baixo e baixo acústico)
Depois Jam Sessions
Domingo (15/11)
A partir das 16 horas muito choro na
Freguesia do Ribeirão da Ilha
Show Velha Amizade com o Duo Nailor
Proveta (clarinete e sax) e Alessandro Penezzi (violão)
Geraldo Vargas (bandolim) e o Grupo
de Choro Campeche, composto por alunos da Escola Livre de Música de
Florianópolis.