Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ribeirão da Ilha, o porto seguro da música instrumental

A energia e o bom humor de Robertinho Silva
aos 70 anos 

DOMINGO À NOITE o Floripa Instrumental acabou, mas seus sonoros resquícios ainda soam no computador por meio de DVDs, CDs e trabalhos surpreendentes como o da centenária Banda da Lapa, do Toninho Horta, e de Thaís Macedo, cantora carioca que veio conhecer a Ilha pelas ágeis mãos de BB Kramer (acordeom). Além dos belos momentos, dos sons únicos, do reencontro com amigos e amigas, o trabalho foi um prazer só, em total harmonia com o produtor Floriano e sua equipe. 
Gracias ao Pablo no foco, ao Marlon na caneta, aos colegas jornalistas na divulgação, e aos apoios e patrocínio  por acreditarem no encontro. Toninho, Robertinho, Arismar, Gabriel, Gringo, os guris da Ginga do Mané, Guinha, Pedrinho Figueiredo, Jorginho do Trompete, pessoal da Banda da Lapa, entre outros, foram ótimos os momentos de descontração e bom humor. Tchê Yamandu, obrigada pelo “mate”, pelo carisma e por ser o embaixador do Floripa Instrumental.






Público de todas as idades em sintonia total
 Valeu ver o público em comunhão e sintonia com os músicos, a comunidade abraçando o encontro e o Ribeirão se firmando como o porto seguro da nossa Ilha, onde ancora a música instrumental. Seja no palco da praia, no da igreja ou o do salão paroquial, a musica tocou nos nossos corações. É só fazendo que se conquista público como esse. 
Que venham os próximos Floripa Instrumental, Maratonas e eventos de cultura.
Ribeirôstock, não tem? Beth, Janine, Eneida e Vasques. Valeu!!

Robertinho, Toninho e Arismar, um antigo trio da pesa que ajuda a construir a história da música brasileira

Amigas ao pôr do sol sem igual da Freguesia do Ribeirão

Com Marlon Aseff, no som e nos textos

Yamandu o embaixador do Floripa Instrumental

Yamandu passa o som na casa cenário/hotel com o pessoal da Ginga do Mané
A centenária Banda da Lapa encerra com diversidade musical o evento no domingo à noite



Pablo Corti, by Bia Boleman



O talento de Gabriel Grossi, um dos 10 melhores do planeta 

Jorginho do Trompete, grata surpresa da jam session


É sempre bom ter os amigos por perto, gracias
Vava, Fernandão e Tatá.




Floriano, o produtor do Floripa Instrumental
Os homens de branco e seus hits: Pedrinho, Guinha, Gringo e Sergio
BB Kramer e Toninho Ferragutti no show O Diálogo dos Acordeons

domingo, 27 de novembro de 2011

Um Ribeirão Musical

PELO MENOS 2 MIL pessoas assistiram as atrações do Floripa Instrumental em dois dias da mais pura celebração musical na Freguesia do Ribeirão da Ilha, com participações de músicos daqui, de lá e de acolá, como Toninho Horta, Gabriel Grossi, Robertinho Silva, Ginga do Mané, Yamandu Costa, Guinha Ramires, BB Kramer, Jorginho do Trompete, Cássio Moura e Arismar do Espírto Santo, entre muitos outros .
Felipe Coelho e Bruno Moritz abriram o evento em um show afinadíssimo, na praia.  Ao mesmo tempo, na frente da secular igreja do Ribeirão, passava o som Toninho Horta, Arismar do Espírito Santo e Robertinho Silva, prenunciando o excelente show que fecharia a noite, quando ocorreu um diálogo perfeito entre o trio e o público que lotou o Largo da Freguesia.
No sobe e desce da praia para a praça, o Ginga do Mané recebeu Yamandu Costa, num show de fazer o público aplaudir em pé, e pedir mais do que bis. Assim, Yamandu se consagrou como o embaixador do Floripa Instrumental.



O fim de tarde foi cinematográfico, com o festival em peso assistindo ao show do talentoso Gabriel Grossi e banda, enquanto caía a tarde em tons de vermelho que só no Ribeirão existem.
A programação do primeiro dia fechou com um show primoroso de Jorginho do Trompete, Cássio Moura Trio e Grupo Metal Brasil, seguido de uma Jam Session que reuniu no palco Robertinho Silva, Arnou de Mello e o multiinstrumentista Arismar do Espírito Santo, que já deixou sua marca de alegria e talento na Banda da Lapa com sua oficina gratuita.

Texto: Duda Hamilton e Marlon Aseff
Fotos: Pablo Corti

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Toninho Horta: um audaz propagador da música instrumental

MINEIRO de Belo Horizonte, o embaixador da música instrumental brasileira no mundo, Toninho Horta, traz no DNA ritmos e melodias, que entoa em vários cantos do planeta, com uma produção de dar inveja. Só neste ano esteve envolvido com mais de 10 projetos. Entre eles o álbum Harmonia e Vozes, com canções suas na voz de cantores e cantoras populares, como Ivete Sangalo, Erasmo Carlos, Arnaldo Antunes, entre outros; e a biografia Harmonia Compartilhada, cuja primeira edição está esgotada, mas deve ganhar nova edição até 15 de dezembro.
Além disso, lançou também dois DVDs – Música Audaz e Tom de Minas -, e dois CDs no Japão e mais um álbum solo, com a participação da japonesa Nobie. E tem mais. Com o fôlego de um adolescente, o sagitariano que faz dia 2 de dezembro,  63 anos, conta, por telefone, sobre seu mais novo trabalho ao lado de Jacques Morelembaum (violoncelo), Marco Suzano (percussão) e Liminha (baixo). “Tocar e gravar são meus maiores prazeres, seja aqui ou em qualquer parte do mundo”, confessa, “ainda mais com feras como essas”.
Toninho fala animado de suas turnês, dos workshops no Brasil e no exterior, dos diversos convites que tem recebido para produzir e/ou acompanhar artistas seja em discos ou shows, e de seus recitais no próximo ano em Pequim. Pede mais espaço na mídia brasileira para a música instrumental, e se orgulha em dizer que seu estado, Minas Gerais, é o que abriga o maior número de festivais e encontros desse gênero. “Ceará, Bahia e Paraná contam com ótimos festivais e o espaço se abre agora mais ao Sul, com o Floripa Instrumental, e ao Norte, com o Festival de Manaus”, diz com a propriedade de quem conhece profundamente o ramo.
“Desde o mestre Pixinguinha a riqueza do Brasil é muito ampla na música instrumental. É por isso que quero um público mais geral, quero multiplicar”. Seus projetos Aqui – Ó Jazz, de resgate da música instrumental mineira dos anos 60, e o Livrão da Música Brasileira, que  terá 600 partituras, são bons exemplos de sua preocupação em preservar e incentivar este gênero musical.
Homem de vários instrumentos, Toninho toca violão, guitarra, baixo, bateria e ganha “certa desenvoltura no piano”. No primeiro disco do Clube da Esquina, por exemplo, ele tocava baixo. Este mineiro compôs músicas como Diana, O Céu de Brasília e Durango Kid (todas com Fernando Brant), Dona Olímpia (com Ronaldo Bastos, gravada também por Nana Caymmi), Beijo Partido (gravada por Toninho, Nana Caymmi e Joyce) e seu maior sucesso, Manuel, o Audaz (com F. Brant). De suas dezenas de discos participaram músicos consagrados internacionalmente, como o guitarrista Pat Metheny, Naná Vasconcelos e Eliane Elias.
Entre os ídolos de Toninho estão Hermeto Pascoal, Dorival Caymmi, Tom Jobim e o conterrâneo Wagner Tiso. O guitarrista Wes Montgomery é sua inspiração. Ele destaca os brasileiros Hamilton de Holanda e Yamandu Costa, como os atuais responsáveis pelo ressurgimento na mídia da música instrumental brasileira.
Toninho Horta, Robertinho Silva e Arismar
sobem ao palco do Floripa Instrumental dia 26,
 a partir das 21h, no Ribeirão da Ilha.
Não é à toa que um deles, o gaúcho Yamandu, estará no mesmo palco do Floripa Instrumental, onde Toninho promete levar, ao lado do baterista Robertinho Silva e do multiinstrumentista Arismar do Espírito, uma música com suingue brasileiro. “Somos um trio pra lá de maduro na música brasileira, tocamos juntos desde  a década de 70, temos uma linguagem própria e muito bom humor”, confessa o mineiro. No repertório, as músicas do disco Cape Horn, como Bons Amigos, além das clássicas Beijo Partido, Vestido de Noiva e Manuel o Audaz.
         

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ribeirão da Ilha, o porto sonoro do Floripa Instrumental


O BUCÓLICO e preservado Ribeirão da Ilha recebe nos dias 26 e 27 de novembro, durante o Floripa Instrumental, nomes que representam o melhor da música instrumental brasileira. Entre eles estão o violonista Yamandu Costa, o grupo Ginga do Mané, o gaitista Gabriel Grossi, o lendário baterista Robertinho Silva, o multiinstrumentista Arismar do Espírito Santo e o guitarrista Toninho Horta, um dos pais do Clube da Esquina – movimento de música que tinha entre seus integrantes Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Wagner Tiso, entre outros. 
Toninho Horta, uma das atrações do Floripa Instrumental, foto
 Cristiano Quintino
Toda essa comunhão de sons se realiza na praça da Freguesia e no salão paroquial, com forte apoio da comunidade do Ribeirão da Ilha e gratuitamente.

O Floripa Instrumental tem início no dia 26 às 15 horas quando Felipe Coelho (violão de 7 cordas) e Bruno Moritz –(acordeom) mostram um repertório aberto, com choros, tangos e baiões que brotam do acordeom e do violão com forte influência do flamenco. Depois será a vez do grupo de choro Ginga do Mané receber o aclamado violonista Yamandú Costa. Às 19h chega o jovem gaitista brasiliense Gabriel Grossi e sua banda.
Grupo de chorinho Ginga do Mané recebe violonista Yamandu no final da
tarde de sábado na Freguesia do Ribeirão. foto Daniel Queiroz
Yamandu Costa, by Pablo Corti
Na sequência dessa verdadeira louvação às sonoridades brasileiras, entram em cena três músicos que percorreram juntos boa parte das décadas de ouro da música brasileira: Toninho Horta, Arismar do Espírito Santo e Robertinho Silva. Com uma trajetória que une jazz, mpb e o melhor do instrumental feito por aqui desde a década de 1970, o trio apresenta um repertório brasileiro com músicas consagradas de Toninho Horta, entre elas Beijo Partido, Manuel o Audaz e Viver de Amor, entre outras. É uma reunião de “capos” da harmonia, da melodia e do ritmo.
Ainda no primeiro dia a apresentação em conjunto do Grupo Metal Brasil - Cássio Moura Trio - e a virtuose de Jorginho do Trompete. Aí então, o céu do jazz não será o limite. Com um repertório que vai das tradicionais big bands às orquestras brasileiras, a quebradeira vai ser geral. E para completar a celebração musical do mais alto nível, uma jam session à meia noite promete atrair até as bruxas de Franklin Cascaes para a Freguesia!
No domingo (27), o som tem início às 17h, quando um dos violonistas mais expressivos, Guinha Ramires, convida os compadres Gringo Saggiorato (baixo) e Pedrinho Figueiredo (flauta e saxofone). Na sequência, o encontro dos acordeons de Toninho Ferragutti e Bebê Kramer promete não deixar pedra sobre pedra.
A centenária Banda da Lapa, do Ribeirão da Ilha,  encerra, no domingo, o Floripa Instrumental.  foto Pablo Corti

A benção final do Floripa Instrumental será às 19h, com o show dos anfitriões, a Banda da Lapa, criada no Ribeirão da Ilha em 1896. Assim como outros, este Floripa Instrumental teve apoios e patrocínios como do Funcultural, do Governo do Estado de SC, e da Tractebel Energia, pela Lei Rouanet.


PROGRAMAÇÃO
Felipe Coelho (violão 7 cordas) e Bruno Moritz, abrem o
Floripa Instrumental no sábado, às 15horas. foto/Divulgação



 Sábado  26  de Novembro

15h – Felipe Coelho e Bruno Moritz
17h – Ginga do Mané convida Yamandu Costa
19h – Gabriel Grossi e banda
21h  - Toninho Horta, Arismar do Espírito Santo e Robertinho Silva
23h – Grupo Metal Brasil, Cássio Moura Trio e Jorginho do Trompete
24h – Jam Session





Domingo 27  de Novembro
17h – Guinha Ramires convida Ronaldo Saggiorato e Pedrinho Figueiredo
18h – Toninho Ferragutti e Bebê Kramer.
19h – Banda da Lapa

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

1961: a legalidade, as feiras de livros e o ano em que nasci



O LIVRO feito com Paulo Markun em 2001 e reeditado este ano no cinqüentenário da Legalidade, com o nome de 1961 o Brasil entre a Ditadura e a Guerra Civil, tem proporcionado belos e reflexivos momentos. Participar de feiras de livros, como a Binacional de Sant’Anna do Livramento/Rivera, a de Porto Alegre e a de Pelotas, é um aprendizado. Gostei de ver a tão abandonada metade Sul do Rio Grande com fôlego, se adaptando a novos setores da economia, como energia eólica, indústria náutica, vinhos, oliveiras e com uma forte aposta cultural. 


FEIRA BINACIONAL 
Na fronteira unida, se realizou a 2 Feira do Livro Binacional, tendo como patronos Carlos Urbim, do lado verde-amarelo, e Tomas de Mattos, do lado celeste. Foi um prazer participar da charla A Multi-fronteiras Hoje y Ayer, ao lado dos amigos Marlon Aseff, Liane Chipolino (organizadora), Cacho Silveira, Michel Croz, Alejandra Rivero e Fabian Severo. Como não podia ser diferente, a literatura foi o centro da discussão. Liane leu um poema do poeta riverense Olyntho Maria Simões, acompanhada do emocionado olhar da filha. Fabian Severo, ali de Artigas, bem de bem com seus poemas em portunhol, que arrancou aplausos e boas gargalhadas. Quero o meu livro!!! Michel Croz e sua ótima dicção recitou poema sobre a fronteira. É um ser político, como o memorialista Cacho, são vozes contra a privatização do Teatro de Rivera. Marlon descreveu perfeitamente o território Parque Internacional, onde estávamos debaixo de uma “carpa” branca e num calor fora de época. 
Urbim em pé, proclamou uma idéia minha de fazer, no próximo ano, o Prêmio Literário Arlindo Coitinho, atualmente motivo de estudos de Alejandra,  e um ponto em comum da mesa e do público, com adesão de várias pessoas, como o fotógrafo e colunista Duda Pinto, importante formador de opinião em Sant’Ana.
 Liane, Marlon, Biba com los hermanos
 uruguayos, by Duda Hamilton
Esta feira binacional teve suas formigas “trabalhadeiras” Marta Pujol e Magaly Ivañez. Obrigada a elas e à Urcamp, em nome das dedicadas professoras Sônia e Idenia. Gracias aos colegas Letícia, Duda e Edis, de A Platéia, e a gurizada da RCC, na pessoa de Fernando Moura. Liane, a você meus parabéns pela organização da charla e determinação.
Foi um deleite observar o Parque Internacional, onde as “tunicas brancas con moña azul” contrastavam com coloridos uniformes, todos rodeados de livros num território de integração e não de divisa. Lá não existe limite! E vamos a mais uma edição em novembro de 2012.
O Parque Internacional da Integração, by Pablo Corti


FEIRA DE PORTO ALEGRE 
Sentar de microfone na mão com os jornalistas Sérgio Reis, Juremir Machado e Paulo Markun me deixou com aquele frio no estomago e muito suor. Quando passei os olhos no público diverso, cheio de perguntas, pensamentos políticos e “miradas profundas” fiquei mais tranquila. Lá estavam jovens querendo falar de Che Guevara, o poeta Luiz de Miranda, colegas como Carlos Bastos, que cobriu os tensos dias entre a renúncia de Jânio Quadros e a posse de Jango, participantes destes momentos politicos e professores, entre outros.

Da sala dos Jacarandas direto para a Praça dos Autógrafos dividindo o tablado com o professor Rui Carlos Ostermann e a escritora e astróloga, Amanda Costa. A energia estava boa, ainda mais com os dois sobrinhos de 1 e 5 anos na volta. E como no Rio Grande nada termina em pizza e sim em boa carne, fomos ao “Barranco”. 
Com Carlos Bastos, carinho e
admiração, by Pablo Corti



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Helena (1), Davi (5), os sobrinhos e o futuro, by Lu Citadin


FEIRA DE PELOTAS
Num vôo que me levou a muitas lembranças cheguei a Pelotas, berço da Cultura da metade Sul, com Paulo Markun. Lá encontrei muito profissionalismo, fiz novos amigos e reencontrei tantos outros. Primeiro compromisso marcado pela jornalista Gabi Mazza, da Satolep Press, foi um bate papo num tradicioal reduto do radiojornalismo, o programa "Pelotas 13 horas" pilotado por Clayton Rocha. Para reconhecer o terreno, um passeio na pousada Santa Rita, antiga Charqueada, e de lá para outra Praça. Um pulo no Café Aquarios para uma entrevista para o Diário Popular e um bate-papo no Instituto Simões Lopes Neto, dentro da programação "Diálogos".

Queria ter ficado mais. Gracias a Glades Bazilli, que fez o link com a cidade, a Bety da Livraria Vanguarda, a parceira Gabi, o pessoal da Pousada, da Livraria Saraiva de Porto Alegre, e a meus primos e amigos que me fizeram sentir em casa, em Satolep.





segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Um quinteto com uma MusaDiversa


Zago, Maycon, Felipe, Calegari e Borghezan música sem rótulos,
 mas com fortes influências. Foto de Valeska Bittencourt
Cinco músicos com diferentes pegadas se reuniram em torno do projeto MusaDiversa, resultado da inquietude do violonista Felipe Coelho em mostrar que a música não precisa ser rotulada para ser sonora. Deve ser é internacionalizada e entendida. E foi assim que os dedicados musos mergulharam no trabalho, cada um levando sua marca, principalmente, nas composições.
Rafael Calegari (baixo) trouxe a leve Linhas Curvas; Felipe Coelho (violão sete cordas) tirou da cartola Djazza Nova, Impressões Digitais e Mosaico; Luiz Gustavo Zago (piano) entrou no compasso com a alegre Salsete e a sensacional Fora do Jogo, o que me deixou surpresa e feliz, já que não conhecia suas composições. Já  o saxofonista Maycon Souza subiu ao palco do Teatro Álvaro de Carvalho e de lá destilou seu fôlego e seriedade com a música. Mas o destaque da noite ficou com o jovem baterista Mauro Borghezan. Como conheço seu trabalho há tempo, e acompanhei o projeto Bendita Companhia, percebi o salto do guri, que vem imprimindo uma batida bem diferente na música produzida na Ilha.
O resultado deste trabalho é Mantrânsica, composta pelo quinteto, e onde cada um depositou sua peculiar sonoridade depois de muito meditar. Palmas para os musos diversos, que mesmo apoiados ou influenciados pelo jazz, bossa, rock, flamenco e música sulamericana, mostraram sua diversidade musical.
Quem foi aplaudiu muito, ganhou CD MusaDivesa e saiu musicalmente satisfeito. Agora é aguardar o DVD.




Para escutar cole o link abaixo:
 http://www.myspace.com/musadiversa





quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quem tem o Plano B?


PARTE DO MURO de 1.750 metros de extensão construído no ano passado para conter o avanço do mar, na Praia da Armação, está cedendo, ou seja, descambando, como dizem os nativos aqui no Sul da Ilha. A prefeitura é hoje a responsável pela obra, que custou entre R$ 10 e 13 milhões.
Executada pela Sulcatarinense, na época a obra foi emergencial e uma medida paliativa. 
Era preciso, segundo o Governo do Estado e a Prefeitura de Florianópolis, um tempo para resolver os problemas relacionados à erosão na Armação. O Deinfra chegou a       apresentar um projeto. 
Passados 17 meses, a natureza vence o muro construído pelo homem. Fica a pergunta, a Prefeitura já sabe o que vai fazer? Quais as medidas a tomar? Como fica o projeto da orla da Armação tão propalado pelos políticos em 2010, um ano de eleição? E agora Dário? São muitas as pedras em seu caminho. Vai começar a removê-las? Só não esqueça de consultar a comunidade.



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Para quem gosta de boa música


Badi Assad, foto by Marlon Aseff


A SEMANA FOI vibrante em sons e tons. Na terça, dia 6, véspera de feriado, Badi Assad subiu ao palco do TAC. No domingo, 11 de setembro, foi dia de show internacional no Teatro Pedro Ivo, com Roberto Menescal, Andy Summers, Cris Delanno, Marcos Suzano e Adriano Giffoni.
Ao completar 136 anos, o TAC ganhou show único de Badi Assad, voz e violão. Foi na simplicidade, no talento e na vibração que ela se mostrou inteira em músicas como Joana, a Francesa; Zoar; A banca do Distinto e canções de seus dois próximos discos que serão lançados em 2012 – Badi  para Maiores e Badi para Menores. Adorei as duas canções do “pra menores”. Lindo momento foi ouvir Básica, composição da amiga-irmã Tatiana Cobbett, que subiu ao palco ao lado do sempre parceiro Marcoliva, o nego.
United kingdom of Ipanema, um show para ouvidos exigentes,
foto Pablo Corti
No domingo, o show foi de tirar o fôlego, com as guitarras de Andy Summers (The Police) e de Roberto Menescal, um dos mais importantes músicos brasileiros – os dois mostraram que são como vinho quanto mais velhos, melhores. A dupla foi acompanhada pelo timbre e interpretação única de Cris Delanno, da pegada do pandeiro mais verde-amarelo, o de Marcos Suzano, e do baixo de Giffoni, entre os cinco melhores do Brasil.
O show faz uma mescla de músicas consagradas pelo The Police e de canções de Menescal e outros parceiros, quase todas da época da Bossa Nova. O repertório ganhou novos arranjos, as composições brasileiras ganharam um toque mais inglês e músicas do The Police ganharam roupagem bossanovista. Foram quase duas horas de espetáculo, com um público que foi lá para ouvir e se surpreender. Exceto as complicações do som até a terceira musica, o restante foi 10.
Andy Summers e Cris Delanno, by Duda Hamilton
Quem não foi perdeu, mas vai ter a oportunidade de ver Cris Delanno, que volta com seu novo trabalho Cris Delanno & Power Samba Jazz. É ficar atento!!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Uma baleia e várias lições


FORAM QUATRO horas de torcida, indignação, solidariedade, estratégias, tentativas, vaias, aplausos e emoção. Bia Bolemann chegou primeiro, por volta, das 10horas, e se instalou ao lado de Paulo Benitt, nosso novo amigo, que estava bem no alto dos “cômoros brancos”. Logo em seguida, Pablito e eu dividimos mais um guarda-sol. Chegou depois Barbara, fotógrafa do Notícias do Dia, e Guto Kuerten, do DC. Outras pessoas foram tomando seus lugares, principalmente pescadores do Pântano do Sul. Era uma fria e chuvosa manhã de 8 de setembro.

Dali, buscamos o melhor registro e acompanhamos a operação, todos torcendo por um final feliz, ou seja, que a baleia franca presa ali, desde a madrugada do dia 7, ganhasse a liberdade. Cada tentativa frustrada um aiiiiii, seguido de um misto de desânimo e esperança. Uma corrente humana e colorida se formou na areia, alguns gritavam vai, vai, vai... Dentro d’água 14 mergulhadores, muitos deles bombeiros, que eram auxiliados por um rebocador da Marinha e dois jet skis.

O tempo passava, a chuva apertava, o vento mudava, a baleia se debatia e o frio aumentava. Como a primeira corda não deu certo, o pessoal no carro do ICMBIO providenciou outra mais resistente e larga, além de tonéis de água, óleo e gasolina para fazer o papel de bóias. As sugestões eram muitas, mas não existia um estratégia clara entre bombeiros, voluntários e o pessoal de órgãos públicos e ONGs. Na operação, não existia um porta-voz.

Eduardo José Capistrano, 25 anos. 
Foi a insistência de quatro mergulhadores e a coragem de Eduardo José Capistrano, 25 anos, bombeiro no aeroporto, os responsáveis pelo desencalhe da baleia franca. Dudu, como é mais conhecido, subiu no animal e colocou a corda por cima, ou seja, laçou. Mais uma tentativa, agora com final feliz.

Valeu cada segundo das mais de 4 horas que lá estive. Ficou uma lição: daqui pra frente, autoridades, voluntários, ONGs, órgão federais e estaduais tem o dever de pensar melhor no santuário de baleia que é o litoral de Santa Catarina. Nem só de propaganda ganha-se a vida, é preciso organização, transparência, antecipação e ação rápida. Num santuário de baleias, não podemos mais assistir cenas como as de quarta e quinta-feira. Que a liberdade da baleia franca, conquistada por volta das 15 horas, represente uma nova forma de agir de todos os órgãos envolvidos que lá estavam.

Liberdade, liberdade

Uma corrente humana nas areias do Pântano do Sul, by Pablo Corti
Barco da Marinha e bombeiros foram fundamentais na operação de quinta-feira,  by Duda Hamilton

Treze mergulhadores tentam passar a corda por baixo do animal, by Pablo Corti
 
Eduardo José Capistrano, 25 anos, é bombeiro no aeroporto. Foi ele quem colocou a corda por cima da baleia franca, numa das sete tentativas de libertação. foto by Duda Hamilton

Mais uma tentativa, por Pablo Corti

Esta virada foi fundamental para a liberdade, by Duda Hamilton

Por volta das 15h, Francolina, como estava sendo chamada no Arante, ganhou a liberdade, by Duda Hamilton