Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Riquezas históricas no fundo do mar da Ilha de Santa Catarina


NEM A CHUVA torrencial, que caiu durante toda a segunda-feira, foi capaz de impedir que os mergulhadores/pesquisadores do Projeto Barra Sul resgatassem do fundo do mar da Ilha de Santa Catarina uma pedra triangular com escritos em latim, medindo 1 metro e 25cm por 0,75metros, e duas esferas com aproximadamente 21cm de diâmetro.
“Acreditamos estar diante do mais antigo naufrágio localizado e pesquisado das Américas”, ressalta um dos seis pesquisadores/mergulhadores, Bruno Germer, acrescentando que as peças retiradas repousavam no fundo do mar há mais de 400 anos. O tenente da Marinha, Daniel Gusmão, afirma que este, por enquanto, é o mais antigo naufrágio pesquisado na costa brasileira, mas ainda “são necessárias mais pesquisas históricas para ter a confirmação do nome da nau”.
Estudos preliminares realizados pelo projeto Barra Sul apontam para a embarcação chamada San Esteban, que naufragou na saída da Baía Sul, em janeiro de 1583, e que transportava peças de artilharia e material para construção de duas fortalezas no Estreito de Magalhães. “A pedra triangular faz menção ao rei Felipe II com a inscrição: Philippus Maximvs Cathollicvs II Hispaniarvm Indiarvm et Rex.  E acredita-se que o ano seja o de 1582, mas só vamos ter certeza depois dos avanços das pesquisas arqueológicas”, ressalta o pesquisador/mergulhador, Flávio Corrêa.
Acompanharam a segunda expedição o capitão dos Portos/SC, comandante Claudio da Costa Lisboa; o representante da DPHDM (Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha), tenente Daniel Gusmão; e a equipe de arqueológos da Unisul. O próximo passo, segundo Flávio Corrêa, será a retirada, até o final do ano, do canhão que está no mesmo sítio arqueológico e que tem data de fundição de 1565. A arqueóloga da Unisul, dra. Deisi Scunderlick Eloy de Farias ressalta: “Por se tratar de um sítio arqueológico que guarda vestígios históricos inéditos no Brasil, haverá uma minuciosa escavação, seguindo todos os procedimentos e cuidados previstos em trabalhos arqueológicos”.
por Duda Hamilton
fotos Pablo Corti



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