Sonhos não envelhecem…
Com o teatro da UFSC lotado, Milton
Nascimento subiu ao palco às 21h15 debaixo de palmas e gritos, para fazer o
show Travessia, que marca seus 50
anos de carreira. Do início ao fim foi impossível não cantarolar canções que
marcaram uma geração, como, Canção da
América, Bailes da Vida, Canção do Sal, Travessia, Fé Cega, Faca Amolada,
Coração de Estudante, Bailes da Vida, Para Lennon & Mc Cartney (com nova versão), entre outros tantos
sucessos.
A plateia, com média de idade de quase
meio século, soltou a voz e se entregou à emoção em quase todo o show, com
quase 2 horas de duração. Desde o primeiro acorde, com Bola de Meia, Bola de Gude, Milton mostrou que a tecnologia do som
ajuda, mas não deixou sua voz nos bailes da vida. Seu folego e alguns agudos
impressionaram, demonstrando que o passar do tempo e os problemas de saúde não
comprometem seus 50 anos de carreira.
O ápice foi com Canção da América, às 22h21, quando ele sentou e pediu para o
público cantar pra ele. Foi bonito de ouvir e admirável de ver que ninguém se
perdeu na letra, talvez porque seja uma geração que acredita que Amigo é coisa para se guardar debaixo de
sete chaves… Outro bom momento foi com a música Encontros e Despedidas e o coro Coisas
que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando
quero…
Duas cantoras receberam homenagem de
Bituca, Elis Regina, com Canção do Sal; e “la negra” Mercedes Sousa com Sueño con Serpientes. Marca de sua
carreira, Milton Nascimento continua generoso com os músicos com quem divide o
palco. Na apresentação da UFSC isso foi comprovado com vários solos e com uma
música instrumental. Na banda, que só foi apresentada quase no final do show, o
talento de Kiko Continentino (piano), Victor Santiago (sopro), Eneas Xavier
(baixo), Wilson Lopes (guitarras), Lincoln
Cheib (bateria).
E é claro que teve música dos últimos discos e também a
clássica Maria, Maria, no bis. Senti falta da minha predileta Nada será como antes,
talvez porque o mineiro acredite que nada
será como está...Amigo Luiz Eduardo Peixe Teixeira compartilha da ideia e
acredita que Nada será
como antes, “é Lennon
& McCartney, caso eles fossem mineiros”.
No encerramento do show, com assinatura
da Orth Produções, o recado chegou por meio dos versos do poeta catalão,
Joaquín Bartrina, Si quieres ser feliz
como me dices, no analices, no analices…
Um comentário:
Oi, Duda, adorei teu relato, foi "quase" como ter estado lá, que não pude.
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