ENTREVISTA Eduardo Angelo
fotos divulgação Siemens |
Líder mundial em energia eólica, a Siemens prevê um
futuro promissor para a energia eólica no Brasil. Em entrevista à jornalista
Duda Hamilton, o diretor de Energia Eólica, Solar e Hidro da Siemens Energy
Brasil, Eduardo Angelo, conta que é a fonte mais competitiva hoje no País, ficando atrás
somente das grandes centrais hidrelétricas. E a tendência, segundo ele, é de
crescimento. Bons ventos movem o Mercado, que tem um extraordinário potencial de
projetos eólicos. Acompanhe abaixo as últimas tendências em tecnologia, os
produtos, os equipamentos e os clientes da Siemens. A empresa pretende até
final de 2013 fornecer no Brasil 205 aerogeradores.
Desde quando a Siemens está no Mercado de energia renovável no Brasil?
Diretor de Energia Eólica, Solar e
Hidro, Eduardo Angelo - Desde 2008, mas a Siemens é uma das empresas pioneiras em energia
renovável no Brasil, fornecendo equipamentos e soluções também para as centrais
hidrelétricas e biomassa.
Quais seus principais clientes? E qual o material/produto fornecido?
E.A - Em energias eólicas estão as tradicionais utilities públicas e privadas que atuam
no setor elétrico brasileiro, assim como novos entrantes no setor, como as
empresas de EPCs (engenharia, fornecimento e construção) e developers. No mercado
eólico, fornecemos, transportamos e instalamos aerogeradores completos de 2.3
MW. Também incluímos contratos de médio e longo prazos de Serviços de
Manutenção para nossos aerogeradores.
No mercado de biomassa, além das empresas mencionadas anteriormente,
atuamos junto à industria de açúcar e etanol, papel e celulose, madeireiras e
de alimentos.
Quais as tecnologias de ponta que existem atualmente para a energia
eólica?
E.A - A Siemens é líder mundial em energia eólica offshore e está entre os líderes em
aplicações onshore. Desenvolvemos
aerogeradores há mais de 30 anos, e contamos com mais de 16 mil MW instalados
no mundo. Para tal, a Siemens utiliza do estado da arte em tecnologia de
aerogeradores. Temos, em nosso portfólio de produtos duas plataformas de
aerogeradores: máquinas com acionamento direto (gearless ou direct drive)
e máquinas com acionamento com caixa multiplicadora (geared). Em nossas referências de parques onshore, a tecnologia predominante é a com caixa multiplicadora,
com potência de 2.3 MW.
Já temos referências de instalações com máquinas de
3.0 MW- acionamento direto e acabamos de lançar a maior turbina eólica do mundo
de 6.0 MW com rotor de 154 metros de diâmetro para aplicação offshore.
O que mudou no mercado da Siemens do Brasil de 2008 até agora?
E.A - Quando entramos no
mercado eólico oferecíamos a máquina 2.3 MW com 93 e 101 metros de rotor. Hoje,
oferecemos a 2.3MW com rotor de 108 metros, pois as alturas de torres
aumentaram de 80 para 100 metros, dependendo das condições de vento dos
parques.
Para quantos parques eólicos vocês fornecem material atualmente? Quantos
projetos em construção para o próximo ano?
E.A - A Siemens irá fornecer 205 aerogeradores até o final
de 2013, totalizando mais de 470 MW em contratos de parques eólicos, parte
deles já em fase final de construção.
Quanto cresceu o Mercado de energia renovável no Brasil nos últimos 10
anos?
E.A - A matriz elétrica
brasileira sempre foi predominantemente composta por energias renováveis,
contando com mais de 85% de energia gerada a partir de centrais hidrelétricas.
Em 2002, o Governo Federal lançou o Proinfa, um programa de incentivo a fontes
renováveis cujo objetivo era a diversificação das fontes de energia em nossa
matriz elétrica. O Proinfa, ainda que em pequena escala, adicionou PCHs e
biomassa. A energia eólica participou timidamente deste programa adicionando
apenas 280 MW no sistema elétrico até 2009 . O grande impulso para a introdução
da energia eólica no Brasil ocorreu em 2009, quando 2.0 GW foram contratados em
um leilão promovido pela ANEEL/EPE específico para esta fonte (LER – Leilão de
Energia de Reserva). A partir daí, mais 5 GW de PPAs, ou seja, contratos de
compra e venda de energia em eólicas foram
adjudicados nos mercados regulado e livre de energia. Fechamos 2012 com a
energia eólica participando em quase 2% da matriz elétrica Brasileira.
Quais as perspectivas do Mercado para os próximos anos?
E.A - Nos últimos três leilões de energia promovidos pela ANEEL/EPE, a energia
eólica se mostrou ser a fonte mais competitiva, ficando atrás somente das
grandes centrais hidrelétricas. Essa tendência deve ser mantida, pelo menos,
nos próximos cinco anos, dado o extraordinário potencial de projetos eólicos já
inventariados com excelente qualidade (alto fator de capacidade). Com isso,
combinado à alta competitividade dos investimentos dos parques eólicos
comparados às plantas a gás, biomassa e PCHs, a eólica continuará sendo a fonte
energética de maior crescimento em nossa matriz.
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