A
madura e intensa parceria de
Tatiana Cobbett e Marcoliva
Texto e fotos de
celular Duda Hamilton
Acompanho esses 15
anos da íntima e intensa parceria de Tatiana Cobbett, a “Tatá”, e o
Marcoliva, o “Nego”. Algumas temporadas
bem de perto e outras nem tanto, mas sempre em Bendida Companhia. O show de domingo, para a gravação do álbum Sawabona Shikoba, colocou no pequeno
palco do teatro do Sesc toda a maturidade dessa dupla de Sonora Parceria. Lá estava o pulsante Pelé, que acompanha os dois desde
os primeiros shows na Lagoa da Conceição, bem na virada do século, nas
temporadas do bar Drakkar; o gatinho e
baixista Rafael Calegari, compositor e arranjador de mão cheia; os jovens
instrumentistas Pedro Loch, Gabriel Vieira e Luis Gustavo Zago, e um fiel e
concentrado público, variando de 3 a 80 anos.
Como essa dupla respira arte e pessoas e
pessoas e arte, nesses 15 anos eles Puxam
a Rede e colocam pra dentro do seu barco muitos parceiros, como os que
estavam no palco e fora dele, alguns até em lugares bem distantes, entre eles BB Kramer, Jober
Narciso, Joubert Moraes e Caio Muniz.
No Tom Jazz, em São Paulo, no show do disco Bendita Companhia. No palco da esquerda para a direita - Renata, BB Kramer, Calegari, Tatiana, Anaí, Marcoliva, Borghezan e Ubrother, foto Pablo Corti |
Outra marca da dupla é o cuidado com o
espetáculo em si, o figurino, o cenário, tudo sempre bem pensado e criativo -
do detalhe do abajur ao lado do piano, passando pelas estrelas douradas, até
chegar ao piso repleto de jornais. E como não notar que o nego ficou lindo com
aquela calça vermelha, e a Tatiana mais charmosa e cênica com as luvas jóias.
Composições
antigas ou novas tem a marca da intensidade da poesia e, claro, da cumplicidade
de Tatiana e Marcoliva. Muitas letras falam de amor, outras do cotidiano,
sempre em vários ritmos, mostrando toda a influência musical que eles trazem em
sua arte. Muito gostoso de ouvir Eu Você
e Samba no Posto (o samba corre forte
nas veias da bailarina carioca) e de rever, apesar do pequeno palco, a
performance da dupla, a cada show melhor.
Gostei das músicas
mais antigas, com novos arranjos, e de canções recém saídas do forno, como a
seresta Vendaval e Canção. Todas elas
numa só noite, onde artistas e público entenderam o significado de Sawabona (você é importante pra mim) Shikoba (então, eu existo pra você). Isso ficou evidente no xote composto por Tatiana Cobbett, Maracajulina, quando todos cantaram o refrão: "Ela deixa o cara nu, cara nu ficou tão só". Ou na música feita por Marcoliva para a filha Stellinha...puxe a rede, chegou o barco.
Mas sempre tem aquele ponto alto do show e na minha opinião foi Procurando um Lugar, composta em 2001 e que ficou em segundo lugar no Festival da Sesc: "Tantas palavras pra que/ se nós somos perfeitos pra sonhar/ tô cansado de ser o que se é/ tô querendo fazer o que fizer...". Essa bela canção até hoje não tinha sido gravada. Como bem lembra o Marcoliva, ela foi a primeira canção dois dois gravada oficialmente e está na Coletânea do SESC 2001.
Que essa dupla de bambas siga fazendo e traçando seu caminho da arte, porque o que vale é o Feito!! E isso eles fazem há 15 anos muito bem feito! Agora é esperar o álbum dos 15 anos, que deve ser apresentado ao fiel público de Norte a Sul do Brasil a partir de março de 2016.
2 comentários:
eeeeeeeeeeeeeee......que lindeza Duda. Contar com o seu olhar e debruçar de tuas linhas é um requinte! Obrigado pelos anos de parceria e caminhar, esse caminhar lado a lado, com o olhar de quem busca a expressão artística....Sawabona Duda Hamilton!!
Chegando agora que o dia seguinte é dia de desmanche.....
Grata, Duda querida, este olhar sincero nos impulsiona e emociona. Sawabona com beijares
Tatiana Cobbett
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