A destreza e a alegria musical de Fábio Peron
por
Duda Hamilton
De fala mansa, dedos
ágeis e composições alegres, o bandolinista Fábio Peron (25 anos) é da nova
geração de instrumentistas brasileiros. Filho de músicos – mãe pianista, pai
violão 7 cordas - e desde o berço no choro e no samba paulistanos, Fábio
começou a tocar flauta doce aos 5 anos, antes de ler e escrever. Os
instrumentos espalhados pela casa eram seus brinquedos favoritos. Aos 9 anos
fez sua primeira apresentação, na Rua do Choro de São Paulo, e as 11 começou a
tocar bandolim por causa de Izaías
Bueno de Almeida, um de seus ídolos e um dos melhores bandolinistas brasileiros.
O bandolim é o instrumento guia de Fábio, mas ele continua fuçando em outros,
tanto para entender concepções harmônicas, como para interagir melhor com os
instrumentistas que tocam com ele.
Formado pela
faculdade Santa Marcelina, Fábio vive da música desde sempre e acaba de lançar
seu segundo álbum: Fábio Peron e a Confraria
do Som ao lado de muito de seus amigos músicos, entre eles Chico
Pinheiro, Thiago, Arismar, Ricardo Hertz, Alexandre Ribeiro, Isaías Bueno de
Almeida , Zé Barbeiro.
No entra e sai dos estúdios, sobe e desce dos palcos, apresentações em bares, casas de shows e palcos de festivais ele ainda encontra tempo para ministrar aulas particulares de bandolim, harmonia e improvisação. Tocar é a alegria da vida desse jovem de olhar atento, ouvido apurado e coração bondoso.
No entra e sai dos estúdios, sobe e desce dos palcos, apresentações em bares, casas de shows e palcos de festivais ele ainda encontra tempo para ministrar aulas particulares de bandolim, harmonia e improvisação. Tocar é a alegria da vida desse jovem de olhar atento, ouvido apurado e coração bondoso.
Fábio Peron, 25 anos, tocou antes de ler e escrever, foto Stela Handa |
Em seu canal no youtube, que ele mesmo alimenta assim como no facebook, é possível ter uma ideia de quantos sonoros amigos ele vem conquistando. E é com dois deles – Thiago Espírito Santo e Silvia Goes – que ele toca pela primeira vez profissionalmente na capital catarinense ao abrir o Floripa Instrumental, no dia 13 de novembro, às 21 horas, na Freguesia do Ribeirão da Ilha, gratuito.
Em entrevista à jornalista Duda Hamilton, o bandolinista conta
que o show Alma de Música tem uma energia positiva, lindas melodias e
muita alegria. “É assim que esperamos todos lá no Floripa Instrumental”.
Duda
Hamilton - Qual a sua origem musical?
Fábio
Peron. -
Tenho origens no choro e no samba, mas a partir de contatos com amigos passei a
ouvir coisas diferentes e agregar isso ao meu som. Na minha música tem
elementos também do frevo, do baião, do jazz e das fusões da música
instrumental contemporânea. Eu penso que você tem de vir de algum lugar pra
chegar em algum lugar, e isso significa respeitar os estilos musicais que te influenciam e
fazem parte de sua formação. Nunca devemos esquecer de que o que consideramos
tradicional musicalmente, quando surgiu, era moderno. Tem uma frase que eu
adoro e é do bandolinista e amigo Hamilton de Holanda: “Moderno é Tradição”.
D.H. - Além de multi instrumentista você também compõe, como isso
ocorre?
F.P. – De múltiplas formas, algumas mais frequentes, como de uma hora
pra outra ou em homenagem a alguém baseado na forma como essa pessoa toca ou
ainda pensando em quem vai estar no violão, no baixo. Gosto do resultado e
dessa forma já fiz músicas para o meu parceiro de anos Tiago Saul (violão), para
Roberta Valença (pandeiro) e Léa Freire, para quem compus Milonga pra Lea. Fiz
também Nascerá, para o filho do Alexandre Penezzi e, no meu último trabalho,
por exemplo, gravei Vidalinda, em homenagem ao Arismar Espírito
Santo. Pra mim, ele é o cúmulo
da inventividade e criatividade. Gosto da liberdade que ele tem em todos os
quesitos da música e, acima de tudo, do modo com o qual encara a vida, sempre
achando o lado bom das coisas. Isso se reflete no som.
D.H. - Você acabou de lançar o segundo álbum Fábio Peron e a
Confraria do Som. O que tem nele, além da alegria de tocar com amigos?
F.P. – Tem choro, claro, samba também, frevos e baiões inéditos e um
timaço de instrumentistas, como o Thiago, o Alexandre Ribeiro, Zeli Silva,
Gariel Guilherme. Vou levar pra vender no Floripa Instrumental.
D.H. – Fale sobre o show e
o disco Alma de Música?
F.P. – É uma sonoridade brasileira alegre,
com muita sensibilidade, mistura o moderno e o regional. Tem composições
minhas, minhas com o Thiago, da Silvia, do Thiago, do Arismar. A música
Maracaconde, por exemplo, é um baião/maracatu, que fiz na cidade de Caconde.
Tem também Waltz for Todd, Contemplando do Thiago; Sonhando Acordado, do
Arismar e E foi é, da Silvia Goes.
Thiago Espírito Santo e Silvia Goes, no show queabre o Floripa Instrumentalem 13 de novembro.fotos Mariana Chiarella,
D.H. - Qual a dica pra quem está começando no bandolim, na música
instrumental?
F.P. – A dica é sentir o que estiver tocando e toque
com o coração. Ouça muita música, tire todas as músicas que gosta e nunca pare
de se divertir tocando.
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