Amigo Tero me emprestou no sábado um livro, dizendo que eu ia devorar. Falou que era recomendado pela VEJA e que a escritora/blogueira tinha ocupado, há três semanas, as cobiçadas páginas amarelas da revista. Ouvi algo sobre o assunto, mas confesso que não sabia bem do que se tratava. Quando vi a capa, bandeira de Cuba no mouse e o título De Cuba com carinho, peguei. Em três horas li todo o livro, porque é fácil e em muitas ocasiões vc já sabe o que a blogueira vai dizer. Uma pena que não fiz com o livro, o que faço com a maioria dos jornais, ler de trás pra frente. O artigo O tempo e o espaço da Cuba de Yoani, de Demétrio Magnoli, é excelente e faz um resumo da história Política de Cuba dos últimos 50 anos, com certeiras teclas.
Cinquentenária, a Revolução Cubana já está caduca, mas não morre. Quando lá estive, em 1992, em plena crise do fim da URSS, vi o descontentamento dos jovens de 13, 14, 15, 18 anos com quem conversei. Eles queriam muito mais do que a adoração à família Castro, sonhavam com a liberdade. E é dessa geração Yoani Sánchez, a blogueira. Uma geração que viu ruir o sistema.
Em 2003, ela saiu do país, mas voltou antes dos 11 meses permitidos. Trabalhou numa livraria na Suíça, onde teve contato com a rede. Ao voltar para Cuba, junto com o marido jornalista, ajudou a criar a revista digital Consenso, logo depois trocou o projeto pelo portal desdecuba.com. E daí para o blog Generación Y foi um sucesso só.
E em tempos virtuais nada mais atual do que a farda verde-oliva, usada pelo ditador barbudo, ultrapassado e acabado, dar lugar à franzina cubana, que faz terapia em seu blog e usa como armas a ponta dos dedos.
Gostaria de saber tb como a blogueira, que já foi eleita pela revista TIME como uma das pessoas mais influentes do mundo, se remunera e como faz para obter a tecnologia que dispõe, pois a população cubana não possui esse privilégio.
Cuba, sempre Cuba chamando atenção de todos!!!!!! Se um amigo tiver o livro não deixe de ler.
Frases
"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa
domingo, 25 de outubro de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Floripa Instrumental
Floripa Instrumental encerra com sucesso de público e qualidade musical
Por Duda Hamilton
O Floripa Instrumental, que ancorou no Ribeirão da Ilha por cinco dias, levou para o palco a brasilidade da percussão de Naná Vasconcelos; a conversa musical de duas gerações com Alessandro BB Kramer (acordeon) e Guinha Ramires (guitarra); a sintonia das cordas do Trio Madeira Brasil e o talento de Yamandu Costa. Foi um perfeito entrosamento entre músicos e público não só no palco principal, como também nos palcos montados na praia da Freguesia e nas jam sessions, por onde passaram talentos como o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, Proveta, Jorginho do Trumpete, Arnou de Mello, Rafael Calegari e Cássio Moura. A média de público de 1.500 pessoas por dia surpreendeu não só os organizadores, como também a comunidade.
Participaram do evento, promovido pela Natura, mais de 50 músicos e um público diverso, que modificava de acordo com a atração do dia. “Esses espetáculos foram um presente para a comunidade do Ribeirão da Ilha”, disse Neli Silva, 76 anos, moradora do Ribeirão e de uma família de músicos. Durante a emocionante e surpreendente apresentação da banda da Lapa do Ribeirão, às 15 horas de domingo, Janete Lombardo, 71 anos, não parava de cantar e bater palmas. “Foi uma volta às origens, aos bons tempos de Ribeirão”, confessou Janete, que atualmente mora no Rio Tavares.
Já a estudante Ana Ramos (28) ficou impressionada com a qualidade. “É inovador um evento como este no Sul da Ilha, onde está impregnada a riqueza da cultura portuguesa-açoriana. Foi um casamento perfeito entre o lugar e a música de qualidade”, observou Ana. Com apenas 9 anos, Bruno Estefano também deu sua opinião: “Gostei foi do som de Naná Vasconcelos. Ele fez até chover com a participação do público”, afirmou o novo fã.
O percussionista proporcionou uma viagem pelos sons do Brasil, o que encantou o público de 8 a 80 anos. “Adorei estar aqui nesse lugar, onde o cenário do palco é a casa onde ficamos hospedados e, ao lado, os vizinhos que vivem no céu”, disse Naná ao se referir ao cemitério do Ribeirão da Ilha. No segundo dia, o encontro de dois amigos – Guinha e BB Kramer – que levaram para o palco uma conversa íntima entre o acordeon e a guitarra. Já o Trio Madeira apresentou um repertório de músicas do mundo, com um toque talentoso da sonoridade brasileira, que encantou o público de 2 mil pessoas.
No encerramento, a contagiante banda da Lapa com integrantes de 12 até 70 anos surpreendeu os visitantes e deixou orgulhosa uma comunidade que não vive sem música. “É muito bom se apresentar para esse público bem diferente”, disse o baterista João Pedro Guerreiro Souza, de 14 anos. Quando subiu ao palco, às 17h04 – a pontualidade dos shows foi uma novidade em Florianópolis – Yamandu foi muito aplaudido. O calor do público fez o instrumentista tocar músicas de execução difíceis como Ana Terra, Bachbarbaridade e Samba para o Rafa, em homenagem a Rafael Rabelo. E para terminar o festival, as palavras dele emocionaram. “Em nosso país, tocando a nossa música para um público tão especial e num lugar maravilhoso, só pode ser um presentão. É levar a música ao povo. Esse é um projeto de fundamento e não podemos deixá-lo ficar só nessa edição”, disparou Yamandu antes de mais um bis.
Por Duda Hamilton
O Floripa Instrumental, que ancorou no Ribeirão da Ilha por cinco dias, levou para o palco a brasilidade da percussão de Naná Vasconcelos; a conversa musical de duas gerações com Alessandro BB Kramer (acordeon) e Guinha Ramires (guitarra); a sintonia das cordas do Trio Madeira Brasil e o talento de Yamandu Costa. Foi um perfeito entrosamento entre músicos e público não só no palco principal, como também nos palcos montados na praia da Freguesia e nas jam sessions, por onde passaram talentos como o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, Proveta, Jorginho do Trumpete, Arnou de Mello, Rafael Calegari e Cássio Moura. A média de público de 1.500 pessoas por dia surpreendeu não só os organizadores, como também a comunidade.
Participaram do evento, promovido pela Natura, mais de 50 músicos e um público diverso, que modificava de acordo com a atração do dia. “Esses espetáculos foram um presente para a comunidade do Ribeirão da Ilha”, disse Neli Silva, 76 anos, moradora do Ribeirão e de uma família de músicos. Durante a emocionante e surpreendente apresentação da banda da Lapa do Ribeirão, às 15 horas de domingo, Janete Lombardo, 71 anos, não parava de cantar e bater palmas. “Foi uma volta às origens, aos bons tempos de Ribeirão”, confessou Janete, que atualmente mora no Rio Tavares.
Já a estudante Ana Ramos (28) ficou impressionada com a qualidade. “É inovador um evento como este no Sul da Ilha, onde está impregnada a riqueza da cultura portuguesa-açoriana. Foi um casamento perfeito entre o lugar e a música de qualidade”, observou Ana. Com apenas 9 anos, Bruno Estefano também deu sua opinião: “Gostei foi do som de Naná Vasconcelos. Ele fez até chover com a participação do público”, afirmou o novo fã.
O percussionista proporcionou uma viagem pelos sons do Brasil, o que encantou o público de 8 a 80 anos. “Adorei estar aqui nesse lugar, onde o cenário do palco é a casa onde ficamos hospedados e, ao lado, os vizinhos que vivem no céu”, disse Naná ao se referir ao cemitério do Ribeirão da Ilha. No segundo dia, o encontro de dois amigos – Guinha e BB Kramer – que levaram para o palco uma conversa íntima entre o acordeon e a guitarra. Já o Trio Madeira apresentou um repertório de músicas do mundo, com um toque talentoso da sonoridade brasileira, que encantou o público de 2 mil pessoas.
No encerramento, a contagiante banda da Lapa com integrantes de 12 até 70 anos surpreendeu os visitantes e deixou orgulhosa uma comunidade que não vive sem música. “É muito bom se apresentar para esse público bem diferente”, disse o baterista João Pedro Guerreiro Souza, de 14 anos. Quando subiu ao palco, às 17h04 – a pontualidade dos shows foi uma novidade em Florianópolis – Yamandu foi muito aplaudido. O calor do público fez o instrumentista tocar músicas de execução difíceis como Ana Terra, Bachbarbaridade e Samba para o Rafa, em homenagem a Rafael Rabelo. E para terminar o festival, as palavras dele emocionaram. “Em nosso país, tocando a nossa música para um público tão especial e num lugar maravilhoso, só pode ser um presentão. É levar a música ao povo. Esse é um projeto de fundamento e não podemos deixá-lo ficar só nessa edição”, disparou Yamandu antes de mais um bis.
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