Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

domingo, 25 de outubro de 2009

Cuba, sempre Cuba.

Amigo Tero me emprestou no sábado um livro, dizendo que eu ia devorar. Falou que era recomendado pela VEJA e que a escritora/blogueira tinha ocupado, há três semanas, as cobiçadas páginas amarelas da revista. Ouvi algo sobre o assunto, mas confesso que não sabia bem do que se tratava. Quando vi a capa, bandeira de Cuba no mouse e o título De Cuba com carinho, peguei. Em três horas li todo o livro, porque é fácil e em muitas ocasiões vc já sabe o que a blogueira vai dizer. Uma pena que não fiz com o livro, o que faço com a maioria dos jornais, ler de trás pra frente. O artigo O tempo e o espaço da Cuba de Yoani, de Demétrio Magnoli, é excelente e faz um resumo da história Política de Cuba dos últimos 50 anos, com certeiras teclas.
Cinquentenária, a Revolução Cubana já está caduca, mas não morre. Quando lá estive, em 1992, em plena crise do fim da URSS, vi o descontentamento dos jovens de 13, 14, 15, 18 anos com quem conversei. Eles queriam muito mais do que a adoração à família Castro, sonhavam com a liberdade. E é dessa geração Yoani Sánchez, a blogueira. Uma geração que viu ruir o sistema.
Em 2003, ela saiu do país, mas voltou antes dos 11 meses permitidos. Trabalhou numa livraria na Suíça, onde teve contato com a rede. Ao voltar para Cuba, junto com o marido jornalista, ajudou a criar a revista digital Consenso, logo depois trocou o projeto pelo portal desdecuba.com. E daí para o blog Generación Y foi um sucesso só.
E em tempos virtuais nada mais atual do que a farda verde-oliva, usada pelo ditador barbudo, ultrapassado e acabado, dar lugar à franzina cubana, que faz terapia em seu blog e usa como armas a ponta dos dedos.
Gostaria de saber tb como a blogueira, que já foi eleita pela revista TIME como uma das pessoas mais influentes do mundo, se remunera e como faz para obter a tecnologia que dispõe, pois a população cubana não possui esse privilégio.
Cuba, sempre Cuba chamando atenção de todos!!!!!! Se um amigo tiver o livro não deixe de ler.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Floripa Instrumental - fotos by Pablo Corti

Floripa Instrumental

Floripa Instrumental encerra com sucesso de público e qualidade musical

Por Duda Hamilton


O Floripa Instrumental, que ancorou no Ribeirão da Ilha por cinco dias, levou para o palco a brasilidade da percussão de Naná Vasconcelos; a conversa musical de duas gerações com Alessandro BB Kramer (acordeon) e Guinha Ramires (guitarra); a sintonia das cordas do Trio Madeira Brasil e o talento de Yamandu Costa. Foi um perfeito entrosamento entre músicos e público não só no palco principal, como também nos palcos montados na praia da Freguesia e nas jam sessions, por onde passaram talentos como o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, Proveta, Jorginho do Trumpete, Arnou de Mello, Rafael Calegari e Cássio Moura. A média de público de 1.500 pessoas por dia surpreendeu não só os organizadores, como também a comunidade.
Participaram do evento, promovido pela Natura, mais de 50 músicos e um público diverso, que modificava de acordo com a atração do dia. “Esses espetáculos foram um presente para a comunidade do Ribeirão da Ilha”, disse Neli Silva, 76 anos, moradora do Ribeirão e de uma família de músicos. Durante a emocionante e surpreendente apresentação da banda da Lapa do Ribeirão, às 15 horas de domingo, Janete Lombardo, 71 anos, não parava de cantar e bater palmas. “Foi uma volta às origens, aos bons tempos de Ribeirão”, confessou Janete, que atualmente mora no Rio Tavares.
Já a estudante Ana Ramos (28) ficou impressionada com a qualidade. “É inovador um evento como este no Sul da Ilha, onde está impregnada a riqueza da cultura portuguesa-açoriana. Foi um casamento perfeito entre o lugar e a música de qualidade”, observou Ana. Com apenas 9 anos, Bruno Estefano também deu sua opinião: “Gostei foi do som de Naná Vasconcelos. Ele fez até chover com a participação do público”, afirmou o novo fã.
O percussionista proporcionou uma viagem pelos sons do Brasil, o que encantou o público de 8 a 80 anos. “Adorei estar aqui nesse lugar, onde o cenário do palco é a casa onde ficamos hospedados e, ao lado, os vizinhos que vivem no céu”, disse Naná ao se referir ao cemitério do Ribeirão da Ilha. No segundo dia, o encontro de dois amigos – Guinha e BB Kramer – que levaram para o palco uma conversa íntima entre o acordeon e a guitarra. Já o Trio Madeira apresentou um repertório de músicas do mundo, com um toque talentoso da sonoridade brasileira, que encantou o público de 2 mil pessoas.
No encerramento, a contagiante banda da Lapa com integrantes de 12 até 70 anos surpreendeu os visitantes e deixou orgulhosa uma comunidade que não vive sem música. “É muito bom se apresentar para esse público bem diferente”, disse o baterista João Pedro Guerreiro Souza, de 14 anos. Quando subiu ao palco, às 17h04 – a pontualidade dos shows foi uma novidade em Florianópolis – Yamandu foi muito aplaudido. O calor do público fez o instrumentista tocar músicas de execução difíceis como Ana Terra, Bachbarbaridade e Samba para o Rafa, em homenagem a Rafael Rabelo. E para terminar o festival, as palavras dele emocionaram. “Em nosso país, tocando a nossa música para um público tão especial e num lugar maravilhoso, só pode ser um presentão. É levar a música ao povo. Esse é um projeto de fundamento e não podemos deixá-lo ficar só nessa edição”, disparou Yamandu antes de mais um bis.