Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Toninho Horta: um audaz propagador da música instrumental

MINEIRO de Belo Horizonte, o embaixador da música instrumental brasileira no mundo, Toninho Horta, traz no DNA ritmos e melodias, que entoa em vários cantos do planeta, com uma produção de dar inveja. Só neste ano esteve envolvido com mais de 10 projetos. Entre eles o álbum Harmonia e Vozes, com canções suas na voz de cantores e cantoras populares, como Ivete Sangalo, Erasmo Carlos, Arnaldo Antunes, entre outros; e a biografia Harmonia Compartilhada, cuja primeira edição está esgotada, mas deve ganhar nova edição até 15 de dezembro.
Além disso, lançou também dois DVDs – Música Audaz e Tom de Minas -, e dois CDs no Japão e mais um álbum solo, com a participação da japonesa Nobie. E tem mais. Com o fôlego de um adolescente, o sagitariano que faz dia 2 de dezembro,  63 anos, conta, por telefone, sobre seu mais novo trabalho ao lado de Jacques Morelembaum (violoncelo), Marco Suzano (percussão) e Liminha (baixo). “Tocar e gravar são meus maiores prazeres, seja aqui ou em qualquer parte do mundo”, confessa, “ainda mais com feras como essas”.
Toninho fala animado de suas turnês, dos workshops no Brasil e no exterior, dos diversos convites que tem recebido para produzir e/ou acompanhar artistas seja em discos ou shows, e de seus recitais no próximo ano em Pequim. Pede mais espaço na mídia brasileira para a música instrumental, e se orgulha em dizer que seu estado, Minas Gerais, é o que abriga o maior número de festivais e encontros desse gênero. “Ceará, Bahia e Paraná contam com ótimos festivais e o espaço se abre agora mais ao Sul, com o Floripa Instrumental, e ao Norte, com o Festival de Manaus”, diz com a propriedade de quem conhece profundamente o ramo.
“Desde o mestre Pixinguinha a riqueza do Brasil é muito ampla na música instrumental. É por isso que quero um público mais geral, quero multiplicar”. Seus projetos Aqui – Ó Jazz, de resgate da música instrumental mineira dos anos 60, e o Livrão da Música Brasileira, que  terá 600 partituras, são bons exemplos de sua preocupação em preservar e incentivar este gênero musical.
Homem de vários instrumentos, Toninho toca violão, guitarra, baixo, bateria e ganha “certa desenvoltura no piano”. No primeiro disco do Clube da Esquina, por exemplo, ele tocava baixo. Este mineiro compôs músicas como Diana, O Céu de Brasília e Durango Kid (todas com Fernando Brant), Dona Olímpia (com Ronaldo Bastos, gravada também por Nana Caymmi), Beijo Partido (gravada por Toninho, Nana Caymmi e Joyce) e seu maior sucesso, Manuel, o Audaz (com F. Brant). De suas dezenas de discos participaram músicos consagrados internacionalmente, como o guitarrista Pat Metheny, Naná Vasconcelos e Eliane Elias.
Entre os ídolos de Toninho estão Hermeto Pascoal, Dorival Caymmi, Tom Jobim e o conterrâneo Wagner Tiso. O guitarrista Wes Montgomery é sua inspiração. Ele destaca os brasileiros Hamilton de Holanda e Yamandu Costa, como os atuais responsáveis pelo ressurgimento na mídia da música instrumental brasileira.
Toninho Horta, Robertinho Silva e Arismar
sobem ao palco do Floripa Instrumental dia 26,
 a partir das 21h, no Ribeirão da Ilha.
Não é à toa que um deles, o gaúcho Yamandu, estará no mesmo palco do Floripa Instrumental, onde Toninho promete levar, ao lado do baterista Robertinho Silva e do multiinstrumentista Arismar do Espírito, uma música com suingue brasileiro. “Somos um trio pra lá de maduro na música brasileira, tocamos juntos desde  a década de 70, temos uma linguagem própria e muito bom humor”, confessa o mineiro. No repertório, as músicas do disco Cape Horn, como Bons Amigos, além das clássicas Beijo Partido, Vestido de Noiva e Manuel o Audaz.
         

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ribeirão da Ilha, o porto sonoro do Floripa Instrumental


O BUCÓLICO e preservado Ribeirão da Ilha recebe nos dias 26 e 27 de novembro, durante o Floripa Instrumental, nomes que representam o melhor da música instrumental brasileira. Entre eles estão o violonista Yamandu Costa, o grupo Ginga do Mané, o gaitista Gabriel Grossi, o lendário baterista Robertinho Silva, o multiinstrumentista Arismar do Espírito Santo e o guitarrista Toninho Horta, um dos pais do Clube da Esquina – movimento de música que tinha entre seus integrantes Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Wagner Tiso, entre outros. 
Toninho Horta, uma das atrações do Floripa Instrumental, foto
 Cristiano Quintino
Toda essa comunhão de sons se realiza na praça da Freguesia e no salão paroquial, com forte apoio da comunidade do Ribeirão da Ilha e gratuitamente.

O Floripa Instrumental tem início no dia 26 às 15 horas quando Felipe Coelho (violão de 7 cordas) e Bruno Moritz –(acordeom) mostram um repertório aberto, com choros, tangos e baiões que brotam do acordeom e do violão com forte influência do flamenco. Depois será a vez do grupo de choro Ginga do Mané receber o aclamado violonista Yamandú Costa. Às 19h chega o jovem gaitista brasiliense Gabriel Grossi e sua banda.
Grupo de chorinho Ginga do Mané recebe violonista Yamandu no final da
tarde de sábado na Freguesia do Ribeirão. foto Daniel Queiroz
Yamandu Costa, by Pablo Corti
Na sequência dessa verdadeira louvação às sonoridades brasileiras, entram em cena três músicos que percorreram juntos boa parte das décadas de ouro da música brasileira: Toninho Horta, Arismar do Espírito Santo e Robertinho Silva. Com uma trajetória que une jazz, mpb e o melhor do instrumental feito por aqui desde a década de 1970, o trio apresenta um repertório brasileiro com músicas consagradas de Toninho Horta, entre elas Beijo Partido, Manuel o Audaz e Viver de Amor, entre outras. É uma reunião de “capos” da harmonia, da melodia e do ritmo.
Ainda no primeiro dia a apresentação em conjunto do Grupo Metal Brasil - Cássio Moura Trio - e a virtuose de Jorginho do Trompete. Aí então, o céu do jazz não será o limite. Com um repertório que vai das tradicionais big bands às orquestras brasileiras, a quebradeira vai ser geral. E para completar a celebração musical do mais alto nível, uma jam session à meia noite promete atrair até as bruxas de Franklin Cascaes para a Freguesia!
No domingo (27), o som tem início às 17h, quando um dos violonistas mais expressivos, Guinha Ramires, convida os compadres Gringo Saggiorato (baixo) e Pedrinho Figueiredo (flauta e saxofone). Na sequência, o encontro dos acordeons de Toninho Ferragutti e Bebê Kramer promete não deixar pedra sobre pedra.
A centenária Banda da Lapa, do Ribeirão da Ilha,  encerra, no domingo, o Floripa Instrumental.  foto Pablo Corti

A benção final do Floripa Instrumental será às 19h, com o show dos anfitriões, a Banda da Lapa, criada no Ribeirão da Ilha em 1896. Assim como outros, este Floripa Instrumental teve apoios e patrocínios como do Funcultural, do Governo do Estado de SC, e da Tractebel Energia, pela Lei Rouanet.


PROGRAMAÇÃO
Felipe Coelho (violão 7 cordas) e Bruno Moritz, abrem o
Floripa Instrumental no sábado, às 15horas. foto/Divulgação



 Sábado  26  de Novembro

15h – Felipe Coelho e Bruno Moritz
17h – Ginga do Mané convida Yamandu Costa
19h – Gabriel Grossi e banda
21h  - Toninho Horta, Arismar do Espírito Santo e Robertinho Silva
23h – Grupo Metal Brasil, Cássio Moura Trio e Jorginho do Trompete
24h – Jam Session





Domingo 27  de Novembro
17h – Guinha Ramires convida Ronaldo Saggiorato e Pedrinho Figueiredo
18h – Toninho Ferragutti e Bebê Kramer.
19h – Banda da Lapa