Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

3 mil km em sete dias

Taim, by Pablo Corti.



UNIR trabalho, viagem, estrada, música e camaradagem é um luxo. Foi o que Pablito e eu fizemos nos últimos sete dias, saindo da Ilha de Santa Catarina às 17 horas de quarta-feira, 10 de agosto, e voltando às 17horas, do dia 17. Destino: Montevidéu via Chuí e volta por Sant’Ana/Rivera.
Bem calculado, o primeiro pit stop foi às margens da BR 116, antes do trevo de Pelotas, no hotel Plaza Ipiranga, mais conhecido como Cavada. Preço justo (R$ 120,00), wifi, café honesto e muito movimento, um hotel de viajantes. Pela manhã, pegamos a movimentada BR 116, acesso a um dos portos mais importantes do Brasil, que não é duplicada. Por ali passam caminhões enormes com carros de várias marcas e a maioria dos produtos para construir as eólicas que se multiplicam no Sul do País. É bom dirigir com cuidado, mas logo depois é hora de relaxar, pois vem a estrada que corta a reserva do Taim, um show da natureza que vale ser apreciado. A dica é passar no local antes das 10h.
Playa del barco, by Pablo Corti.



Arquitetura, by Duda Hamilton




Nacionalismo.
Dali direto para Punta Del Este, com direito a parada na paradisíaca La Pedrera e La playa del Barco. Do lado do mar a Lua cheia, no oposto o pôr do sol do pampa e, claro, um frio de 9 graus, com muito vento, porque ali sopra o tempo todo. Surpresa foi na estrada entre Rocha a Punta, na localidade de Manantiales, onde se proliferam as chácaras com plantações de uvas, pousadas, resorts e hotéis boutiques.
Assim como a Seleção Celeste, o povo do Uruguai está em ritmo de olé - próspero e confiante no futuro.  Estão abundantes as construções, em Punta e ao redor. Vale conferir a cidade de Maldonado e seu charmoso restaurante Si, querida, ótima dica da amiga Luisa Elena, que nos acolheu em Punta e nos levou para conhecer.
De Maldonado pra frente farejei o Jango. Passei por locais onde ele ia ouvir Vinicius, jogar, conversar, beber, estar com a família, vender e comprar gado e se reunir com amigos. Quem era esse presidente que vivia exilado entre Maldonado e Buenos Aires e nunca conseguiu voltar a seu país?
Em Montevidéu, dois dias de muita música, com boas sonoridades como a de Jorge Galemire, Fernando Torrado, La Dulce, Tabaré Cardozo, entre outros, além do aniversário de 40 anos da cantautora Samantha Navarro, na beira do Rio de La Plata, no Club de Pesca Ramirez, com muitos tambores e guitarras, num domingo celeste.
  Na volta por Rivera/Santana, outro pit stop, desta vez para dar e receber carinho das mães – Ana e Isa – e tomar mate com as amigas Tina e Celina. E como nem tudo é um dia celeste de sol, acendeu a luz amarela do motor da camionete na BR 290, entre o trevo de Santa Maria e Cachoeira do Sul. Depois de sobressaltos, do carinho do irmão e dos sobrinhos,
Samantha Navarro & La Dulce, música uruguaia, by DH 
do pouso aconchegante da Verinha, da mão amiga do Nardi para arrumar a camionete, a volta pra casa.
Fica aqui registrado meu repúdio à concessionária Nissan de Porto Alegre, que pediu mais de 24 horas para devolver o carro, mesmo sem diagnosticar o problema, bem simples. Nada mais era do que um contato entre conexões provocado por uma chapa de proteção, coisa que vem ocorrendo com freqüência em motores diesel dos modelos XTerra e Frontier. Neste agosto de bom gosto, os 3 mil km podem até ter sido cansativos para o corpo, mas para a alma faz um bem danado, porque recarrega a energia, fortalece a vida e as relações.
Por la rambla, by DH