Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

domingo, 16 de outubro de 2016

Jazz, mpb, choro e a música do mundo no Floripa Instrumental 2016

Banda da Lapa, a anfitriã do 
Floripa Instrumental, Foto Guilherme Zanini

Na Freguesia do Ribeirão ancoram sons e tons de 12 a 15 de novembro, entre as atrações Trio Laçador com Borghetinho, o jovem Daniel Migliavacca e os herdeiros do Clube da Esquina Beto e Wilson Lopes, além dos talentosos músicos prata da casa. 

Beto e Wilson Lopes, a harmonia mineira ancora
 na Freguesia do Ribeirão, foto divulgação
CONSOLIDADO no calendário musical da Ilha de Santa Catarina, o Floripa Instrumental ganha mais um dia na edição de 2016. Inicia em 12 de novembro, com os violonistas mineiros Beto e Wilson Lopes, herdeiros do Clube da Esquina de Milton Nascimento, e encerra dia 15, com o Trio Laçador puxando para o palco da Freguesia do Ribeirão da Ilha a gaita internacional de Renato Borghetti. No domingo, 13, é a vez do jovem bandolinista Daniel Migliavacca, uma das revelações da música instrumental brasileira. Ele se apresenta com seu Quarteto -  Gustavo Moro (violão 7 cordas), Glauco Solter (baixo) e Luis Rolim (bateria) executando um repertório de diversos ritmos, como choro, samba, jazz e frevo. Na segunda, véspera de feriado, a noite fica com a anfitriã e centenária Banda da Lapa e Mauro Albertt Quarteto, com o jazz manouche.

"Como em outras edições vamos reunir no palco formações inusitadas, como o Trio Laçador – Alegre Correa, Bebe Kramer e Guinha Ramires – com o parceiro do século passado Borghetinho”, explica o produtor do Floripa Instrumental, Antonio Floriano. Não é à toa que entre as músicas mais populares do gaiteiro estão Barra do Ribeiro (Guinha) e Laçador (Alegre). A sonoridade, sem dúvida, vai ser de raízes locais e caráter universal. No repertório não vão faltar Sétima do Pontal e composições de Bebe Kramer, Alegre e Guinha.

Renato Borghetti é o convidado especial do Trio Laçador - Alegre Correa/Bebe Kramer
Guinha Ramires, foto Antonio Carlos Floriano
Sempre com a preocupação de mostrar ao público as revelações instrumentais, neste ano a produção musical escolheu o bandolinista Daniel Migliavacca, natural de São Paulo e radicado há anos em Curitiba. No repertório do show Jacob do Bandolim, Dominguinhos, Hermeto Pascoal e composições do instrumentista como Segue o Baile e Partiu. Não faltará, certamente, Manhã de Carnaval, de Luis Bonfá e Antonio Maria. O grupo já se apresentou com grandes nomes da música brasileira como o acordeonista Renato Borghetti, que também estará no Floripa Instrumental.


No repertório de Daniel Migliavacca choro, jazz, forró
 e muito mais, foto Ivana Podolan


Depois da apresentação dos mineiros Wilson e Beto Lopes, o guitarrista Cássio Moura Quarteto Cristian Faig na flauta, Carlos Ponce Ribeiro Junior no contrabaixo, e Mauro Borghezan na bateria - também se apresenta a partir das 23horas. A ideia é mostrar um repertório mesclado, que vai dos standards do jazz até música brasileira, passando pelas composições do CD autoral Cássio Moura.









SERVIÇO
O QUE – Floripa Instrumental
ONDE – Freguesia do Ribeirão da Ilha – Florianópolis
QUANDO – De 12 de novembro a 15 de novembro
HORÁRIO – Sábado e Segunda às 21 horas. Domingo e Terça a partir das 17horas.
QUANTO – GRATUITO
PATROCÍNIO – ENGIE

PROGRAMAÇÃO
Mauro Albertt Quarteto e o jazz manouche
 foto Divulgação

Sábado – 21 horas – Os violonistas mineiros Beto e Wilson Lopes, herdeiros do Clube de Esquina – Milton Nascimento, Toninho Horta, Lô Borges, Flávio Venturini, entre outros. Às 23 horas se apresenta o guitarrista Cássio Moura Quarteto.

Domingo – A partir das 17 horas – Daniel Magliavacca Quarteto, jovem bandolinista é acompanhado  de  Gustavo Moro (violão 7 cordas), Glauco Solter (baixo) e Luis Rolim (bateria).

Segunda – 21 horas – Banda da Lapa e Mauro Albertt Quarteto, jazz manouche na Freguesia.

Terça – A partir das 17 horas Trio Laçador – Alegre Correa/Bebe Kramer/Guinha Ramires – e Renato Borghetti.





domingo, 24 de janeiro de 2016

BBKRAMER 4TETO

Bebê Kramer, acordeon, foto Pablo Corti
Guto Wirtti, (contrabaixo), foto Gabi Lopes



Luis Barcelos, bandolim, foto Arquivo Pessoal
Sergio Valdeos, (violão), foto Divulgação

            

            Uma mistura   de sons  e ritmos do Sul




  O gaúcho radicado no Rio de Janeiro, Alessandro Kramer, mais conhecido como Bebe/BB Kramer (acordeon), juntou três amigos – Gutto Wirtti (baixo), Luis Barcelos (bandolim) e Sergio Valdeos (violão) para montar o trabalho BBKramer 4TETO e fazer uma turnê pelo Sul do País. No dia 27 de janeiro, às 19h45 horas, eles se apresentam na Concha Acústica do Parque Nicanor Kramer da Luz, como convidados especiais do 31 Rodeio Crioulo Internaci0nal de Vacaria (RS). Na volta do filho à terra, BB Kramer faz um show de releituras de músicas clássicas campeiras como Mate Amargo, Querência Amada, Gauchinha Bem-Querer, Prenda Minha, Os Homens de Preto, além de outras composições, como Correntino (Luis Carlos Borges), Santa Morena  (Jacob do Bandolim)À Galope (Guto Wirtti) Lusco fusco e Hermanos Flores (BB Kramer), entre outras.

O acordeonista pinçou esses clássicos e escreveu arranjos para o quarteto. O que não falta é a improvisação na medida certa, despretensiosa como uma boa conversa. “O sotaque está puxado, mas tem bandolim nunca visto nesse repertório da música pampeana, e ainda o violão de Valdeos, que traz o sotaque peruano para a música gaúcha. Uma mistura boa, uma sonoridade sulamericana”, explica BB Kramer, que saiu de Vacaria ainda guri, tempos depois de vencer o concurso de gaita do Rodeio Internacional.

Acostumados em palcos de diferentes tamanhos, diversas formações e público seleto, a apresentação de BBKramer 4TETO está reservada para outras cidades do Sul, entre elas, Lages, no dia 29, no Teatro do SESC.
Nessa turnê em quarteto pelo Sul, a ideia é relembrar grandes nomes como Teixeirinha, Conjunto Farroupilha e o gaiteiro Luis Carlos Borges, um ícone de seu instrumento desde os anos 1970. Mas eles querem mostrar também as novas composições tanto de BBKramer como Guto Wirtti, que nos últimos anos vêm se firmando como talentosos compositores e improvisadores da música instrumental brasileira.
 “A música que fizemos, três gaúchos e um peruano, são mesclas. Vai ter também uma mistura de valsa com choro, por exemplo, mas na mesma linguagem latina”, afirma BB Kramer, que se apresentou no Encontro Brasileiro do Acordeon e fechou o ano de 2015 com uma turnê pela Europa no final de novembro.


 
O 4TETO 

BBKramer,nasceu Alessandro Kramer, em Vacaria (RS), onde começou a estudar acordeon, seguindo os passos de seu pai Alencar Rodrigues, gaiteiro conhecido nas terras gaúchas. Quando se mudou para Florianópolis, no final dos anos 1990, ganhou o apelido de bebê, por ser jovem de idade, mas um adulto na arte de tocar acordeon. 



Ali na beira do mar ou da Lagoa da Conceição desenvolveu trabalhos com Guinha Ramires, Ronaldo Saggiorato, Mário Conde, Alegre Correa, entre outros. Em 2007, se mudou para o Rio de Janeiro, onde divide o palco com grandes nomes da música brasileira. Atualmente é dos nomes mais significativos da nova geração de acordeonistas, sendo elogiado por ninguém menos do que Dominguinhos e Luis Carlos Borges.  Alegre contador de histórias, versátil no seu instrumento, BBKramer já tem dez discos gravados e projetos para mais uns três em 2016, inclusive o BBKramer4TETO. Aos 15 anos gravou seu primeiro álbum com o Grupo Gaitaço. De lá pra cá não parou mais: são três cds com o grupo Dr. Cipó, um solo com Guinha Ramires, Guto Wirtti e Alegre Correa; dois em duo - um com o acordeonista Toninho Ferragutti e outro com Gabriel Grossi (harmônica). Além disso tem um disco com Yamandu Costa, Rogerinho e Luis Barcelos, e acaba de finalizar um trabalho com Alegre Correa e outros amigos.



Guto Wirtti nasceu em berço de músicos, na cidade de Frederico Westphalen, e aos 13 anos já se  apresentava em concertos e festivais no Rio Grande do Sul.


 Aos 16  anos mudou-se para Salvador e, em 2003, a convite de Yamandu Costa,   mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar em duo com o  violonista. Com Yamandu se apresentou em vários festivais, como o  Melbourne Jazz Festival, na Austrália. Em 2007, ao lado de Nicolas Krassik, participou do disco independente  Lida, de Yamandu, gravado pelo trio violão, contrabaixo acústico e  violino, álbum que foi relançado em 2011, pela Biscoito Fino. Como baixista e arranjador trabalhou em shows e gravações com Léo Gandelman, Celso Fonseca, Ed Motta, Luiz Melodia, Wilson das Neves,  Milton Nascimento, Mart'nália, Gabriel Grossi, Nicolas Krassik,  entre outros. Em 2015 concebeu e arranjou shows para homenagear os 100 anos de Lupicio Rodrigues, além disso desenvolveu trabalho com Sergio Mendes.

Luis Barcelos nasceu em Porto Alegre e em 2005, com 18 anos, foi morar no Rio de Janeiro. Considerado uma das grandes revelações da música instrumental brasileira, Luis é um jovem bandolinista, arranjador e compositor, que vem unindo a escola do bandolim brasileiro ao atual bandolim de 10 cordas. 


Os críticos consideram seu som como único, inventivo e marcante, sempre com o foco no mais sofisticado gênero instrumental brasileiro: o Choro. Mas o bandolinista transita também, com liberdade e criatividade, por outros caminhos musicais. Como bandolinista já participou de shows e discos de Yamandu Costa, Roberta Sá, Alaíde Costa, Elza Soares, Chico Buarque, Wilson das Neves, Monarco, Fundo de Quintal, Paulo Moura, Beth Carvalho, entre outros. Além de seu trabalho instrumental, compõe com maestria e já tem músicas assinadas com os veteranos Hermínio Bello de Carvalho e Délcio Carvalho. Como arranjador, escreveu Suíte Impressão Brasileira, de Yamandu Costa, sob encomenda do Museu do Louvre, Paris. Fez a direção musical do espetáculo teatral Amigo Cyro, Muito te Admiro, sobre o cantor Cyro Monteiro. Seu primeiro disco solo Depois das Cinzas apresenta composições, como Um sábado na Urca, Simbólico e Quebrando Tudo.


Sergio Valdeos nasceu em Lima, no Peru, é violonista, arranjador e já trabalhou com diversos músicos e cantores, como Eva Ayllon, Pilar de la Hoz, Carmina Canavino, Gian Marco Zignago, Cecilia Barraza, Cecilia Bracamonte, Jane Duboc, Guinga, Leila Pinheiro e Celia Vaz. Sua participação no grupo da cantora Susana Baca, ganhadora do Grammy Latino de 2002, lhe proporcionou viagens pelos cinco continentes, nos principais festivais de world music, e muita experiência musical.

Vivendo no Brasil há anos, Sergio foi um dos idealizadores do quarteto de violões Maogani, vencedor de diversos prêmios no Brasil, entre eles o da Música (2015); o TIM (2005) e Caras (2002). Atualmente, o violonista faz parte do grupo Maogani, que lançou, no ano passado, um disco dedicado a obras pouco conhecidas de Ernesto Nazareth. Além disso, Sergio, que vive no Rio de Janeiro, trabalha na pós-produção de um disco em parceria com Renato Braz, onde os dois exploram um repertório latino-americano.
No Peru, Sergio foi professor da escola de folclore José Maria Arguedas (2000-2001) e fundador do Clube do Choro (2002-2008), grupo dedicado à difusão do choro e da cultura brasileira neste país. Um de seus trabalhos que ganhou destaque foi a criação do grupo Kenyara com um trabalho livre sobre a música instrumental da costa e dos Andes do Peru.