Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

sábado, 15 de maio de 2010

Um João e três talentos


No show que fez sexta, dia 14, em Florianópolis, João Bosco, mostrou que, apesar de suas canções de sucesso como Papel Marche e Corsário, não é artista de uma nota só. Ele derramou no palco sua brasilidade, experiência e sabedoria ao juntar, com seu inconfundível violão e com a ainda afinada e modulada voz, três músicos entre os melhores do Brasil em seus instrumentos – Ricardo Silveira (violão-guitarra), João Batista (baixo) e Kiko Freitas (bateria). Foi um encontro de talentos musicais, com um desempenho equilibrado, que mostra o baterista em sua melhor forma, com sons que só saem do seu instrumento.
No show, que leva o mesmo nome do último disco, Não vou pro céu, mas já não vivo no chão, destaque para velhas e novas canções que ganharam arranjos “bossanovistas”. Mas só João Bosco, em parceria com Nei Lopes, poderia fazer Jimbo no Jazz, uma homenagem ao trombonista Jimbo, irmão do Nei Lopes, que dizia fazer jazz no jongo. Este foi o ponto alto da noite, que me levou pro céu. No disco, a música é executada só com voz e violão, e no show ganhou corpo com o baixo inconfundível de João Batista, que por muitos anos, apesar de gaúcho, acompanhou os mineiros, principalmente Milton Nascimento. Ricardo Silveira, produtor musical do disco e do show, é velho conhecido, sempre ao lado dos melhores artistas brasileiros, entre eles Elis Regina, Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Milton Nascimento.
Foram lembrados também os músicos brasileiros Gilberto Gil e João Donato, com a sempre atual A Paz; Dorival Caymmi e os mineiros Milton Nascimento e Lô Borges, com Trem Azul. A bossa nova foi reverenciada com a canção Lígia, de Tom Jobim. Músicas deste disco, como Pinturas, que cita Garopaba; Tanajura e Perfeição são o indício de que João bebeu na bossa, mas é, acima de tudo, um músico que traz no sangue sua descendência afro, como Baden Powell.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A sétima arte no divã


Para quem gosta de cinema e psicanálise, um ótimo programa em Floripa de sexta a domingo - 14 a 16 de maio – é o 1º Festival Psicanálise vai ao Cinema, com quatro filmes exibidos no Corporate Park, na SC-401, número 8.600, caminho das praias do Norte da Ilha de Santa Catarina. A organizadora Soraya Valerim, da Seção SC da Escola Brasileira de Psicanálise, explica que a meta é conversar a partir do que os filmes dizem sobre a subjetividade atual. Para isso convidou jornalistas, psicanalistas e professores que vão analisar os filmes. Sem dúvida, uma ótima oportunidade para pensar, discutir e se expor.


sexta-feira, 14 de maio
19h30 – A Onda (107 minutos), de Denis Gansel. A produção alemã de 2008 conta a história de um professor que propõe uma experiência que explica na prática os mecanismos do fascismo. Os alunos começam, então, a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. O professor ainda tenta interromper a experiência, mas descobre ser tarde demais. Após a sessão, os comentários contam com a participação do crítico de cinema e jornalista, José Geraldo Couto, e da psicanalista Soraya Valerim.

sábado, 15 de maio
14 horas - A Banda (87 minutos), de Eran Kolirin, com produção de Israel, França e Estados Unidos em 2007. Conta a saga de um pequeno conjunto musical egípcio que chega a Israel para uma apresentação, mas por causa da burocracia, falta de sorte e outros imprevistos, são esquecidos no aeroporto. A banda tenta se deslocar por conta própria, mas vai parar numa pequena e quase esquecida cidade israelense, em algum lugar no coração do deserto. Os comentários são da psicanalista Cínthia Busato e do professor Fábio Lopes, da UFSC. Na mesa redonda, com o tema sublimação os psicanalistas Louise Lullier e Romildo Rêgo Barros.

19h30 - Maus Hábitos (103 minutos), do mexicano Simón Bross. É a história de uma jovem freira que inicia um jejum místico; uma mulher linda e magra que tem vergonha do peso de sua filha; e um pai que redescobre o amor nos braços de uma estudante gordinha. Os personagens têm suas vidas unidas não somente pelos laços familiares, mas, principalmente, pela sua relação com a comida. Os comentários são de Romildo Rego Barros e o professor Fernando Vugman, da Unisul.


domingo, 16 de junho
17 horas - Se Nada Mais Der Certo (120 minutos, 2009), de José Eduardo Belmonte.
O filme brasileiro conta a jornada de um jornalista desempregado; uma mulher depressiva cujo filho é criado pela empregada; um taxista que acredita precisar de um psiquiatra; e uma mulher que se veste como homem. Aos poucos surge entre eles um forte laço, aumentado ainda mais quando decidem aplicar um golpe. Participação do ator Cauã Reymond.

Quanto: R$50 para profissionais e R$35 para estudantes (todos os dias do Festival), com vagas limitadas.

Mais informações em http://www.ebpsc.com.br/ ou pelo fone (48) 3222.2962.