Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sem perder a essência


O SOM DELES É vibrante, requintado e sensual, uma mistura de tango e música eletrônica que mexe com o corpo e com a alma. Formado pelo francês Philippe Cohen Solal, o suíço Christoff H. Muller e o argentino Eduardo Makaroff, o Gotan Project se apresentou quarta-feira à noite no Vivo Rio reforçado. Lá estavam os elegantes e talentosos Facundo Torres (bandoneon), Ananta Roosend (violino e sopro), Lalo Zanelli (piano) e a simpática vocalista Claudia Pannone.
Em sua terceira passagem pelo Brasil, o grupo apresentou alguns sucessos dos dois primeiros discos – La Revancha del Tango e Lunático – mas centrou-se no excelente álbum lançado neste ano: Tango 3.0. Um dos pontos altos foi a homenagem ao autor argentino Julio Cortázar, com a música Rayuela, mas as execuções das fantásticas Peligro e Tu Misterio, me fascinaram.
Num telão atrás dos músicos eram exibidas imagens e clipes, e quando dois rappers apareceram no imenso telão mesclando suas vozes com o som do Gotan, o público delirou. E eu fiquei com a certeza de que eles, dos grupos de eletrotango, são os que conseguem o que parece impossível: juntar o moderno ao clássico, numa mistura de arrepiar.
Aplausos, gritos e assovios e o Gotan voltou, depois de quase 2 horas de show, para apresentar o “bis”: Santa Maria (del Buen Ayre) e Immigrante. Quando terminou fiquei com um gosto de quero mais. Quem tiver em Salvador, em 13 de outubro, ou em Porto Alegre, dia 15, não pode perder a oportunidade de sentir essa mistura, que deu outra roupagem ao tango, mas sem deixá-lo perder a essência.