Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Floripa Instrumental ancora no Ribeirão da Ilha no próximo feriado

Floripa Instrumental abre, dia 15, às 21 horas, com Renato Borghetti. foto: Elenize Dezgeniski 

De 15 a 17 de novembro a harmonia da música vai tomar conta do Ribeirão da Ilha, com o projeto Floripa Instrumental. No palco, a diversidade de gêneros musicais com Renato Borghetti, Alessandro Penezzi, Alê Ferreira, além dos nativos Geraldo Vargas, Banda da Lapa e Luiz Meira e banda. Tudo gratuito, com o patrocínio, via Lei Rouanet, da Tractebel Energia.
A abertura fica com o gaúcho Renato Borghetti, um dos artistas brasileiros de mais sólida carreira internacional, que chega a fazer quatro turnês anuais. Com suas milongas, chamamés e canções sem fronteira, Renato Borghetti mescla folclore e modernidade em suas composições, com um estilo inconfundível. E é isso que ele vai levar para o palco defronte à Igreja do Ribeirão, às 21 horas do dia 15 de novembro, feriado nacional.
Na sexta-feira na Praça, às 14 horas, o músico Alegre Correa, radicado atualmente em Florianópolis, ministra oficina musical gratuita, que tem como preferências os colaboradores do catarse  - jam session colaborativa acesse http://catarse.me/floripainstrumental.

O chorinho de Geraldo Vargas
Alessandro Penezzi. fotos: divulgação
Alê Ribeiro

O chorinho aporta no Ribeirão à noite, 21 horas, pelos instrumentos de Alessandro Penezzi (violão), Alê Ribeiro (clarinete) e Geraldo Vargas (bandolim). Eles interpretam grandes mestres da música brasileira como Ernesto Nazareth, Luperce Miranda, Zequinha de Abreu, Sivuca, entre tantos outros. No sábado, o show da Banda da Lapa, lá do Ribeirão, é às 19horas e, às 21horas, o encerramento do Floripa Instrumental fica com o prata da casa, Luiz Meira (violão) e Banda – Uiliam Pimenta (piano e teclados), Rafael Calegari (contrabaixo), Neto Fernandes (bateria) e Alexandre Damaria (percussão).

O talento da casa, Luiz Meira, fecha o Floripa Instrumental e promete surpresas ao subir no palco do Ribeirão da Ilha, foto Thiago Ericson

 Meira vai relembrar a fase inicial de sua carreira, quando seus shows eram instrumentais executando composições como Café e Flamenca. Ele promete também releituras, por exemplo, My Love (Paul McCartney), e algumas outras surpresas que saem de sua guitarra Ibanez semiacústica, batizada há 20 anos por Daniel Lucena como Dirce Maria, que o acompanha nos palcos da vida.

JAM SESSIONS -Diferente dos anos anteriores, as jam sessions do Floripa Instrumental 2012 serão financiadas de forma colaborativa. É possível com alguns cliques e reais apoiar financeiramente o som que gira por três dias no Salão Paroquial do Ribeirão da Ilha, com os principais nomes da música instrumental brasileira.  O objetivo é arrecadar R$ 9 mil para pagar o cache dos músicos e a sonorização durante as três noites – 15, 16 e 17 de novembro. Gostou da programação? Clique, colabore e ancore nesse porto da boa música que é o Ribeirão da Ilha http://catarse.me/en/floripainstrumental


SERVIÇO
O que – Floripa Instrumental
Quando – 15, 16 e 17 de novembro
Onde – Ribeirão da Ilha
Horário – DIA 15 - 21h - show de Renato borghetti
               DIA  16 - 14h - Oficina de criação e filosofia musical com Alegre.
               21h - Show com Alessandro Penezzi, Alê Ribeiro e Geraldo Vargas.
               Dia 17 - 19h - Banda da Lapa
               21h - Show com Luiz Meira e Banda
Valor – Gratuito
Patrocínio – Via Lei Rouanet, Tractebel Energia

texto Duda Hamilton

domingo, 26 de agosto de 2012



Sonhos não envelhecem…


fotos by Pablo Corti

Com o teatro da UFSC lotado, Milton Nascimento subiu ao palco às 21h15 debaixo de palmas e gritos, para fazer o show Travessia, que marca seus 50 anos de carreira. Do início ao fim foi impossível não cantarolar canções que marcaram uma geração, como, Canção da América, Bailes da Vida, Canção do Sal, Travessia, Fé Cega, Faca Amolada, Coração de Estudante, Bailes da Vida, Para Lennon & Mc Cartney (com nova versão), entre outros tantos sucessos.

A plateia, com média de idade de quase meio século, soltou a voz e se entregou à emoção em quase todo o show, com quase 2 horas de duração. Desde o primeiro acorde, com Bola de Meia, Bola de Gude, Milton mostrou que a tecnologia do som ajuda, mas não deixou sua voz nos bailes da vida. Seu folego e alguns agudos impressionaram, demonstrando que o passar do tempo e os problemas de saúde não comprometem seus 50 anos de carreira.

O ápice foi com Canção da América, às 22h21, quando ele sentou e pediu para o público cantar pra ele. Foi bonito de ouvir e admirável de ver que ninguém se perdeu na letra, talvez porque seja uma geração que acredita que Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves… Outro bom momento foi com a música Encontros e Despedidas e o coro Coisas que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando quero…

Duas cantoras receberam homenagem de Bituca, Elis Regina, com Canção do Sal; e “la negra” Mercedes Sousa com Sueño con Serpientes. Marca de sua carreira, Milton Nascimento continua generoso com os músicos com quem divide o palco. Na apresentação da UFSC isso foi comprovado com vários solos e com uma música instrumental. Na banda, que só foi apresentada quase no final do show, o talento de Kiko Continentino (piano), Victor Santiago (sopro), Eneas Xavier (baixo), Wilson Lopes (guitarras), Lincoln Cheib (bateria).


 E é claro que teve música dos últimos discos e também a clássica Maria, Maria, no bis. Senti falta da minha predileta Nada será como antes, talvez porque o mineiro acredite que nada será como está...Amigo Luiz Eduardo Peixe Teixeira compartilha da ideia e acredita que Nada será como antes, “é Lennon & McCartney, caso eles fossem mineiros”.

No encerramento do show, com assinatura da Orth Produções, o recado chegou por meio dos versos do poeta catalão, Joaquín Bartrina, Si quieres ser feliz como me dices, no analices, no analices…


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Entre os encantos e as pedras da Armação



A Praia da Armação faz 240 anos hoje, quinta,  26 de julho de 2012, e me deparo com as lembranças de 22 atrás quando aqui cheguei. Com ares de aldeia, a Armação me ganhou pelo mar, por ter mais nativos do que vindiços e, principalmente, pelas marcas visíveis do passado por todos os lados
Pouco antes de chegar no canto direito da praia, ainda teima em aparecer, de vez em quando, uma pedra lítica. Mais adiante surgem dois pilares construídos com óleo de baleia, é o que restou da antiga casa de depuração do óleo, da mesma época da Igreja de Sant’Ana, datada de 1772. Por muitos anos o lugar experimentou um forte crescimento por ter como negócio a matança de baleias, cujo óleo foi usado durante anos na construção civil para fazer a liga, mais ou menos a função do cimento hoje, e também como combustível para iluminação.

No verão, era comum conferir os ossos de baleias que eram desenterrados durante as marés baixas após as ressacas. Basta passear pela rua principal e reparar nas casas, algumas delas exibem ossos dos animais, como costelas, rótula, mandíbula, vértebras. A Igreja, apesar de muitas reformas, ainda tem a marca da construção, com enormes pedras, e tinha como vizinho o escritório da Companhia, onde hoje é o Hostal Bells.




Os moradores mais velhos contam que antigamente para sair da frente da igreja era necessário ultrapassar uma duna para chegar ao mar. Outros relembram da água livre circulando entre o Matadeiro e a Armação, com o Rio Sangradouro no meio. Dependendo da maré e das correntes a água passava de um lado para o outro, o que não ocorre hoje, pois existem pedras e uma passarela.
Ando atrás é de um registro dos anos 1970 com a retirada de boa parte das dunas da Armação para utilizar na construção do aeroporto Hercílio Luz. Segundo moradores, foi a partir dessa época que começaram a ser construídas as casas na beira da praia. No início da década de 1980 chegou o asfalto, o turismo e muitas famílias do centro de Florianópolis construíram casas de praia. Apareceram os primeiros minimercados, um único telefone público, e alguns bares e restaurantes, como o Vieira e o Ferro Velho.
Em 1990, 80% das casas existentes hoje à beira-mar estavam lá, com uma longa faixa de areia na frente, algumas com quadras de vôlei, inclusive. Os turistas e moradores faziam um verão bem musical, embalados pelos carnavais e pelo Xis do Elvis, shows no Companhia do Mar, saborosos pratos do Vieira, na Taberna do Português e no Capitão Gaivota, além das compras no Mercado Sagaz. Logo depois veio o Nutrilanches, as pizzarias,  e mais ruas asfaltadas. A água foi estatizada e o saneamento ficou na promessa.
Poucos desses locais resistem, mas os meus encantos ainda persistem em vários cantos. A força da natureza deixa marcas, e profundas, alterando a paisagem do lugar. Casas construídas onde antes eram dunas foram engolidas pelo mar, em abril/maio de 2010. Outras ainda estão em pé, quem sabe até a próxima maré de sete anos. Onde até o início do Século 21 era areia, hoje são restos de casas e muitas pedras despejadas por caminhões para conter o mar, num custo de R$ 13 milhões.
Não sei se temos o que comemorar nesses 240 anos, mas temos muito o que cobrar das autoridades e indagar dos três candidatos locais a vereador. Sentimos na pele, ou seja no avanço do mar, o que é uma promessa não cumprida, mas também temos as relíquias do passado para defender. Pode ser que a gente não comemore, mas pelo menos reflita sobre a atual situação. E encontre o pote da solução!!!!


   fotos by Duda Hamilton



terça-feira, 17 de julho de 2012

Dia da Linguiça


HÁ ALGUNS MESES, um grupo de amigos, que se reúne nas Encostas da Serra (SC), planejava encher linguiça, como nos tempos dos avós. Muitas discussões e mil ideias em tardes ensolaradas e chuvosas no Rio da Prata e no Rio do Ouro. Depois disso, a caça pela receita, quando valeu tudo:  da criatividade, passando por velhos livros e sites especializados em embutidos, até disparar telefonemas para avós, mães e amigos.
Corta a mão e mistura com temperos

O mais difícil foi acertar a agenda de todos! Quando um podia o outro estava viajando; quando o outro tinha livre, as crianças estavam em aula. Resolvemos então esperar as férias dos pequenos e decretamos 15 de julho, o Dia da Linguiça. Quem vai, vai!


Como vocês podem imaginar, linguiça não se faz em um dia, ou, como se dizia, da noite para o dia. E foi assim que a função começou na sexta  - noite de Cortar a Carne a mão e temperar – entrou no sábado, que ficou o dia do Só Enchendo Linguiça, tanto com máquina elétrica, como manual. Depois? Segredos de sábado à noite!!
Dia e noite Enchendo Linguiça, by Duda Hamilton


No domingo, as linguiças preparadas por Elisabeth Silva, Pablo Corti e Regina Capis de Pasárgada ganharam o calor das brasas, num dia que os termômetros teimaram em não passar dos 5 graus nas Encostas. 


Lá estavam quatro tipos a serem degustadas:

1 – Com Especiarias - cardamomo, anis estrelado e pimenta do reino – mista (bovina/suína), de Elisabeth Silva

2 – Com Tomate Seco, Alecrim e Raspas de Limão – pura suína, de Regina Capis de Pasárgada

3 – Com Castanhas e Pimenta fresca – pura suína – de Regina e Beth

4 – Parrillera com Erva Doce – mista (bovina/suína) – Pablo Corti




Na degustação, no som, no bar e no registro, os conjuges e outros casais amigos que deram um sabor todo especial ao dia. Gratificante também foi presenciar as crianças soltas no verde, em completa harmonia com a natureza e meditando. Sinais dos tempos?


    

Agustín, Ana Clara, Carol, Dora e Mariana
O TRIO LINGUIÇA - Beth, Regina e Pablito



Salada orgânica para acompanhar

quarta-feira, 28 de março de 2012

E vamos ficando mais sem graça...

O inesquecível Millor e suas fases e faces.


Em seus Hai Kais 
É meu conforto
Da vida só me tiram
Morto.

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Probleminhas terrenos:
Quem vive mais
Morre menos?

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"Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem." 





quarta-feira, 14 de março de 2012

Entre motos e bicicletas...



HOJE, quarta-feira, 14 de março tive um final de tarde daqueles, achei que ia pegar fogo. No final da tarde, de volta pra casa pela triplicada SC 405 fui ameaçada por um motoqueiro. Tudo porque não coloquei o carro para o lado direito para deixá-lo passar. Acontece que se fizesse isso pegaria duas bicicletas que vinham na contramão pela minha direita. Só nesse átimo duas infrações de trânsito: a moto querendo passar, onde não tem espaço, e as bicicletas em sentido inverso. Tentei registrar o ménage ou entrevero de carros, motos e bicicletas.
Me senti um marisco, entre o rochedo e o mar – bicicletas e motos se multiplicam de forma impressionante, totalmente sem educação. As motos querem chegar mais rápido e as bicicletas andam por todos os lados e acham que a culpa sempre é do carro.
No posto da Polícia Rodoviária Estadual parei para fazer queixa, com o número da placa da moto na mão. Qual a minha surpresa ao saber que a moto era roubada, estava em um nome, mas outra pessoa é que tinha feito a ocorrência na 2 DP dos Sacos dos Limões, Florianópolis.
Conselho do policial: “minha senhora não reaja no trânsito, deixe passar. Se quer registrar queixa só no Saco dos Limões. Nós não podemos fazer nada”. Não foi o que aprendi na Escola Brinhosa ao fazer o curso para renovação da carteira. Mas o pior foi pensar nas tantas motos e bicicletas que encontraria no caminho até o Saco dos Limões. Um arrepio percorreu a minha coluna e desisti!

* as fotos e ilustrações foram retiradas de site do código de trânsito.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ribeirão da Ilha, o porto seguro da música instrumental

A energia e o bom humor de Robertinho Silva
aos 70 anos 

DOMINGO À NOITE o Floripa Instrumental acabou, mas seus sonoros resquícios ainda soam no computador por meio de DVDs, CDs e trabalhos surpreendentes como o da centenária Banda da Lapa, do Toninho Horta, e de Thaís Macedo, cantora carioca que veio conhecer a Ilha pelas ágeis mãos de BB Kramer (acordeom). Além dos belos momentos, dos sons únicos, do reencontro com amigos e amigas, o trabalho foi um prazer só, em total harmonia com o produtor Floriano e sua equipe. 
Gracias ao Pablo no foco, ao Marlon na caneta, aos colegas jornalistas na divulgação, e aos apoios e patrocínio  por acreditarem no encontro. Toninho, Robertinho, Arismar, Gabriel, Gringo, os guris da Ginga do Mané, Guinha, Pedrinho Figueiredo, Jorginho do Trompete, pessoal da Banda da Lapa, entre outros, foram ótimos os momentos de descontração e bom humor. Tchê Yamandu, obrigada pelo “mate”, pelo carisma e por ser o embaixador do Floripa Instrumental.






Público de todas as idades em sintonia total
 Valeu ver o público em comunhão e sintonia com os músicos, a comunidade abraçando o encontro e o Ribeirão se firmando como o porto seguro da nossa Ilha, onde ancora a música instrumental. Seja no palco da praia, no da igreja ou o do salão paroquial, a musica tocou nos nossos corações. É só fazendo que se conquista público como esse. 
Que venham os próximos Floripa Instrumental, Maratonas e eventos de cultura.
Ribeirôstock, não tem? Beth, Janine, Eneida e Vasques. Valeu!!

Robertinho, Toninho e Arismar, um antigo trio da pesa que ajuda a construir a história da música brasileira

Amigas ao pôr do sol sem igual da Freguesia do Ribeirão

Com Marlon Aseff, no som e nos textos

Yamandu o embaixador do Floripa Instrumental

Yamandu passa o som na casa cenário/hotel com o pessoal da Ginga do Mané
A centenária Banda da Lapa encerra com diversidade musical o evento no domingo à noite



Pablo Corti, by Bia Boleman



O talento de Gabriel Grossi, um dos 10 melhores do planeta 

Jorginho do Trompete, grata surpresa da jam session


É sempre bom ter os amigos por perto, gracias
Vava, Fernandão e Tatá.




Floriano, o produtor do Floripa Instrumental
Os homens de branco e seus hits: Pedrinho, Guinha, Gringo e Sergio
BB Kramer e Toninho Ferragutti no show O Diálogo dos Acordeons

domingo, 27 de novembro de 2011

Um Ribeirão Musical

PELO MENOS 2 MIL pessoas assistiram as atrações do Floripa Instrumental em dois dias da mais pura celebração musical na Freguesia do Ribeirão da Ilha, com participações de músicos daqui, de lá e de acolá, como Toninho Horta, Gabriel Grossi, Robertinho Silva, Ginga do Mané, Yamandu Costa, Guinha Ramires, BB Kramer, Jorginho do Trompete, Cássio Moura e Arismar do Espírto Santo, entre muitos outros .
Felipe Coelho e Bruno Moritz abriram o evento em um show afinadíssimo, na praia.  Ao mesmo tempo, na frente da secular igreja do Ribeirão, passava o som Toninho Horta, Arismar do Espírito Santo e Robertinho Silva, prenunciando o excelente show que fecharia a noite, quando ocorreu um diálogo perfeito entre o trio e o público que lotou o Largo da Freguesia.
No sobe e desce da praia para a praça, o Ginga do Mané recebeu Yamandu Costa, num show de fazer o público aplaudir em pé, e pedir mais do que bis. Assim, Yamandu se consagrou como o embaixador do Floripa Instrumental.



O fim de tarde foi cinematográfico, com o festival em peso assistindo ao show do talentoso Gabriel Grossi e banda, enquanto caía a tarde em tons de vermelho que só no Ribeirão existem.
A programação do primeiro dia fechou com um show primoroso de Jorginho do Trompete, Cássio Moura Trio e Grupo Metal Brasil, seguido de uma Jam Session que reuniu no palco Robertinho Silva, Arnou de Mello e o multiinstrumentista Arismar do Espírito Santo, que já deixou sua marca de alegria e talento na Banda da Lapa com sua oficina gratuita.

Texto: Duda Hamilton e Marlon Aseff
Fotos: Pablo Corti

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Toninho Horta: um audaz propagador da música instrumental

MINEIRO de Belo Horizonte, o embaixador da música instrumental brasileira no mundo, Toninho Horta, traz no DNA ritmos e melodias, que entoa em vários cantos do planeta, com uma produção de dar inveja. Só neste ano esteve envolvido com mais de 10 projetos. Entre eles o álbum Harmonia e Vozes, com canções suas na voz de cantores e cantoras populares, como Ivete Sangalo, Erasmo Carlos, Arnaldo Antunes, entre outros; e a biografia Harmonia Compartilhada, cuja primeira edição está esgotada, mas deve ganhar nova edição até 15 de dezembro.
Além disso, lançou também dois DVDs – Música Audaz e Tom de Minas -, e dois CDs no Japão e mais um álbum solo, com a participação da japonesa Nobie. E tem mais. Com o fôlego de um adolescente, o sagitariano que faz dia 2 de dezembro,  63 anos, conta, por telefone, sobre seu mais novo trabalho ao lado de Jacques Morelembaum (violoncelo), Marco Suzano (percussão) e Liminha (baixo). “Tocar e gravar são meus maiores prazeres, seja aqui ou em qualquer parte do mundo”, confessa, “ainda mais com feras como essas”.
Toninho fala animado de suas turnês, dos workshops no Brasil e no exterior, dos diversos convites que tem recebido para produzir e/ou acompanhar artistas seja em discos ou shows, e de seus recitais no próximo ano em Pequim. Pede mais espaço na mídia brasileira para a música instrumental, e se orgulha em dizer que seu estado, Minas Gerais, é o que abriga o maior número de festivais e encontros desse gênero. “Ceará, Bahia e Paraná contam com ótimos festivais e o espaço se abre agora mais ao Sul, com o Floripa Instrumental, e ao Norte, com o Festival de Manaus”, diz com a propriedade de quem conhece profundamente o ramo.
“Desde o mestre Pixinguinha a riqueza do Brasil é muito ampla na música instrumental. É por isso que quero um público mais geral, quero multiplicar”. Seus projetos Aqui – Ó Jazz, de resgate da música instrumental mineira dos anos 60, e o Livrão da Música Brasileira, que  terá 600 partituras, são bons exemplos de sua preocupação em preservar e incentivar este gênero musical.
Homem de vários instrumentos, Toninho toca violão, guitarra, baixo, bateria e ganha “certa desenvoltura no piano”. No primeiro disco do Clube da Esquina, por exemplo, ele tocava baixo. Este mineiro compôs músicas como Diana, O Céu de Brasília e Durango Kid (todas com Fernando Brant), Dona Olímpia (com Ronaldo Bastos, gravada também por Nana Caymmi), Beijo Partido (gravada por Toninho, Nana Caymmi e Joyce) e seu maior sucesso, Manuel, o Audaz (com F. Brant). De suas dezenas de discos participaram músicos consagrados internacionalmente, como o guitarrista Pat Metheny, Naná Vasconcelos e Eliane Elias.
Entre os ídolos de Toninho estão Hermeto Pascoal, Dorival Caymmi, Tom Jobim e o conterrâneo Wagner Tiso. O guitarrista Wes Montgomery é sua inspiração. Ele destaca os brasileiros Hamilton de Holanda e Yamandu Costa, como os atuais responsáveis pelo ressurgimento na mídia da música instrumental brasileira.
Toninho Horta, Robertinho Silva e Arismar
sobem ao palco do Floripa Instrumental dia 26,
 a partir das 21h, no Ribeirão da Ilha.
Não é à toa que um deles, o gaúcho Yamandu, estará no mesmo palco do Floripa Instrumental, onde Toninho promete levar, ao lado do baterista Robertinho Silva e do multiinstrumentista Arismar do Espírito, uma música com suingue brasileiro. “Somos um trio pra lá de maduro na música brasileira, tocamos juntos desde  a década de 70, temos uma linguagem própria e muito bom humor”, confessa o mineiro. No repertório, as músicas do disco Cape Horn, como Bons Amigos, além das clássicas Beijo Partido, Vestido de Noiva e Manuel o Audaz.