Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ancorado no Porto, mas sem O Barquinho, o mestre Menescal

Foto divulgação

EM NOITE DE TRIBUZANA, na terça-feira 9 de novembro, aportou no 13 Festival de Itajaí, a musicalidade de Roberto Menescal. No show Balansamba, o velho Menesca tirou da cartola toda a sua bagagem musical acumulada e transformada em 58 anos de carreira com importantes músicos, como Toots Thielemans, Maysa, Elis Regina, Wanda Sá e Nara Leão. Durante 15 anos dedicou-se à gravadora Polygram e hoje tem sua própria produtora/gravadora, a Albatroz.
Ao abrir a primeira noite do Festival, Menescal pisou no palco com sua guitarra entoando Wave, um dos símbolos da bossa nova, movimento do qual foi um dos fundadores ao lado de Carlos Lyra, Tom Jobim e Ronaldo Boscoli. Aos poucos foram entrando os músicos João Cortez (bateria), Adriano Souza (piano) e Adriano Giffoni (baixo). A cumplicidade entre eles fica transparente na primeira nota da canção Swingueira, emenda com a popular O Barquinho e a encantadora Agarradinhos – tudo instrumental, limpo e alegre, com cada músico transpirando talento. Das mãos e pés de João Cortez a sonoridade era única e se misturava à cadência do baixo de Giffoni e a alegria do piano de Adriano Souza.
Simpático, entre uma música e outra, o mestre Menesca vai contando histórias, como a da canção Bye bye Brasil, composta por ele e Chico Buarque, uma encomenda do cineasta Cacá Diegues. “Na última hora Chico chegou com uma letra quilométrica”, brincou.
Na segunda parte do show, a participação do delicioso timbre de Cris Delano em conhecidas canções como Corcovado, Só Danço Samba, Telefone e Tem Dó. Destaques para a velha e sempre atual Balansamba e Roxanne (The Police), numa intensa interpretação de Cris Delano. Inesperada foi a participação do flautista Roberto Sion, que está ministrando oficina no Festival de Música.
Apesar de não estar lotado e aí a culpa não é do valor do ingresso – R$ 10 e R$ 20 -, o teatro, com uma ótima acústica, era só alegria ao fazer coro na deliciosa A Felicidade, de Tom e Vinicius, o bis do espetáculo.
Num dia de profunda tristeza e fortes emoções por perder meu primo-amigo-colega Fernando Arteche Hamilton, a música que muito nos uniu, deu o seu recado A felicidade é como a pluma/
Que o vento vai levando pelo ar/
Voa tão leve/
Mas tem a vida breve/
Precisa que haja vento sem parar…

PROGRAMAÇÃO FESTIVAL
Quinta - show internacional com o Paris Jazz Underground
Sexta - Palavra Silêncio com o grupo Quebra Pedra e Rafael Macedo
Encerramento com o show O imaginário sonoro do Brasil, com o grupo gaúcho Expresso 25.

Um comentário:

Glabazili disse...

Que teu primo tenha feito uma tranquila passagem como na música que dedicasses a ele...É, parece que o Festival, que eu nem sabia que já estava por acontecer, aconteceu e com esse mago da nossa música...tá ficando cada vez melhor essa programação, e impossível de não desejar ir...