Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

domingo, 26 de agosto de 2012



Sonhos não envelhecem…


fotos by Pablo Corti

Com o teatro da UFSC lotado, Milton Nascimento subiu ao palco às 21h15 debaixo de palmas e gritos, para fazer o show Travessia, que marca seus 50 anos de carreira. Do início ao fim foi impossível não cantarolar canções que marcaram uma geração, como, Canção da América, Bailes da Vida, Canção do Sal, Travessia, Fé Cega, Faca Amolada, Coração de Estudante, Bailes da Vida, Para Lennon & Mc Cartney (com nova versão), entre outros tantos sucessos.

A plateia, com média de idade de quase meio século, soltou a voz e se entregou à emoção em quase todo o show, com quase 2 horas de duração. Desde o primeiro acorde, com Bola de Meia, Bola de Gude, Milton mostrou que a tecnologia do som ajuda, mas não deixou sua voz nos bailes da vida. Seu folego e alguns agudos impressionaram, demonstrando que o passar do tempo e os problemas de saúde não comprometem seus 50 anos de carreira.

O ápice foi com Canção da América, às 22h21, quando ele sentou e pediu para o público cantar pra ele. Foi bonito de ouvir e admirável de ver que ninguém se perdeu na letra, talvez porque seja uma geração que acredita que Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves… Outro bom momento foi com a música Encontros e Despedidas e o coro Coisas que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando quero…

Duas cantoras receberam homenagem de Bituca, Elis Regina, com Canção do Sal; e “la negra” Mercedes Sousa com Sueño con Serpientes. Marca de sua carreira, Milton Nascimento continua generoso com os músicos com quem divide o palco. Na apresentação da UFSC isso foi comprovado com vários solos e com uma música instrumental. Na banda, que só foi apresentada quase no final do show, o talento de Kiko Continentino (piano), Victor Santiago (sopro), Eneas Xavier (baixo), Wilson Lopes (guitarras), Lincoln Cheib (bateria).


 E é claro que teve música dos últimos discos e também a clássica Maria, Maria, no bis. Senti falta da minha predileta Nada será como antes, talvez porque o mineiro acredite que nada será como está...Amigo Luiz Eduardo Peixe Teixeira compartilha da ideia e acredita que Nada será como antes, “é Lennon & McCartney, caso eles fossem mineiros”.

No encerramento do show, com assinatura da Orth Produções, o recado chegou por meio dos versos do poeta catalão, Joaquín Bartrina, Si quieres ser feliz como me dices, no analices, no analices…


Um comentário:

Ira disse...

Oi, Duda, adorei teu relato, foi "quase" como ter estado lá, que não pude.