Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

s u s T E N T A R


                                                 Sul da Ilha de Santa Catarina, foto Duda Hamilton

s u s T E N T A R
por Duda Hamilton


De 16 a 19 de setembro, a Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES) promove o XVIII Congresso Brasileiro de Sementes no Centro de Convenções Centro Sul, em Florianópolis (SC).


Outra boa notícia no setor de sementes é que o Brasil receberá, em 2014, a III Feira de Sementes. O primeiro encontro entre os ativistas das sementes crioulas foi no ano passado no Vale Sagrado dos Incas, no Peru; e o segundo ocorreu no Chile, em abril último.

       Quem conta a novidade é a Editorarets que aborda entre as principais idéias da Rede das Sementes: reunir experiências exitosas na conservação, multiplicação, intercâmbio e até mesmo venda das sementes tradicionais, aquelas cultivadas e melhoradas em processos socioculturais milenares pelos campesinos ao redor do mundo.

Vale ressaltar que as sementes crioulas são variedades não transgênicas, adaptadas às condições locais, com alto grau de variabilidade e grande importância sociocultural para as famílias que a cultivam. No Brasil a feira ocorre em maio, no Estado de Minas Gerais, a cidade ainda não foi escolhida.

Uma das porta vozes da Rede de Sementes Livres no Brasil, Tadzia Maya, que faz parte da Articulação Nacional de Agroecologia e coordena um pequeno banco de sementes em Aldeia Velha (RJ), explica que o objetivo é somar mais parceiros e instituições na divulgação da causa, explicitando os riscos dos cultivos transgênicos, além de buscar a constante difusão das sementes crioulas em feiras, eventos, programas governamentais e projetos autônomos. A ideia, segundo ela, é convidar mais pessoas para a rede com a consciência de que é preciso retomar nossa liberdade de plantar e trocar sementes saudáveis que gerem também alimentos saudáveis, sem venenos.

No Vale Sagrado dos Incas, no Peru, palestrou a indiana Vandana Shiva, reconhecida internacionalmente por sua luta contra o monopólio das transnacionais de sementes como a Monsanto e a Bayer.

Mais informações no site http://www.redsemillaslibres.org/
Fonte pesquisada: Canal Ibase


Amazônia, a rainha da biodiversidade

Em nenhum lugar do planeta existem mais espécies de animais e de plantas do que na Floresta Amazônica, onde 60% de seu território está no Brasil. Apenas 10% de todas as formas de vida que a Amazônia abriga já foram estudadas e catalogadas. Mas nem tudo é um paraíso. 
O Brasil, por exemplo, já perdeu 18% de toda essa biodiversidade e tem, atualmente, 627 espécies ameaçadas de extinção, como o mico-leão-de-cara-preta, o peixe-boi-marinho e a arara-azul-de-lear. Coordenadora da Campanha AmazôniaGreenpeace, Adriana Charoux, defende uma lei que preserve toda essa abundancia para ser levada ao Congresso Nacional. 







Os Maias e  o uso da água

Pesquisadores norte-americanos descobriram que a civilização Maia tinha um eficiente sistema de uso de água, ou seja, um método sustentável de gerenciamento de água. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores 
escavaram as ruínas da antiga cidade de Tikal, na Guatemala. Coordenado por Vernon Scarborough, da Universidade de Cincinnati, em Ohio, o artigo foi publicado na revista científica PNAS.



No estudo foram descobertas a maior represa antiga da área maia; a construção de uma barragem ensecadeira para fazer a dragagem do maior reservatório de água em Tikal; a presença de uma antiga nascente ligada ao início da colonização da região, em torno de 600 a.C.; e o uso de filtragem por areia para limpar a água dos reservatórios.

As antigas civilizações têm muito a ensinar para as novas gerações e o caso do sistema de coleta e armazenamento de água dos maias é um ótimo exemplo. Os pesquisadores também encontraram indícios de ampliação do sistema e plantio de vegetação para impedir a erosão do solo em torno dos reservatórios. No final do século nove a área foi abandonada e os motivos que levaram ao seu colapso ainda são questionados e debatidos por pesquisadores.
Fonte: Ciclo Vivo

A Energia das algas marinhas

A busca por gerar energia de forma renovável não para na força dos ventos, das ondas do mar e no calor do sol. Depois dos edifícios alimentados por energia solar e eólica, que hoje já são encontrados em vários cantos do planeta, a novidade vem da Alemanha. Lá, um empreendimento produz energia por meio de algas marinhas. A fachada foi coberta por um sistema chamado de persianas biorreativas, que confina e acelera o crescimento das algas e, ao mesmo tempo, promove conforto ambiental interno. O mecanismo também garante a geração da eletricidade, que será utilizada por quem estiver dentro do edifício. O projeto, batizado de Biarritz, com fachada de microalgas foi elaborado por empresas de arquitetura e construção, e participa da Exposição Internacional da Construção, em Hamburgo, na Alemanha.


Lista Vermelha
Planalto Catarinense, foto Bia Boleman
Mais de 700 espécies de plantas e animais foram adicionadas à Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza de 2013, divulgada no último 2 de julho. Entre elas estão várias espécies de coníferas (árvores com flores em forma de cones ou pinhas, como os pinheiros), que são os maiores e mais antigos seres vivos do planeta. Uma das que corre mais risco é a Araucária, ou Pinheiro-do-paraná, classificada desde 2006 como criticamente ameaçada. 
Espécie típica das regiões mais frias e de maior altitude da Mata Atlântica brasileira, a Araucária teve sua área de ocorrência reduzida nas últimas décadas, principalmente pela conversão de matas nativas em áreas de agricultura e silvicultura. 
Mesmo sendo um dos maiores países com cobertura vegetal no mundo, o Brasil perde 20 mil km² de vegetação por ano devido ao desmatamento.

Nos últimos 50 anos a area desmatada da Amazônia soma 720 mil km², o equivalente ao território dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina somados.


sábado, 31 de agosto de 2013



Um continente de cordas: 
Los de Negro y el de Blanco

Guto Wirtti (baixolão), Yamandu Costa (violão de 7 cordas) e Arthur Bonilla (violão de 7 cordas) no show Continente

Um show de cordas com três dos mais virtuosos violonistas que temos na atualidade no Brasil. Assim foi o espetáculo do lançamento do CD Continente que colocou no palco do CIC (Centro Integrado de Cultura) a genialidade de Yamandu Costa (violão 7 cordas), a suavidade das composições de Guto Wirtti (baixolão) e a rapidez das duas mãos de Arthur Bonilla (violão 7 cordas).
Como sempre, usando bombacha e alpargatas, Yamandu chegou ao palco sozinho na companhia de um chimarrão para executar El Negro Del Blanco. 
Ali deu o tom do que seria o restante da noite. O homem de branco chamou os dois homens de preto, amigos de infância, e aí foi uma intimidade só, mesmo que essa tenha sido a segunda apresentação da turnê Continente, que iniciou no Rio de Janeiro, dia 27 de agosto. O show e o álbum, segundo Yamandu, são homenagens ao escritor gaúcho Erico Veríssimo e aos violões da America do Sul.
A dinâmica do espetáculo, com entradas e saídas de Gutto e Bonilla, mostrou a cumplicidade dos músicos. Além disso, o bom humor no palco é algo que chega até o público em conversas descompromissadas e feitas na hora, como se estivessem na sala de casa, arrancando boas risadas da platéia. Uma delas, a história da música Cabaret, composta por Guto e Yamandu, e que Yamandu disse ter sabor de keep cooler.
Um dos momentos altos da apresentação foram Namoro de Guitarras e Peleia de Guitarras executadas com precisão e sentimento. Ao fechar os olhos sentia-se a briga e o namoro dos três instrumentos. 

Coisa que só os gênios conseguem fazer. Que me desculpem as guitarras de músicos argentinos e uruguaios, como o Cuarteto Zitarrosa - uma das influências do trio -, mas esses guris de 30 anos estão aprimorando e abrasileirando a interpretação desses instrumentos.


Pra quem acostumou o ouvido desde pequena com o sonoridade das cordas do Sul, a noite foi um prazer só, principalmente nas músicas Don Atahualpa, uma belíssima composição de Guto Wirtti; Chamamer e Missioneirita. A música Fronteiriço, composta especialmente para este álbum por Yamandu e Bonilla, é uma peça para dois violões de sete cordas, onde a alta transfusão de sons é de arrepiar e deixar encharcados de suor os dois guris. Logo depois, para acalmar, a música Continente (Guto Wirtti), que dá título ao álbum, trouxe uma mistura de ritmos dentro da mesma estrutura musical. E que som maravilhoso ecoa do baixolão de Wirtti!



O público, que quase lotou o CIC, se entregou à sonoridade por 1h45. Nenhum zunzum, muito menos conversas, só alguns suspiros, gritos de bravo no final das músicas e muitas palmas. Depois da apresentação, o hall do teatro ficou lotado e Yamandu, paciententemente, conversou, fez fotos e autografou por mais de uma hora.
Saí do show com a sensação que nem tudo esta perdido na música brasileira, por mais que os grandes conglomerados de comunicação queiram nos fazer consumir Luans, Annitas e Telós.

                                                                                      texto Duda Hamilton
                                                                                           fotos Pablo Corti




O show  foi realizado pela Rhythmus Produções, com  apoio da Itapema FM
 e divulgação da Dfato Comunicação 

terça-feira, 20 de agosto de 2013



Yamandu Costa lança CD Continente no CIC


                                        Guto Wirtti, Yamandu e Arthur Bonilla, seis mãos e um continente,  foto de  Felipe Campal

     Um dos mais respeitados instrumentistas sobe ao palco ao lado de  outros dois                   talentos das cordas: Guto Wirtti e Arthur Bonilla








Para lançar seu álbum Continente, o violonista e compositor Yamandu  Costa faz show no CIC (Centro Integrado de Cultura), em  Florianópolis, no dia 30 de agosto, às 21 horas, acompanhado de  outras duas feras das cordas: Guto Wirtti (baixolão) e Arthur  Bonilla (violão de sete cordas aço). Este é o primeiro show que o  trio faz em Floripa, onde Yamandu possui um público fiel.


Gravado pela Biscoito Fino, o CD mostra a tradição do trio de violões que existe no Sul do Brasil e em alguns países  latino-americanos, além da atmosfera de fronteira, de um Brasil  pouco conhecido. O repertório é inédito e exclusivo para essa  formação. “Aqui se encontra a linguagem e o sabor musical dos  pampas”, explica Yamandu. Para ele, o músico tem que estar mergulhado naquele universo para poder interpretá-lo adequadamente, pois o álbum é uma evocação que começa nos pampas e se estende a  todos os rincões musicais das Américas.

 
Yamandu conta que o título do álbum é uma homenagem ao escritor Érico Veríssimo, cujo primeiro volume da trilogia O Tempo e o Vento é justamente O Continente.  “Veríssimo conseguiu ser regional e universal ao narrar a vida e os costumes dos gaúchos ao longo da  história”, diz o instrumentista Yamandu, acrescentando que essa é  também a sua busca na cena musical. 

A escolha de Guto foi óbvia, já que os dois tocam juntos há anos,  mas a participação do outro gaúcho, Arthur Bonilla, foi um resgate. “Bonilla é um prodígio do violão desde os sete anos de idade. Ele e  eu temos em comum o mesmo mestre: o argentino radicado no Brasil  Lucio Yanel, violonista, intérprete, autor, compositor, ator e  folclorista”.

Com realização da Rhythmus Produções, dos sócios Claudio Gadotti e  Crica Gadotti, os parceiros para esse show são o Hotel Maria do Mar,  que irá hospedar Yamandu, Guto e Bonilla, e o Uai de Minas – Armazém  Mineiro, da rua Bocaiúva, que vai produzir os quitutes do camarim e também será ponto de vendas dos ingressos. O Clube DC também é parceiro, sendo que  assinantes e acompanhantes têm direito a desconto no ingresso, e a  promoção é da rádio Itapema FM.




Composições foram feitas em turnês
  
Boa parte das composições do show e do álbum foi feita durante as turnês de Yamandu e Guto pela Europa e Oriente Médio. “A gente fica  nos hotéis muito tempo, e acaba compondo até para passar o tempo”,  conta Yamandu. Outro aspecto desse show é o instrumento tocado por  Guto, um baixolão encontrado em uma loja em Viena, que traz como  característica ser um baixo com cordas de nylon.

“Sarará”, composição de Yamandu, abre o disco com um tema repleto de  lembranças pantaneiras, com influência da música paraguaia, e  Yamandu faz questão de lembrar Almir Sater. Já “Chamamer”  (Yamandu/Guto) que é um nome de um ritmo argentino, foi composta em  uma viagem entre Nice e a Ilha de Córsega, e traz no bojo uma terna  referência a Pixinguinha. “Cabaret”(Yamandu/Guto) investe em um  clima cigano, enquanto “Bounyfie” (Yamandu/Guto), além de ser  inspirada na esposa de Yamandu, tem um tom satírico definido por ele  como “a elegia das pessoas desastradas...”.

“Don Atahualpa”, de Guto Wirtti é mais uma homenagem, no caso a  Atahualpa Yupanqui, cantor, compositor, violinista e escritor  argentino, cuja obra é reverenciada por uma multidão de artistas  latino-americanos. “Fronteiriço” (Yamandu/Bonilla)  foi composta especialmente para este álbum, uma peça para dois violões de sete  cordas em alta transfusão de sons, invocando a tradição musical do  “banbuco” peruano e da música caribenha da Colômbia. “Namoro de  guitarras” e “Pelea de Guitarras”, (ambas de Yamandu e Guto),  integram uma suíte de quatro movimentos, onde os instrumentistas  entremeiam os temas incessantemente.

A faixa “Continente” (Guto Wirtti), que dá título ao álbum, traz uma  mistura de ritmos dentro da mesma estrutura musical. E “Aperto”  (Guto), é, certamente, a primeira gravação brasileira de um solo de baixolão. “Sufoco” (Yamandu/Guto), que fecha o disco, mostra bem o  espírito andarilho do álbum, pois foi composta em um hotel em  Abu-Dhabi, enquanto os dois músicos viam uma corrida de camelos na  TV.

 “Meu trabalho é eclético e sempre dialoga com gêneros musicais  como o choro, e para este álbum voltamos ao violão dos pampas para  universalizar a beleza do trio de violões, que começa lá no México e  vem até nós”, define Yamandu.


                                                 O TRIO

Yamandu Costa é hoje um dos mais importantes artistas da música  brasileira e um dos maiores violonistas do mundo. Revelando uma  profunda intimidade com seu instrumento e com uma linguagem musical  sem fronteiras, percorreu os mais importantes palcos do Brasil e do  exterior, participando de grandes festivais e encontros. Nascido na  cidade de Passo Fundo (RS), ele gravou com grandes nomes da música  brasileira e é vencedor dos mais relevantes prêmios nacionais e  também premiações internacionais. Em 2010, o CD Luz da Aurora, com Hamilton de Holanda foi indicado para o Grammy Latino e em 2012  ganhou em Cuba o Prêmio Internacional Cubadisco pelo CD Mafuá e uma  Menção do Prêmio ALBA pelo CD Lida.

Yamandu Costa tem público fiel na Ilha e é o embaixador do Floripa Instrumental, foto Pablo Corti
    Yamandu é, na atualidade, um dos músicos brasileiros que mais  se apresenta no exterior, abrangendo os mais diversos países, como  França, Portugal, Espanha, Bélgica, Alemanha, Itália, Áustria,  Suíça, Holanda, Suécia, Noruega, Finlândia, Estônia, Eslovênia,  Rússia, Lituânia, Sérvia, Grécia, Macedônia, Israel, Chipre, Índia,  China, Japão, Coréia do Sul, Zimbabwe, Cabo Verde, Emirados Árabes,  Austrália, USA, Canadá, Equador, Cuba, Colômbia, Chile, Argentina e  Uruguai.
Entre seus projetos mais relevantes está "Yamandu, Solista de Orquestras", no qual o violonista compõe e apresenta-se em concertos com as mais importantes orquestras do globo, como Orquestra de Paris, Orquestra Nacional da França, Orquestra Nacional da Bélgica e Orquestra Sinfônica Brasileira, com esta apresentando a inédita suíte "Concerto Nazareth", de Paulo Aragão, em comemoração aos 150 anos de nascimento de Ernesto Nazareth (1863-1934).
Quem teve a oportunidade de ver Yamandu no palco percebe  seu incrível e intenso envolvimento com a música e com o seu  instrumento de 7 cordas. Impossível ficar indiferente à performance e energia interpretativa desse músico singular. Yamandu faz parte da talentosa família da música instrumental brasileira que simplesmente produz música como respira. Sua abordagem é absolutamente espontânea e se afirma por uma musicalidade e técnica arrebatadoras. Sua criatividade musical é livre e a técnica aprimorada, é um artista completo.



Arthur Bonilla: violão 7 cordas,  foto divulgação
Arthur Bonilla é um jovem violonista, que  desde criança atravessa o Rio Grande em festivais e apresentações,  acompanhando diversos músicos gaúchos. Foi sua precocidade e suas  notas rápidas que chamaram atenção, sendo hoje considerado um  virtuoso do violão brasileiro.

Bonilla conta que fez seu primeiro acorde com apenas 3 anos e meio,  e de lá pra cá jamais parou de tocar. Sua principal referência, depois do pai, é o violonista argentino radicado no RS, Lucio Yanel.  Dele herdou o estilo forte e veloz. Outra característica que vem  chamando a atenção dos críticos é a capacidade de desempenhar solos  rápidos e duetados, como se fosse mais de um violão, habilidade que  desenvolveu ainda “guri”. Em seu repertório estão composições próprias, clássicos da MPB, choro e música gaúcha.
Nos últimos anos tem dividido o palco com grandes nomes, como Dominguinhos, Hamilton de Holanda, Arismar do Espírito Santo, Alessandro “Bebê” Kramer, Oswaldinho do Acordeom, Yamandu Costa e Renato Borghetti. Com Borghetinho desenvolve trabalho de duo, com apresentações por todo o Brasil e também em países como Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália, Portugal e Canadá.


Guto Wirtti nasceu em berço de músicos e aos 13 anos já se  apresentava em concertos e festivais no Rio Grande do Sul. Aos 16  anos mudou-se para Salvador e, em 2003, a convite de Yamandu Costa, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar em duo com o  violonista. Com Yamandu se apresentou em vários festivais, como o  Melbourne Jazz Festival, na Austrália.
Em 2007, ao lado de Nicolas Krassik, participou do disco independente  Lida, de Yamandu, gravado pelo trio violão, contrabaixo acústico e  violino, álbum que foi relançado em 2011, pela Biscoito Fino. Como baixista e arranjador trabalhou em shows e gravações com Celso Fonseca, Ed Motta, Luiz Melodia, Wilson das Neves,  Milton Nascimento, Gabriel Grossi, entre outros.

Clique aqui para ouvir O Continente -


  
Serviço:

Show de Yamandu Costa trio -  lançamento do CD Continente

Dia e hora: 30 de agosto de 2013 - sexta-feira, às 21h

Local: Teatro Ademir Rosa – CIC (Centro Integrado de Cultura)

Endereço: Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica.  Florianópolis/SC

Telefone: (48) 3953-2334 (Teatro)


Ingressos:
Postos de Vendas:
- Uai di Minas – o Armazém Mineiro -  Rua Bocaiúva, 1959 – Centro.
- Quiosque Blueticket do Beiramar Shopping
- Bilheteria do CIC: de segunda a sexta, das 13h às 19h
- Bilheteria do TAC: de segunda a sexta, das 13h às 19h
- Bilheteria do Teatro Pedro Ivo: de segunda a sexta, das 13h às 19h
Venda na Bilheteria dos Teatros: (somente a dinheiro)
Venda de Ingresso por site: www.blueticket.com.br
Cartões de crédito: Mastercard e Visa

Informações: Rhythmus Produções (Claudio e Crica Gadotti)
Telefones produção: (48) 9626-7782 e (48) 9962-2160

 
Assessoria de Imprensa  – Duda Hamilton (48)
9962.1257, duda.hamilton@dfatocom.com.br

PARA OUVIR

'O Continente' - Yamandu Costa & Guto Wirtti

terça-feira, 4 de junho de 2013

Dia do Meio Ambiente


CHICO DO HORTO, UMA VIDA DEDICADA AO VERDE

                                                                                                                                 foto Pablo Corti

Bem disposto e metódico, Francisco Ovande Miranda, 61 anos, mais conhecido como Chico do Horto, há 27 anos dedica-se totalmente ao meio ambiente. Foi ele quem implantou o Horto Botânico de Itá, em 1986, quando a cidade era ainda um projeto no papel. Funcionário na época da Eletrosul, esse homem de estatura baixa, voz firme e simpático, chegou ao Oeste de Santa Catarina, às margens do Rio Uruguai, com a missão de fazer o paisagismo da nova cidade.

E fez muito mais! Espalhou o verde na região, pois foram mais de 2 milhões de mudas plantadas, 111 espécies cadastradas e quase 50 mil pessoas recebidas nos 2,5 hectares do Horto Botânico da Usina Hidrelétrica Itá, administrado pelo Consórcio Itá – Tractebel Energia, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e Itambé.

Centro da cidade de Itá, um túnel verde. foto Pablo Corti
Além das frondosas árvores, que formam túneis verdes na avenida principal da cidade catarinense, Chico mostra desde o mirante do alto do Morro do Caracol o reservatório da Usina e o centro do município, ambos bem arborizados. Ele conta que foi um desafio fazer o trabalho, inédito na época, pois a antiga cidade seria atingida pelo lago do reservatório da Usina Hidrelétrica Itá e uma nova cidade surgiria em outro ponto, toda planejada e urbanizada.

Num primeiro momento, conta Chico, o horto tinha como função produzir árvores para plantar na cidade. Depois, o local passou a produzir mudas para recuperar áreas degradadas e a partir de 1999 teve início o plantio de mudas para a formação da faixa ciliar de todo o reservatório. “Hoje, temos uma produção de 100 mil mudas por ano, todas geradas a partir de 1.100 árvores matrizes selecionadas”, conta Chico, acrescentando que algumas delas estão em lugar de difícil acesso, só chegando de barco.

Sementes de Imbuia, foto Pablo Corti
De volta ao horto, depois de um tour pelo centro, Chico convida para fazer a Trilha do Serelepe. Em passos rápidos e conversas longas, ele caminha indicando raridades da floresta do Alto Rio Uruguai e enumera as árvores ameaçadas de extinção, como a Imbuia (Ocotea Porosa), Grapia (Apuléia Leiocarpa), Araucária (Araucária Angustifolia) e Cedro (Cedrela Fissilis). “A Imbuia, junto com a Araucária e Jequetiba são árvores que podem chegar até 2 mil anos, são espécies que vivem por muito tempo, por isso são preciosas”, ensina.

No horto, 99%, das mudas são de árvores nativas da floresta do Alto Uruguai e lá estão mais de 100 espécies. A árvore símbolo do horto é a Curticeira da Serra (Erytrina Falcata), de difícil reprodução, porque a semente deve ser plantada ainda verde e retirada do pé. “Este exemplar aqui, plantado na entrada do horto, tem apenas cinco anos”, festeja. Chico pede licença na conversa, mas logo volta com as mãos repletas de sementes de Imbuia. “Isso aqui comparo com pérolas negras”.

ROTINA E CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Aposentado desde 1998 pela Eletrosul, Chico parece um jovem em início de carreira. Ele trabalha atualmente na LIS Ambiental, contratada pelo Consórcio Itá, para cuidar do horto. Sua rotina de trabalho inicia às 7h e termina por volta das 17h. “Chego no horto e a primeira tarefa com a equipe de três pessoas é o Diálogo sobre Meio Ambiente e Segurança no Trabalho. Depois disso, defino a prioridade do dia de cada um”. Algumas ações, explica Chico, como a repicagem de mudas, só podem ser feitas bem cedo. “É nesse momento que transplantamos as mudas dos canteiros para os sacos plásticos. Às vezes chegamos a fazer 200 transplantes, tudo antes das 9h”, ressalta. Entre as outras rotinas estão a irrigação, a limpeza das mudas com a retirada de inços, a coleta de sementes e a manutenção das trilhas e dos bosques. 

Parte do horto florestal e a equipe de Chico, foto Pablo Corti

“Aqui é meu recanto, é um prazer fazer qualquer atividade com essa dedicada equipe”, diz olhando para o alto. Nesses mais de 20 anos dedicados ao horto, Chico, que é casado e possui dois filhos e dois netos, viveu muitas alegrias e tristezas aqui. “Se colocar na balança tenho mais coisas boas do que ruins para lembrar”. 
Seu momento mais difícil foi no final de 1998 e início de 1999 quando o horto quase foi parar nas mãos da Escola Técnica de Concórdia. “O que nos salvou foi um movimento da comunidade de Itá. Professores e alunos se mobilizaram e aqui ficou o horto, para a sorte de todos nós”, recorda ele.

Mas o momento de maior prazer, segundo Chico, foi ver o paisagismo da cidade, os túneis verdes, as árvores pequenas que hoje estão enormes e proporcionam a sombra fresca no verão quente. Um de seus maiores desafios foi a implantação da faixa ciliar do reservatório. “Produzimos mudas e em muitos momentos acompanhei a plantação”, conta.

EDUCAÇÃO
Outro prazer do trabalho de Chico é receber as crianças no horto, num projeto desenvolvido em conjunto com o CDA (Centro de Divulgação Ambiental). “As crianças são curiosas e gostam de saber qual a árvore mais rara, como faço para colher sementes, quais os animais que aparecem no horto. É muito gratificante, pois é educar ambientalmente”, diz sorrindo.
Noções de educação ambiental. foto arquivo pessoal


Nesse período, Chico assistiu a modificação do comportamento das pessoas em relação ao meio ambiente. “No início elas chegavam aqui e pediam mudas de eucalipto e pinus para reflorestamento. Com calma, explicava que o objetivo era ter espécies nativas e que estas duas não eram da floresta do Alto Uruguai. Hoje, os que nos visitam querem levar as mudas ameaçadas de extinção, pedem dicas para cuidar e são mais conscientes”, observa Chico no final do expediente de um dia quente e de muito aprendizado.
Fotos Pablo Corti






** Esse texto  está na Revista Boas Novas, da Tractebel Energia



domingo, 12 de maio de 2013





 A vitalidade do blues man Linsey

foto Pablo Corti





Talento, simpatia, humor, simplicidade e uma voz exuberante, assim é Linsey Alexander no palco e fora dele. Acompanhado de uma banda com oito músicos, o blues man de Chicago do alto dos seus 70 e poucos anos fez o público, que lotou o CIC (Centro Integrado de Cultura), bater palmas, ficar em pé, dançar, participar e tirar muitas fotos. Sim, porque nas duas horas de show ele desceu do palco duas vezes para cantar e dançar bem juntinho da plateia.


Foi um espetáculo para os amantes do blues, do improviso e dos solos de guitarra. Na abertura, o show de Cristiano Ferreira & Trio, uma referência no estilo musical no Sul do Brasil, e elogiado diversas vezes por Linsey. Um dos pontos altos da apresentação? Foram vários, entre eles o duelo de guitarras entre Cristiano e Linsey, a gaita de boca de Carlos May e o teclado de Alexandre Green, que fez a diferença. 
foto Bia Boleman
Depois, uma ótima surpresa: Bruna Goes. Com apenas 20 anos, ela soltou o incrível timbre em duas canções e voltou ao palco para cantar ao lado de Linsey, mostrando que também é adepta do improviso.


A banda que acompanha Linsey é 100% brasileira, composta por Carlos May (harmônica), Nani Lobo (baixo), Alexandre Green (teclado), Cristiano Ferreira (guitarra), Hans (sax), Martín Bustigorne (bateria), Fabio Mello (sax), Jean Carlos (trompete) e Carlos Schmidt (trombone).



Nani Lobo (baixo), Linsey e Alexandre Green (teclado), foto Pab


O blues man cantou as músicas de seu ultimo disco Been there done that, entre elas If You Ain’t Got It, My Days Are So Long, Raffle ticket, Bad man e Going to rain, e também sucessos de B.B. King, Buddy Guy e Chuck Berry, como as canções Sweet Home Chicago e Hoochie Coochie Man.


foto Bia Boleman 


Se depender do público, vem aí a segunda edição do Festival Chicago Connection, que deve se transformar numa referência do blues no Brasil e também como uma troca de experiência entre músicos daqui e de lá. Com sua alegria, seus anéis e pulseiras e as botas que usa em todos os seus shows, Linsey parte para o restante da turnê no Brasil que inclui São Paulo (14 de maio), Caxias do Sul (15), Porto Alegre (16), Santa Maria (17) e Lages (18). 
                                                 por Duda Hamilton

foto Pablo Corti