
Frases
"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Sérgio Jockymann morre em Campinas de insuficiência renal

terça-feira, 25 de janeiro de 2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Os últimos dias...
Volta para a fronteira com o Chile. Nesta época a pastagem é recolhida para o inverno |
Visual da Ruta 40 entre Esquel e El Bolsón |
Artesanato e música
As cores e formas de El Bolsón |
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Na Feira, saboreando cerejas e já com o sapatinho |
Na rádio comunitária conferindo Patagontchê |
A volta...
La Cebra, Bariloche |
Ancorando! |
domingo, 9 de janeiro de 2011
Fronteira Argentina/Chile: A Patagônia Verde!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Um dia sem nuvens...
ACORDAMOS BEM cedinho para tomar um mate e passear por Esquel. Nos despedimos da simpática Jaqueline, do Esquel Apart, onde ficamos por dois dias, e fomos até a estação de ski La Hoya. Céu límpido e temperatura agradável, mas na medida que íamos subindo o termômetro baixava. Sem palavras para descrever a sensação de estar lá em cima, de ver a cidade em miniatura, além dos cerros cônicos que separam o Chile da Argentina. Acredito que as fotos vão dar a real dimensão da beleza de La Hoya, paraíso dos esquiadores. Ficar lá em cima bem quieta foi uma delícia, uma sensação de paz, de harmonia, de total comunhão com todos os meus sentidos. Ufa!!
Na descida uma ótima surpresa. Pablito enxergou um guanaco pastando na mata nativa. Troquei a lente da máquina e saí a caça do animal. Na medida que baixamos a vegetação foi trocando, dando lugar às lindas carditas e um tipo de minimargarida
Extasiados com tanta beleza voltamos para almoçar em Esquel, lá pelas 14h. A indicação era o Tour D’Argent, na San Martín. Pablito elegeu raviolones de cordeiro e eu truta da casa. Uauuuu uma delícia ou como se diz por aqui “esquisito”.
Depois saímos a caminhar pelo centro de Esquel e conversar com algumas pessoas. Curiosidade: tudo fecha às 13h e volta a abrir às 16h30. Chamou minha atenção uma frase no alto do morro: No a la mina. Logo depois uma placa em uma esquina desvendava o mistério: homenaje a la gloriosa lucha del pueblo de Esquel al cumplirse 1 año de la consulta popular del 23 de marzo del 2003 en la que triunfó el No a la Mina. Na cidade e na região existem muitas minas de ouro a serem exploradas, mas a população se mobilizou e disse não. A batalha, segundo me descreveram, não está totalmente ganha, pois neste ano tem eleições e a lei poderá ser modificada.
Atrás de outras aventuras, principalmente rafting, fomos conversar com o Daniel, um dos guris do EPA, uma agência de turismo de aventura, para combinar um passeio no município de Corcovado. A ideia é passar para o Chile e dar um volta por lá, mas curta, porque nesta região todas as estradas são de terra.
No final da tarde, lá pelas 18h30, nos dirigimos para Trevilin, onde tínhamos reservado uma cabana. Mas para nossa surpresa, a cabana estava alugada e o cara com a maior cara de pau disse que nos esperava até as 19h, eram 19h10. Tentou nos mostrar outra, muito inferior e com o mesmo preço. Mais uma aprontada dos homens argentinos – primeiro foi o gordito do Parque, depois o careca de Trevilin, e agora o rastafari de Trevelin. 10 a zero para as mulheres, que até agora não aprontaram nenhuma.
Sem muito estresse nos dirigimos à oficina de turismo, onde fomos muito bem atendidos e registraram nossa queixa. As meninas entraram em contato com vários donos de cabanas, nos dando três sugestões. Gostamos de uma chamada “La Estancia” – bem simples, pequena e muito aconchegante, com piscina e com o atendimento da simpática Sophia. Até tentamos um mergulho, mas o ar gelado nos impediu. Depois de instalados nos emprestaram duas bicicletas e fomos pedalando até o centro de Trevelin comprar numa rotiseria “milanesas con papas fritas” para a janta, outra delícia gastronômica. No quarto, no qual Pablito tem de andar com a cabeça baixa para não bater no teto, até tentamos assistir um DVD, mas o cansaço foi maior e caímos no sono.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Em total comunhão com a natureza
Glaciar, faltou chegar mais perto
Dia 4
PREOCUPADOS COM A falta de pesos, madrugamos. Ainda bem que tudo deu certo. Depois de ter ido a quatro lugares e ficar uma hora na fila do banco, Pablito conseguiu tirar pesos no caixa eletrônico. O procedimento é o mesmo da retirada nos caixas do Brasil, só que tem um limite em pesos por cartão, e é cobrada uma taxa de $16,00 a cada $1.000,00.
Agora, mais tranquilos e sossegados vamos aproveitar das belezas que se contrapoem com as atuais agruras para com o turismo internacional desta parte da Argentina, coisa que no Brasil também ocorre.
Pouco antes do meio-dia saímos da cabana para mais um piquenique. Desta vez no Parque Nacional Los Alerces, onde ficamos até as 20h30 mergulhados e em plena comunhão com a natureza.
Quando chegamos ao Centro de Visitantes, para deixar escrito nossa insatisfação com a forma pela qual fomos cobrados no dia anterior, e deixar algumas sugestões, fomos surpreendidos ao saber que não deveriam ter cobrado ingresso, pois apenas passaríamos pelo parque. Como tinha tirado foto do funcionário que cobrou, mostrei para a responsável pelo Centro e ela, sem jeito, disse: “Imaginei que era ele, pois não é um funcionário do Parque e sim um concessionário, que pensa mais no lucro no que na divulgação do parque”.
Saímos dali com o dever cumprido e ávidos para explorar o local. O ar puro, o cheiro das flores e da mata, a cor da água (seja no Rio Arrayanes ou no Lago Futalaufquen), o encontro com pessoas simpáticas, o aprendizado nas trilhas, nas inscrições rupestres e no Centro de Visitas do Parque, faz com que se reflita sobre nosso papel no planeta. Este Parque é uma das coisas mais lindas que já vi até hoje e olha que não conheci nem a metade. Ficou faltando a visita ao Glaciar, com a travessia do Lago Menéndez.
Pela entrada Sul do Parque chega-se a hidrelétrica e, claro, fomos conhecer a Futaleufú, bem diferente das que conheço no Brasil, isso sem falar que fica dentro do parque. Ainda com Sol fomos até Trevelín para ver os preços das cabanas. Amanhã, depois de uma volta pelo centro de Esquel vamos pra lá. Um dia e tanto para nós dois.
O aperto da moeda...
Ativista ecológico, ele e a mulher vivem desde a década de 1970 no Valle Epuyén, perto da entrada principal do Lago Epuyén. Ela faz artesanato e vende na feira de El Bolsón e ele escreve, escreve, milita, se reúne, lê e cuida do local, além de atender muitos visitantes que por ali passam. Nos mostrou o livro Expedição Natureza Santa Catarina, do Zé Paiva e da Adriana, um presente do Oscar, e contou que quer muito ir ao Brasil no inverno.
Nem notamos, mas as horas voaram. Nos despedimos com a certeza de que logo, logo, voltaremos a nos ver. Seguimos pela estrada com um visual deslumbrante entre picos nevados e rios verdes até chegar no Parque Nacional Los Alerces. Ali tive um chilique, pois ninguém até então informou que precisava pagar para passar pelo parque. Se a gente tivesse esta informação não iria por esta estrada, pois além de mais longe, ela é de terra, ou seja, de ripio, como dizem aqui. Depois de deixar uma queixa escrita no parque, continuamos – eu com vontade de voltar, mas não adiantava, porque o lugar mais perto para trocar dinheiro seria Esquel. Foi aí que senti na pele a máxima: “Deus existe em todos os lugares, mas atende somente em Buenos Aires e no inverno também em Bariloche”.
O que se nota nestas províncias de Rio Negro e Chubut é que o turismo é interno e eles não fazem nenhum esforço para se tornar internacional. Sabedoria ou falta de ambição? Outro problema é que você não consegue informações de uma província para outra. Por exemplo, se estás em Rio Negro, tipo El Bolsón ou Bariloche, eles não informam sobre o Parque Nacional Los Alerces, que fica na província de Chubut, embora a menos de 1 hora de El Bolsón, ou de cabanas ou hotéis em Esquel e Trevlin. Isso atrapalha a viagem. Informações de El Calafate e do Chile, nem pensar, cada um diz uma coisa e bem diferente, o que tem nos deixado inseguros.
Com menos 80 pesos no bolso seguimos viagem, e o que nos acalmou foi a natureza e o silêncio nos 90 km de ripio. Voltaremos lá amanhã, mas com pesos e bastante tempo. Na saída da área do Parque o cenário muda, os lagos dão lugar a campos repletos de gado Hereford (maioria terneiros), cavalos crioulos e morros que contrastam com o céu violeta. Aqui escurece ainda mais tarde, tipo 22horas.
Ao chegar na cidade procuramos hotéis e lugares para comer que aceitassem cartão de crédito. O dia que começou ótimo, bem ecológico, passou por minutos de estresse e acabou maravilhoso à 1h, depois de uma parrilla de terneiro, com direito a matambre recheado e uma cama enorme numa cabana indicada por Daniel, amigo da Wini. Amanhã vamos atrás dos pesos!!!!
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Ainda em El Bolsón...

Mais um dia em El Bolsón para ver a Feira de Artesanato, o Mirante do Piltriquitron, o Rio Azul cortando a cidade e a Cabeça do Índio, mas ainda falta muita coisa. Por aqui o turismo é variado, sempre em contato com a natureza, seja de quadriciclo, de cavalo, de carro ou em caminhadas de até quatro horas. Isso sem falar que as pessoas são amáveis e sempre prontas para ajudar e trocar informações.
Na Feira, por exemplo, passamos a metade do dia, olhando os trabalhos, conversando e ouvindo música. Parecia que estava numa comunidade hippie, com jovens e maduros homens canosos fazendo da arte seu modo de vida. Muitos trabalhos bonitos em madeira, prata, cutelaria e flores secas, além de comida saborosa, cervejas e sucos de frutas finas. Maravilhoso o de Arandano, ou seja, Mirtilo, e o de Framboesa.
Com algumas lembranças na mochila fomos para o outro lado da cidade, onde passa o Rio Azul, o que desemboca em Lago Puelo e divide a Argentina do Chile, e que tínhamos visto no passeio de lancha. Mais uma subidinha e estávamos na Cabeça de Índio, mais uma vez tormenta elétrica e não conseguimos subir – 1 hora de caminhada. Mas como nem tudo está perdido conhecemos Julio e Estefania, dois jovens atores argetinos de TV e Teatro. Ele, por exemplo, acabou de chegar de São Paulo, onde gravou a versão Latina do programa Quando o sino toca, para adolescents. Fomos até a cabana deles, um hostel todo reciclado (os vidros eram antigas janelas de camionetes, pedras, pedaços de Madeira, horta, ranário e água da chuva com trutas.
Depois de uns mates com eles e boa conversa seguimos o caminho para o Mirante do Piltriquitron. Bueno, aí fui às alturas literalmente, sensação maravilhosa de paz, de silêncio, com uma vista inigualável, onde você nota uma cordilheira atrás da outra. A temperatura baixou muito, sentimos frio e pegamos os casacos que não saem de dentro do carro. Descemos só quando estava escurecendo lá pelas 22horas, com uma sensação de liberdade incrível.
Antes de dormir passada na padaria La Nona para um chocolate com sanduíche, pastaflora e milhojas. Para o outro dia pegar a Estrada. Voltaremos El Bolsón!!!!!
DIA 1 - ACORDAMOS ÀS 10h aos pés do Piltriquitron com sol forte, céu azul e temperatura perto dos 30 graus. Mochila nas costas fomos atrás de informações para chegar a El Calafate, tudo fechado. Resolvemos relaxar e curtir o dia. Passamos num Mercado para pegar frutas e numa cervejaria para pegar um litro e rumamos para Puerto Patriada, distante 14km em Estrada de terra do centro de El Bolsón. Praia de pedrinhas, água gelada e muita sombra, assim foi o dia até uma tormenta se aproximar e mostrar a força da natureza – raios, vento e pingos grossos. Uma meia hora depois o tempo abriu e resolvemos pegar a Estrada. No meio do caminho avistamos uma cachoeira e logo depois um cartaz: Cascada Sendero La Catarata, de dificuldade media e com subida de mil metros. La fomos nós suar as cervejas e o cordeiro da noite anterior. No início uma delícia, cada vez que você chegava perto da queda d’água baixavam uns 5 graus, logo depois a trilha é íngreme e quente, pois se afasta da água. Lindo o mirante, com uma deslumbrante vista, dali dei volta com Pablito. Na descida outra tormenta, agora com chuva forte, relâmpagos, mas sem vento, bem diferente da que assistimos no Puerto Padriada. Ensopados dos pés à cabeça fomos para casinha tomar uma ducha e jantar no centro, pois já eram quase 21horas, aqui anoitece lá pelas 10horas e amanhece às 5h e pouco. Son días largos.
sábado, 1 de janeiro de 2011
Diário de Viagem - Ruta 40 - Argentina

DIA 31
QUASE UMA HORA de lancha e rodeada por uma intocável natureza chegamos a mais uma fronteira: a foz do Rio Azul, no Lago Puelo, divisor de águas entre os territórios chileno e argentino. Com uma superfície de quase 28 mil hectares, o Parque Nacional Lago Puelo está desde 1971 independente do Parque Nacional Los Alerces, criado em 1937. Ali estão espécies únicas da floresta Valdiviana, efeitos glaciares causados nas rochas, o Rio Puelo, que desemboca no Oceano Pacífico, trutas, salmões e cervos, além do Cerro Chato, Cerro Cuevas e muito mais.
Quando chegamos o lago estava um espelho. O desejo era mergulhar na água cristalina de 17 graus na superfície. Escolhemos o Aventuras Lacustres de uns guris porque era o único com cartão de crédito, mas ele não funcionou. Ainda bem que existe o logo aceito e valoroso Real, com Pablito fazendo o câmbio. Na ótima companhia dos guris da Aventuras Lacustres - Max e Damián - e mais dois casais de Neuquén fomos abraçados pela natureza por um tempo que eu não consegui precisar.
Se molhar na Cascada Escondida que desce do nevado Cerro Cuevas, boiar e mergulhar na água azul turquesa do Lago e fazer piquenique foram ótimas e únicas sensações. Para encerrar, cordeiro nas brasas, cerveja El Bolsón na geladeira, vinho Pedra Parada no cálice e a tranquilidade e a rusticidade da Patagônia.
O último dia do ano foi de sombra, água fresca, namoro, natureza e muito prazer. Que venha 2011!