Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A irreverência musical de Kevin Johansen e The Nada

Com uma voz inconfundível, Kevin Johansen traz na alma todos os ritmos latinos envoltos em sonoridades modernas mescladas em composições, com uma decidida e delicada dose de humor. Este argentino-americano, que canta em espanhol e inglês, passeia por cumbia, milonga, salsa, bossa-nova, entre outros ritmos, com muita atitude e talento. Acompanhado da banda The Nada, composta por sete músicos, Kevin subiu ao palco do acolhedor teatro do CIEE, em Porto Alegre, e mostrou porque seu grupo se transformou no mais importante representante argentino no circuito internacional de música alternativa.
Kevin é um cosmopolita e transpira isso em seu show. Nascido no Alaska, filho de mãe argentina com pai americano, passou a adolescência e juventude entre Montevidéu e Buenos Aires. Depois viveu por dez anos em Nova York e há dez retornou à Argentina. O resultado? A utilização em suas canções do ritmo 2/4 da milonga e do tango e hoje um dos prediletos dos djs norte-americanos.
Nas mais de duas horas de show, as múltiplas sonoridades ecoavam da bateria de Zurdo Roizner (músico que acompanhou o poeta Vinicius de Moraes em suas turnês pela Argentina nos anos 1970); do baixo e da voz de Juan Alvarez, da flauta e do sax de Andrés Reboratti e de Nicolas Said; das guitarras elétricas de Sebastián Massolo e de Kevin; do violão, do charango e do cavaquinho de Maxi Padín e da criativa percussão de Lucas "Oveja" Espina.
Das 24 músicas executadas destaque para a McGuevara´s o CheDonald´s, onde com bom humor o compositor se pergunta o que o Che pensaria de todo o
merchandising em cima de sua imagem. Cumbiera Intelectual é uma história divertida sobre um encontro com uma intelectual num baile de cumbia, ritmo da classe popular rioplatense até o final dos anos 1990, e que se transformou numa música de sucesso no início do Século 21. As mais conhecidas Sur o no Sur, Guacamole e Desde que te perdi, já em versão em português, foram acompanhadas pela platéia que lotou o teatro. As músicas do último disco foram apresentadas com animações e desenhos de Liniers projetados numa tela ao fundo do palco.
Em sua quinta edição, o Festival de Inverno de Porto Alegre se firma como um dos mais importantes do País, onde se encontram músicos latino-americanos e portoalegrenses. No show de Kevin, por exemplo, a participação foi da gaúcha Adriana Defentti na canção infantil La hamaca, dedicada a sua filha.
Passaram pelo palco do Festival o internacional Jorge Drexler (24 e 25 de julho), a cantora e atriz Soledad Villamil (26), Kevin Johansen (27) e Dolores Solá (28), todos a um preço pra lá de camarada: entre R$ 20 e 30. Acreditem!!!
De 28 a 1º de agosto as apresentações são gratuitas no Teatro de Câmara e a R$ 10 no Teatro Renascença. Entre os músicos portoalegrenses estão Gelson Oliveira, Quartchêto, Juliano Barreto e Volantes.
Foto Pablo Corti.
Para escutar as músicas e saber mais sobre Kevin clique em
http://www.kevinjohansen.com. Para informações sobre o festival http://www2.portoalegre.rs.gov.br/festinverno/default.php



quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pinguins e muito frio

















Na areia entre o Pântano do Sul e os Açores pinguins mortos, muitas águas-vivas e nada de peixe. Final da tarde rosado de frio na Armação.
































terça-feira, 13 de julho de 2010

No balanço, sem ranço


Gostei do que vi e ouvi na sexta à noite no TAC (Teatro Álvaro de Carvalho), em Florianópolis. O quarteto da banda Sociedade Soul está pronto para decolar rumo ao Sudeste e mostrar seu delicioso balanço. Talento e profissionalismo os meninos têm. Além disso, seus passaportes já estão carimbados por ninguém menos do que Gerson King Combo, um dos mais virtuosos do funk/soul brasileiro, e que fez uma participação pra lá de especial no lançamento do CD. Ainda em ótima forma, mesmo com 70 e picos de anos, Gerson King Combo prometeu voltar logo à Ilha pra colocar o povo a dançar e confessou que pela primeira vez se apresentou sem a sua banda. “Esses meninos têm raça”.
Gustavo Barreto (vocal e guitarra), André FM (bateria), Nego Aurélio (baixo) e Diego Carqueja (teclados) trazem no sangue boas composições aliadas ao balanço negro do funk e do soul. Acompanhados de um talentoso naipe de metais, indispensável nesse tipo de música, o Sociedade Soul mostrou que bebe no mesmo copo de Tim Maia, Cassiano, Sandra de Sá e, claro, de Gerson King Gongo. O show, de quase duas horas, contou ainda com a exibição de Jardim das Delícias, animação produzida pelo estúdio Cafundó e selecionada para o Anima Mundi 2010. Com um resultado impecável, o clipe mostra cada um dos quatro integrantes em seu mundo imaginário e animado.
Adorei curtir essa nova geração da Ilha que desponta com atitude e originalidade.
Gracias Galleta, valeu a dica e o corretor.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Arriba Celeste!!!!


Perder de virada para a Holanda doeu. Não amarelamos, mas tivemos uma diarréia de suco de laranja no segundo tempo. Agora me resta torcer pela Celeste del diablo rubio Forlán e do loco Abreu. Arriba Celeste!!!!!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Desconectei!

Panelas ao fogo, por Duda Hamilton
O olho da natureza, por Duda Hamilton
Meio de transporte, por Pablo Corti


Tons de inverno, por Pablo Corti



  • De sábado até segunda ao meio-dia, totalmente desconectada e bem acompanhada. Sem celular, sem internet, sem telefone e, claro, sem pressa nenhuma pra nada. Só na observação da natureza.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Uruguay: chiquitito, pero complicador



O Uruguai mostrou-se mais uma vez ser uma nação pequena, mas ao mesmo tempo destruidora de sonhos futebolísticos. Quando era conhecido como a Suíça da América do Sul, em 1950, a seleção celeste calou o Maracanã. 60 anos depois, o Uruguai, bem representado por el diablo rubio Forlan, emudeceu as vuvuzelas da torcida verde-amarela da África do Sul.
Apesar de ter acompanhado só os 15 minutos do segundo tempo, gostei do que vi. Já que nasci na fronteira, sempre foi minha segunda seleção. E vai virar a primeira se os brasileiros seguirem apáticos, murchos, sem alegria, sem dribles e sem jogadas sensacionais. Não entendo muito, mas a seleção está como o Dunga: pesada, fechada, mal
humorada e, principalmente, sem jinga.


Foto Duda Hamilton, Sant´Ana do Livramento/Rivera abril 2010.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Você é natural de que lugar?

Descobri lendo um release no www. da Prefeitura de Florianópolis que agora posso ser naturalizada manezinha, não tem? Isso porque o arquiteto uruguaio Henrique Hugo Brena, que ficou em segundo lugar no concurso do Largo do Mercado Público, de acordo com o site se naturalizou gaúcho. Tem de avisar ali na redação do Dário que você pode se naturalizar argentino, francês, norte-americano e até brasileiro, mas gaúcho, paulista, baiano...essa eu não sabia.
No mesmo texto ainda uma outra informação que foi repetida pelo Diário Catarinense: A previsão para conclusão das obras está prevista para o final do ano.
Alguma outra previsão?
EM TEMPO: Será que os comerciantes dos boxes do Mercado Público não vão embargar a obra do Largo, já que o arquiteto vencedor além de uruguaio está radicado em São Paulo. Ou seria naturalizado paulista?
Confira o release em http://portal.pmf.sc.gov.br/noticias/index.php?pagina=notpagina&noti=1831
A foto do projeto vencedor é de Martnho Ghizzo e foi retirada da página da Prefeitura Municipal

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Acordes dissipam o pensamento na ressaca





















Para curar o porre com a ressaca do mar e o foguetório para os políticos na Armação, só mesmo Oscar Castro Neves. Com sua inigualável pegada de bossa nova, o mestre, maestro e produtor musical é incapaz de criar sequer um segundo de tédio em Live At Tokyo Blue Note, álbum lançado em agosto de 2009. Seu feliz e limpo violão é a linha guia para as percussões de Airto Moreira e Marco Bosco, para o piano de Paulo Calasans, para a sempre afinada voz de Leila Pinheiro e para o baixo elétrico de Marcelo Mariano.
Gravado ao vivo, o álbum traz músicas de Tom Jobim, Roberto Menescal, Baden Powell e Edu Lobo, entre outros. São 14 canções entre elas, Ponteio, Ela é Carioca, Canto de Osanha e My Sweetie Pie Sweet. Nesta última, está toda a verve brasileiro/jazzistica de Oscar que é, indiscutivelmente, única.
Em Manhã de Carnaval, a voz de Leila, acompanhada de uma perfeita percussão, me levou a compreender melhor o motivo que levou Oscar a ficar nos Estados Unidos por todos esses anos. Sim, porque ele foi naquela leva de músicos da década de 1960, ao lado de Tom, João Gilberto, João Donato, Luis Henrique Rosa, Raul de Souza, Walter Wanderley, Sérgio Mendes e tantos outros gênios.
O violonista, que antes tocou cavaquinho, fixou residência em Los Angeles onde colocou a marca de seu alegre violão em inúmeras produções musicais de nomes sagrados, como Elis Regina, Flora Purim, Yo-Yo Ma, Stevie Wonder, Toots Thielemans, Ella Fitzgerald, João Gilberto, Eliana Elias e, mais recentemente, nos discos da talentosa japonesa Lisa Ono.
Outra ótima surpresa do CD registrado na meca da bossa, ou seja, no Japão, é a linda Chora Tua Tristeza, sua primeira canção gravada quando tinha apenas 16 anos. De família de músicos e um dos trigêmeos, Oscar tem na sua trajetória profissional uma concepção harmônica requintada. É capaz de gerar uma alegria rítmica contagiante e no disco ela pode ser absorvida em Águas de Março. Nada melhor do que esta canção para jogar pra longe o pesadelo da ressaca das águas de maio. Pra esse eu jogo uma caixa de foguetes!!!

sábado, 15 de maio de 2010

Um João e três talentos


No show que fez sexta, dia 14, em Florianópolis, João Bosco, mostrou que, apesar de suas canções de sucesso como Papel Marche e Corsário, não é artista de uma nota só. Ele derramou no palco sua brasilidade, experiência e sabedoria ao juntar, com seu inconfundível violão e com a ainda afinada e modulada voz, três músicos entre os melhores do Brasil em seus instrumentos – Ricardo Silveira (violão-guitarra), João Batista (baixo) e Kiko Freitas (bateria). Foi um encontro de talentos musicais, com um desempenho equilibrado, que mostra o baterista em sua melhor forma, com sons que só saem do seu instrumento.
No show, que leva o mesmo nome do último disco, Não vou pro céu, mas já não vivo no chão, destaque para velhas e novas canções que ganharam arranjos “bossanovistas”. Mas só João Bosco, em parceria com Nei Lopes, poderia fazer Jimbo no Jazz, uma homenagem ao trombonista Jimbo, irmão do Nei Lopes, que dizia fazer jazz no jongo. Este foi o ponto alto da noite, que me levou pro céu. No disco, a música é executada só com voz e violão, e no show ganhou corpo com o baixo inconfundível de João Batista, que por muitos anos, apesar de gaúcho, acompanhou os mineiros, principalmente Milton Nascimento. Ricardo Silveira, produtor musical do disco e do show, é velho conhecido, sempre ao lado dos melhores artistas brasileiros, entre eles Elis Regina, Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Milton Nascimento.
Foram lembrados também os músicos brasileiros Gilberto Gil e João Donato, com a sempre atual A Paz; Dorival Caymmi e os mineiros Milton Nascimento e Lô Borges, com Trem Azul. A bossa nova foi reverenciada com a canção Lígia, de Tom Jobim. Músicas deste disco, como Pinturas, que cita Garopaba; Tanajura e Perfeição são o indício de que João bebeu na bossa, mas é, acima de tudo, um músico que traz no sangue sua descendência afro, como Baden Powell.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A sétima arte no divã


Para quem gosta de cinema e psicanálise, um ótimo programa em Floripa de sexta a domingo - 14 a 16 de maio – é o 1º Festival Psicanálise vai ao Cinema, com quatro filmes exibidos no Corporate Park, na SC-401, número 8.600, caminho das praias do Norte da Ilha de Santa Catarina. A organizadora Soraya Valerim, da Seção SC da Escola Brasileira de Psicanálise, explica que a meta é conversar a partir do que os filmes dizem sobre a subjetividade atual. Para isso convidou jornalistas, psicanalistas e professores que vão analisar os filmes. Sem dúvida, uma ótima oportunidade para pensar, discutir e se expor.


sexta-feira, 14 de maio
19h30 – A Onda (107 minutos), de Denis Gansel. A produção alemã de 2008 conta a história de um professor que propõe uma experiência que explica na prática os mecanismos do fascismo. Os alunos começam, então, a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. O professor ainda tenta interromper a experiência, mas descobre ser tarde demais. Após a sessão, os comentários contam com a participação do crítico de cinema e jornalista, José Geraldo Couto, e da psicanalista Soraya Valerim.

sábado, 15 de maio
14 horas - A Banda (87 minutos), de Eran Kolirin, com produção de Israel, França e Estados Unidos em 2007. Conta a saga de um pequeno conjunto musical egípcio que chega a Israel para uma apresentação, mas por causa da burocracia, falta de sorte e outros imprevistos, são esquecidos no aeroporto. A banda tenta se deslocar por conta própria, mas vai parar numa pequena e quase esquecida cidade israelense, em algum lugar no coração do deserto. Os comentários são da psicanalista Cínthia Busato e do professor Fábio Lopes, da UFSC. Na mesa redonda, com o tema sublimação os psicanalistas Louise Lullier e Romildo Rêgo Barros.

19h30 - Maus Hábitos (103 minutos), do mexicano Simón Bross. É a história de uma jovem freira que inicia um jejum místico; uma mulher linda e magra que tem vergonha do peso de sua filha; e um pai que redescobre o amor nos braços de uma estudante gordinha. Os personagens têm suas vidas unidas não somente pelos laços familiares, mas, principalmente, pela sua relação com a comida. Os comentários são de Romildo Rego Barros e o professor Fernando Vugman, da Unisul.


domingo, 16 de junho
17 horas - Se Nada Mais Der Certo (120 minutos, 2009), de José Eduardo Belmonte.
O filme brasileiro conta a jornada de um jornalista desempregado; uma mulher depressiva cujo filho é criado pela empregada; um taxista que acredita precisar de um psiquiatra; e uma mulher que se veste como homem. Aos poucos surge entre eles um forte laço, aumentado ainda mais quando decidem aplicar um golpe. Participação do ator Cauã Reymond.

Quanto: R$50 para profissionais e R$35 para estudantes (todos os dias do Festival), com vagas limitadas.

Mais informações em http://www.ebpsc.com.br/ ou pelo fone (48) 3222.2962.