ACORDAMOS BEM cedinho para tomar um mate e passear por Esquel. Nos despedimos da simpática Jaqueline, do Esquel Apart, onde ficamos por dois dias, e fomos até a estação de ski La Hoya. Céu límpido e temperatura agradável, mas na medida que íamos subindo o termômetro baixava. Sem palavras para descrever a sensação de estar lá em cima, de ver a cidade em miniatura, além dos cerros cônicos que separam o Chile da Argentina. Acredito que as fotos vão dar a real dimensão da beleza de La Hoya, paraíso dos esquiadores. Ficar lá em cima bem quieta foi uma delícia, uma sensação de paz, de harmonia, de total comunhão com todos os meus sentidos. Ufa!!
Na descida uma ótima surpresa. Pablito enxergou um guanaco pastando na mata nativa. Troquei a lente da máquina e saí a caça do animal. Na medida que baixamos a vegetação foi trocando, dando lugar às lindas carditas e um tipo de minimargarida
Extasiados com tanta beleza voltamos para almoçar em Esquel, lá pelas 14h. A indicação era o Tour D’Argent, na San Martín. Pablito elegeu raviolones de cordeiro e eu truta da casa. Uauuuu uma delícia ou como se diz por aqui “esquisito”.
Depois saímos a caminhar pelo centro de Esquel e conversar com algumas pessoas. Curiosidade: tudo fecha às 13h e volta a abrir às 16h30. Chamou minha atenção uma frase no alto do morro: No a la mina. Logo depois uma placa em uma esquina desvendava o mistério: homenaje a la gloriosa lucha del pueblo de Esquel al cumplirse 1 año de la consulta popular del 23 de marzo del 2003 en la que triunfó el No a la Mina. Na cidade e na região existem muitas minas de ouro a serem exploradas, mas a população se mobilizou e disse não. A batalha, segundo me descreveram, não está totalmente ganha, pois neste ano tem eleições e a lei poderá ser modificada.
Atrás de outras aventuras, principalmente rafting, fomos conversar com o Daniel, um dos guris do EPA, uma agência de turismo de aventura, para combinar um passeio no município de Corcovado. A ideia é passar para o Chile e dar um volta por lá, mas curta, porque nesta região todas as estradas são de terra.
No final da tarde, lá pelas 18h30, nos dirigimos para Trevilin, onde tínhamos reservado uma cabana. Mas para nossa surpresa, a cabana estava alugada e o cara com a maior cara de pau disse que nos esperava até as 19h, eram 19h10. Tentou nos mostrar outra, muito inferior e com o mesmo preço. Mais uma aprontada dos homens argentinos – primeiro foi o gordito do Parque, depois o careca de Trevilin, e agora o rastafari de Trevelin. 10 a zero para as mulheres, que até agora não aprontaram nenhuma.
Sem muito estresse nos dirigimos à oficina de turismo, onde fomos muito bem atendidos e registraram nossa queixa. As meninas entraram em contato com vários donos de cabanas, nos dando três sugestões. Gostamos de uma chamada “La Estancia” – bem simples, pequena e muito aconchegante, com piscina e com o atendimento da simpática Sophia. Até tentamos um mergulho, mas o ar gelado nos impediu. Depois de instalados nos emprestaram duas bicicletas e fomos pedalando até o centro de Trevelin comprar numa rotiseria “milanesas con papas fritas” para a janta, outra delícia gastronômica. No quarto, no qual Pablito tem de andar com a cabeça baixa para não bater no teto, até tentamos assistir um DVD, mas o cansaço foi maior e caímos no sono.
3 comentários:
Amei a história do "no a la mina", fico na torcida que futuramente seja uma causa ganha, está sendo uma delícia viajar com vcs...besos!
Adorei a visão ambiental expressa nos cartazes. Uma gracinha o guanaco. Nunca vi um bichinho desses. Teu relato é muito agradável, nos prende ao texto.
Que a viagem de vocês continue sem nuvens.
Um abraço,
Maria Regina
Oi Duda, bela viagem e relatos preciosos. As fotos nem se fala.
Um abraço,
Maria Regina
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