Frases

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa

terça-feira, 4 de junho de 2013

Dia do Meio Ambiente


CHICO DO HORTO, UMA VIDA DEDICADA AO VERDE

                                                                                                                                 foto Pablo Corti

Bem disposto e metódico, Francisco Ovande Miranda, 61 anos, mais conhecido como Chico do Horto, há 27 anos dedica-se totalmente ao meio ambiente. Foi ele quem implantou o Horto Botânico de Itá, em 1986, quando a cidade era ainda um projeto no papel. Funcionário na época da Eletrosul, esse homem de estatura baixa, voz firme e simpático, chegou ao Oeste de Santa Catarina, às margens do Rio Uruguai, com a missão de fazer o paisagismo da nova cidade.

E fez muito mais! Espalhou o verde na região, pois foram mais de 2 milhões de mudas plantadas, 111 espécies cadastradas e quase 50 mil pessoas recebidas nos 2,5 hectares do Horto Botânico da Usina Hidrelétrica Itá, administrado pelo Consórcio Itá – Tractebel Energia, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e Itambé.

Centro da cidade de Itá, um túnel verde. foto Pablo Corti
Além das frondosas árvores, que formam túneis verdes na avenida principal da cidade catarinense, Chico mostra desde o mirante do alto do Morro do Caracol o reservatório da Usina e o centro do município, ambos bem arborizados. Ele conta que foi um desafio fazer o trabalho, inédito na época, pois a antiga cidade seria atingida pelo lago do reservatório da Usina Hidrelétrica Itá e uma nova cidade surgiria em outro ponto, toda planejada e urbanizada.

Num primeiro momento, conta Chico, o horto tinha como função produzir árvores para plantar na cidade. Depois, o local passou a produzir mudas para recuperar áreas degradadas e a partir de 1999 teve início o plantio de mudas para a formação da faixa ciliar de todo o reservatório. “Hoje, temos uma produção de 100 mil mudas por ano, todas geradas a partir de 1.100 árvores matrizes selecionadas”, conta Chico, acrescentando que algumas delas estão em lugar de difícil acesso, só chegando de barco.

Sementes de Imbuia, foto Pablo Corti
De volta ao horto, depois de um tour pelo centro, Chico convida para fazer a Trilha do Serelepe. Em passos rápidos e conversas longas, ele caminha indicando raridades da floresta do Alto Rio Uruguai e enumera as árvores ameaçadas de extinção, como a Imbuia (Ocotea Porosa), Grapia (Apuléia Leiocarpa), Araucária (Araucária Angustifolia) e Cedro (Cedrela Fissilis). “A Imbuia, junto com a Araucária e Jequetiba são árvores que podem chegar até 2 mil anos, são espécies que vivem por muito tempo, por isso são preciosas”, ensina.

No horto, 99%, das mudas são de árvores nativas da floresta do Alto Uruguai e lá estão mais de 100 espécies. A árvore símbolo do horto é a Curticeira da Serra (Erytrina Falcata), de difícil reprodução, porque a semente deve ser plantada ainda verde e retirada do pé. “Este exemplar aqui, plantado na entrada do horto, tem apenas cinco anos”, festeja. Chico pede licença na conversa, mas logo volta com as mãos repletas de sementes de Imbuia. “Isso aqui comparo com pérolas negras”.

ROTINA E CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Aposentado desde 1998 pela Eletrosul, Chico parece um jovem em início de carreira. Ele trabalha atualmente na LIS Ambiental, contratada pelo Consórcio Itá, para cuidar do horto. Sua rotina de trabalho inicia às 7h e termina por volta das 17h. “Chego no horto e a primeira tarefa com a equipe de três pessoas é o Diálogo sobre Meio Ambiente e Segurança no Trabalho. Depois disso, defino a prioridade do dia de cada um”. Algumas ações, explica Chico, como a repicagem de mudas, só podem ser feitas bem cedo. “É nesse momento que transplantamos as mudas dos canteiros para os sacos plásticos. Às vezes chegamos a fazer 200 transplantes, tudo antes das 9h”, ressalta. Entre as outras rotinas estão a irrigação, a limpeza das mudas com a retirada de inços, a coleta de sementes e a manutenção das trilhas e dos bosques. 

Parte do horto florestal e a equipe de Chico, foto Pablo Corti

“Aqui é meu recanto, é um prazer fazer qualquer atividade com essa dedicada equipe”, diz olhando para o alto. Nesses mais de 20 anos dedicados ao horto, Chico, que é casado e possui dois filhos e dois netos, viveu muitas alegrias e tristezas aqui. “Se colocar na balança tenho mais coisas boas do que ruins para lembrar”. 
Seu momento mais difícil foi no final de 1998 e início de 1999 quando o horto quase foi parar nas mãos da Escola Técnica de Concórdia. “O que nos salvou foi um movimento da comunidade de Itá. Professores e alunos se mobilizaram e aqui ficou o horto, para a sorte de todos nós”, recorda ele.

Mas o momento de maior prazer, segundo Chico, foi ver o paisagismo da cidade, os túneis verdes, as árvores pequenas que hoje estão enormes e proporcionam a sombra fresca no verão quente. Um de seus maiores desafios foi a implantação da faixa ciliar do reservatório. “Produzimos mudas e em muitos momentos acompanhei a plantação”, conta.

EDUCAÇÃO
Outro prazer do trabalho de Chico é receber as crianças no horto, num projeto desenvolvido em conjunto com o CDA (Centro de Divulgação Ambiental). “As crianças são curiosas e gostam de saber qual a árvore mais rara, como faço para colher sementes, quais os animais que aparecem no horto. É muito gratificante, pois é educar ambientalmente”, diz sorrindo.
Noções de educação ambiental. foto arquivo pessoal


Nesse período, Chico assistiu a modificação do comportamento das pessoas em relação ao meio ambiente. “No início elas chegavam aqui e pediam mudas de eucalipto e pinus para reflorestamento. Com calma, explicava que o objetivo era ter espécies nativas e que estas duas não eram da floresta do Alto Uruguai. Hoje, os que nos visitam querem levar as mudas ameaçadas de extinção, pedem dicas para cuidar e são mais conscientes”, observa Chico no final do expediente de um dia quente e de muito aprendizado.
Fotos Pablo Corti






** Esse texto  está na Revista Boas Novas, da Tractebel Energia



domingo, 12 de maio de 2013





 A vitalidade do blues man Linsey

foto Pablo Corti





Talento, simpatia, humor, simplicidade e uma voz exuberante, assim é Linsey Alexander no palco e fora dele. Acompanhado de uma banda com oito músicos, o blues man de Chicago do alto dos seus 70 e poucos anos fez o público, que lotou o CIC (Centro Integrado de Cultura), bater palmas, ficar em pé, dançar, participar e tirar muitas fotos. Sim, porque nas duas horas de show ele desceu do palco duas vezes para cantar e dançar bem juntinho da plateia.


Foi um espetáculo para os amantes do blues, do improviso e dos solos de guitarra. Na abertura, o show de Cristiano Ferreira & Trio, uma referência no estilo musical no Sul do Brasil, e elogiado diversas vezes por Linsey. Um dos pontos altos da apresentação? Foram vários, entre eles o duelo de guitarras entre Cristiano e Linsey, a gaita de boca de Carlos May e o teclado de Alexandre Green, que fez a diferença. 
foto Bia Boleman
Depois, uma ótima surpresa: Bruna Goes. Com apenas 20 anos, ela soltou o incrível timbre em duas canções e voltou ao palco para cantar ao lado de Linsey, mostrando que também é adepta do improviso.


A banda que acompanha Linsey é 100% brasileira, composta por Carlos May (harmônica), Nani Lobo (baixo), Alexandre Green (teclado), Cristiano Ferreira (guitarra), Hans (sax), Martín Bustigorne (bateria), Fabio Mello (sax), Jean Carlos (trompete) e Carlos Schmidt (trombone).



Nani Lobo (baixo), Linsey e Alexandre Green (teclado), foto Pab


O blues man cantou as músicas de seu ultimo disco Been there done that, entre elas If You Ain’t Got It, My Days Are So Long, Raffle ticket, Bad man e Going to rain, e também sucessos de B.B. King, Buddy Guy e Chuck Berry, como as canções Sweet Home Chicago e Hoochie Coochie Man.


foto Bia Boleman 


Se depender do público, vem aí a segunda edição do Festival Chicago Connection, que deve se transformar numa referência do blues no Brasil e também como uma troca de experiência entre músicos daqui e de lá. Com sua alegria, seus anéis e pulseiras e as botas que usa em todos os seus shows, Linsey parte para o restante da turnê no Brasil que inclui São Paulo (14 de maio), Caxias do Sul (15), Porto Alegre (16), Santa Maria (17) e Lages (18). 
                                                 por Duda Hamilton

foto Pablo Corti
  

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Costurando parcerias



 foto Milton Carelo


COM A PROPOSTA de entoar, soltar cortar e costurar reunindo afetos musicais, a dupla Tatiana Cobbett e Marcoliva coloca para tocar seu quarto álbum, com dez canções, sendo nove autorais, e participação de onze instrumentistas.
Diferente dos anteriores, o CD Corte e Costura é intimista, reunindo duas vozes e sete instrumentos de cordas - violões de nylon e aço, guitarra, contrabaixo, cuatro venezuelano, kora e violino. Mas o alinhavo é o mesmo: fortes parcerias para um crescimento coletivo, marca do segundo e do terceiro álbuns – Bendita Companhia e Sonora Parceria Musica Súbita, respectivamente.

Tatiana e Marcoliva  chamaram velhos parceiros como Guinha Ramires, Rafael Calegari, Leandro Fortes e Joubert Moraes e amarraram com instrumentistas talentosos como Carlinhos Antunes, Alegre Correa e Felipe Coelho. A nova turma - Pedro Loch, Gabriel Vieira, Mateus Mira e Rafael Meksenas  - entrou com as agulhas e costurou rápido o álbum, que é nitidamente um cd de compositores, instrumentistas e arranjadores. Todos os arranjos, ressalta Tatiana Cobbett, foram coletivos, e a maioria das faixas passou pelo processo de improvisação.
Carlinhos Antunes, foto Bia Boleman


A abertura é Contrato de Risco, composição da dupla, e que dá logo o recado intimista. Depois vem Corte e Costura, de Tatiana e Leandro Fortes, que deveria ser a abertura ou fechamento do álbum, já que cita os parceiros que os acompanham na longa estrada e também nesse trabalho.
Um dos pontos altos é a composição Humanos Erros mesclando letra densa com arranjo formidável e ainda a pitada, no tom certo, das vozes de Tatiana e Marcoliva. Como diz num dos versos Ninguém de Perto é Normal!!! Na faixa seguinte, ao som do violino de Gabriel Vieira, Tatiana canta Isso ou Aquilo, composição dela com a nova guarda - Pedro Loch e Mateus Mira.
 Como vi nascer, no centro de São Paulo, num agosto sem desgosto e em bendita companhia, a quinta canção  é uma das minhas prediletas. Gira Não me Tira, de Calegari e Tatiana, é uma conversa animada de cordas e vozes, com uma batida única, e o talento musical de Carlinhos Antunes.

                                                      foto Pablo Corti 
A turma da Musica Súbita entrou com Fado, Marcoliva, Tatiana, Rafael Galegari, Gabriel Vieira e Pedro Loch. Mas nessa dupla de alma cigana, o flamenco não poderia faltar e ele está na canção Nu, de Marcoliva, que conta com o violão do instrumentista Felipe Coelho.
Quando estava sentido falta, ele chega como o samba forte dos amigos, na canção Samba Canhoto, uma das melhores do disco, com a harmonia assinada pelo violão canhoto de Pedro Loch.  Única faixa que não conta com Tatiana e Marcoliva na composição é Atalaia, do amigo, compositor e velho parceiro, Joubert Moraes, de Aracaju. Nesta música, Tatiana e Marcoliva soltam seu lado intérprete e entram no universo do poeta...Foi uma estrela que caiu do Céu/ Foi uma onda que tombou no mar...
Para fechar o quarto álbum, Tatiana pegou o costureiro e entrou na oca com o velho índio Guinha Ramires na composição Tempo, com versos como O tempo é o dom de passar/ e querer o agora é pertinente/ a alma vive o que sente sendo assim porque lastimar...Somos peregrinos e o tempo é o dom de passar.
Alegre Correa, Tatiana, Marcoliva e Leandro Fortes, foto Pablo Corti

A prensagem e o lançamento do disco contou com o apoio do seu público por meio da plataforma virtual de financiamento coletivo catarse.me.  A temporada de lançamento do Corte e Costura em Floripa ocorre em maio, de 3 a 5, no Teatro do SESC, às 20 horas, no centro da capital catarinense, gratuito. Se ouvir o disco é bom, ver toda essa turma no palco é melhor ainda.
Está “feitoooo!” o quarto CD. No horizonte, novos projetos, sempre apostando que arte é juntar pessoas como forma de expressão e troca de experiências. Assim é a arte sonora de Tatiana Cobbett e Marcoliva.

Para ouvir e ver clique abaixo
http://www.youtube.com/embed/23n0ibBh3Qk

quinta-feira, 7 de março de 2013

É preciso saber viver


                                                                                                                                     Fotos Pablo Corti


                             É preciso saber viver

O tremendão Erasmo Carlos ocupou o palco do CIC e cantou seus 50 anos de estrada. Foi do rock’n’rolll aos quartos de motéis, passando pelo meio ambiente, com flores e baleias, sempre acompanhado de um coro feminino, em maioria na platéia que lotou o teatro.
De bem com a vida e mostrando que É preciso saber viver…, Erasmo encantou a platéia em vários momentos e levou ao delírio o sexo nem tão frágil assim que gritou e o chamou de lindo, de gato, mas não de gostoso. O que rendeu uma reclamação do cantor.
 O setentão de calça apertada e surrada e jaqueta de couro convocou o experiente maestro José Lourenço e uma banda de jovens da pesada, duas guitarras, um violão, um baixo e uma bateria – a festa não podia ser outra, foi de arromba, principalmente na parte mais rock’n’rolll. Mas teve também o momento intimista, piano e voz, num popurri cheio de amores e desamores com Detalhes, Olha, Emoções, Proposta, Café da Manhã e muito mais.
 Com ótima luz, bons efeitos visuais e um som que puxou um pouco para o grave, o show teve o mesmo roteiro do DVD 50 anos, sem o baterista original e sem o guitarrista Dadi (Cor do Som). Um ponto me chamou a atenção, mas não chegou a comprometer: o palco montado mais para o fundo separou o tremendão de seu público, por sinal muito fiel.
Ao meu redor vários fãs cantaram, desafinaram, gritaram, dançaram, bateram palmas, tiraram fotos, filmaram, pediram bis e não fizeram, em nenhum momento, cara de mau. Gostei da canção Gatinha Manhosa e dos solos de guitarra de Quero que vá tudo pro Inferno, além de outros antigos sucessos com novos arranjos, o que mostra a versatilidade do músico.
 E como sempre tem um Roberto na beira do caminho de Erasmo, ele cantou a música Cover, com um cover de Roberto atirando rosas para a plateia. No final, mais rock’n’rolll na veia. Para muitas que lá estavam, Erasmo não é o cara, mas um homem pra chamar de seu.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Bons ventos rumo ao futuro


ENTREVISTA Eduardo Angelo

                                                                                                                                                             fotos divulgação Siemens


Líder mundial em energia eólica, a Siemens prevê um futuro promissor para a energia eólica no Brasil. Em entrevista à jornalista Duda Hamilton, o diretor de Energia Eólica, Solar e Hidro da Siemens Energy Brasil, Eduardo Angelo, conta que é a fonte mais competitiva hoje no País, ficando atrás somente das grandes centrais hidrelétricas. E a tendência, segundo ele, é de crescimento. Bons ventos movem o Mercado, que tem um extraordinário potencial de projetos eólicos. Acompanhe abaixo as últimas tendências em tecnologia, os produtos, os equipamentos e os clientes da Siemens. A empresa pretende até final de 2013 fornecer no Brasil 205 aerogeradores.


Desde quando a Siemens está no Mercado de energia renovável no Brasil?
Diretor de Energia Eólica, Solar e Hidro, Eduardo Angelo - Desde 2008, mas a Siemens é uma das empresas pioneiras em energia renovável no Brasil, fornecendo equipamentos e soluções também para as centrais hidrelétricas e biomassa. 

Quais seus principais clientes? E qual o material/produto fornecido?
E.A - Em energias eólicas estão as tradicionais utilities públicas e privadas que atuam no setor elétrico brasileiro, assim como novos entrantes no setor, como as empresas de EPCs (engenharia, fornecimento e construção) e developers. No mercado eólico, fornecemos, transportamos e instalamos aerogeradores completos de 2.3 MW. Também incluímos contratos  de médio e longo prazos de Serviços de Manutenção para nossos aerogeradores.
No mercado de biomassa, além das empresas mencionadas anteriormente, atuamos junto à industria de açúcar e etanol, papel e celulose, madeireiras e de alimentos.

Quais as tecnologias de ponta que existem atualmente para a energia eólica?
E.A - A Siemens é líder mundial em energia eólica offshore e está entre os líderes em aplicações onshore. Desenvolvemos aerogeradores há mais de 30 anos, e contamos com mais de 16 mil MW instalados no mundo. Para tal, a Siemens utiliza do estado da arte em tecnologia de aerogeradores. Temos, em nosso portfólio de produtos duas plataformas de aerogeradores: máquinas com acionamento direto (gearless ou direct drive) e máquinas com acionamento com caixa multiplicadora (geared). Em nossas referências de parques onshore, a tecnologia predominante é a com caixa multiplicadora, com potência de 2.3 MW.
Já temos referências de instalações com máquinas de 3.0 MW- acionamento direto e acabamos de lançar a maior turbina eólica do mundo de 6.0 MW com rotor de 154 metros de diâmetro para aplicação offshore.    

O que mudou no mercado da Siemens do Brasil de 2008 até agora?
E.A - Quando entramos no mercado eólico oferecíamos a máquina 2.3 MW com 93 e 101 metros de rotor. Hoje, oferecemos a 2.3MW com rotor de 108 metros, pois as alturas de torres aumentaram de 80 para 100 metros, dependendo das condições de vento dos parques.  

Para quantos parques eólicos vocês fornecem material atualmente? Quantos projetos em construção para o próximo ano?
E.A - A Siemens irá fornecer 205 aerogeradores até o final de 2013, totalizando mais de 470 MW em contratos de parques eólicos, parte deles já em fase final de construção.
  
Quanto cresceu o Mercado de energia renovável no Brasil nos últimos 10 anos?
E.A - A matriz elétrica brasileira sempre foi predominantemente composta por energias renováveis, contando com mais de 85% de energia gerada a partir de centrais hidrelétricas. Em 2002, o Governo Federal lançou o Proinfa, um programa de incentivo a fontes renováveis cujo objetivo era a diversificação das fontes de energia em nossa matriz elétrica. O Proinfa, ainda que em pequena escala, adicionou PCHs e biomassa. A energia eólica participou timidamente deste programa adicionando apenas 280 MW no sistema elétrico até 2009 . O grande impulso para a introdução da energia eólica no Brasil ocorreu em 2009, quando 2.0 GW foram contratados em um leilão promovido pela ANEEL/EPE específico para esta fonte (LER – Leilão de Energia de Reserva). A partir daí, mais 5 GW de PPAs, ou seja, contratos de compra e venda de energia em eólicas foram adjudicados nos mercados regulado e livre de energia. Fechamos 2012 com a energia eólica participando em quase 2% da matriz elétrica Brasileira.  

Quais as perspectivas do Mercado para os próximos anos?
E.A - Nos últimos três leilões de energia promovidos pela ANEEL/EPE, a energia eólica se mostrou ser a fonte mais competitiva, ficando atrás somente das grandes centrais hidrelétricas. Essa tendência deve ser mantida, pelo menos, nos próximos cinco anos, dado o extraordinário potencial de projetos eólicos já inventariados com excelente qualidade (alto fator de capacidade). Com isso, combinado à alta competitividade dos investimentos dos parques eólicos comparados às plantas a gás, biomassa e PCHs, a eólica continuará sendo a fonte energética de maior crescimento em nossa matriz.
     

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O sertanejo fez pós –graduação

                                                                                                                                        foto divulgação


Show de Chitãozinho & Xororó com Orquestra  Filarmônica Bachiana SESI SP sob a regência do maestro João Carlos Martins mostrou que o sertanejo não é só esse universitário, que anda por aí encantando multidões. Nesse caso, a música ganhou uma riqueza com o erudito e com a força fora do comum do maestro João Carlos. Foi como se o estilo sertanejo tivesse feito pós-graduação e ainda ganho uma nota alta – sertanejo + erudito = boa música.
Presente da Tractebel Energia para seus mais de mil convidados, entre clientes, acionistas e parceiros,  o espetáculo reuniu a voz sem igual de Xororó, a base de Chitãozinho, a diversidade da orquestra e a dedicação do maestro pela música. O resultado? Um Grammy Latino para o Brasil, um público em êxtase e muitas mudanças de opinião, inclusive a minha, que saí do show menos preconceituosa com o sertanejo.
No início, duas músicas regidas pelo maestro deram o tom de como seria emocionante o espetáculo. Logo em seguida, os dois pequenos homens entraram no palco para soltar a grande voz em Rancho Fundo, composta por Ary Barroso.
                                                                           foto divulgação

Mesclando canções brasileiras com sucessos da dupla sertaneja e com um forte tempero clássico, como Franz Schubert, Johann Sebastian Bach e Villa Lobos, o show fez o público levantar várias vezes para aplaudir. Emocionante a execução de Smile, de Charles Chaplin; a participação via telão de Jair Rodrigues com A Majestade, o Sabiá; e Cinema Paradiso. O público, concentrado, cantou e pediu bis com Evidência e Fio de Cabelo, esta última um dos maiores sucessos da dupla sertaneja, que conheci no show: Quando a gente ama qualquer coisa serve para relembrar....um fio de cabelo no meu paletó. 
Uma noite onde a música e a energia geraram grandes emoções!!!


domingo, 18 de novembro de 2012

Santa Música Instrumental


Palco para o show de encerramento do Floripa Instrumental, depois de dois dias de chuva. foto by Duda Hamilton


Em clima de Festival Europeu, foto Duda Hamilton
Com a benção da Nossa Senhora da Lapa e a permissão de São Pedro, depois de dois dias de chuva, o encerramento do Floripa Instrumental foi ao ar livre, como formatado desde sua primeira edição. No último dia, sábado, 17, teve chorinho na praia, com o grupo Ginga do Mané e convidados, depois uma apresentação da Banda da Lapa no salão paroquial, o fechamento com Luiz Meira e banda, e ainda com folego e ouvidos afinados, o público curtiu a última jam sessiom que foi até as 3horas. 
Tudo isso mostra a diversidade oferecida, com shows, oficinas, jam e uma comunhão entre público e músicos, sem estrelismos e listas vips.

Apresentação da Banda da Lapa, a comunidade sempre presente no Floripa Instrumental, foto Pablo Corti

Desenhado para ser um evento ao ar livre, gratuito e direcionado para quem gosta de música instrumental, o Floripa colocou os bancos da Igreja na rua, a música no ar do Ribeirão e contou com a participação de boa parte da comunidade, talvez uma das grandes aliadas, como a patrocinadora Tractebel, maior geradora privada de energia do país.
Jorginho do Trompete, foto Pablo Corti
No palco, na praça ou com a comunidade,
a simpatia de Jorginho, por Pablo Corti
Neste ano, a energia, a simpatia e o virtuosismo de Jorge Alberto de Paula, mais conhecido como Jorginho do Trompete, foi o destaque do encontro. Seja nas jams, nas oficinas, nas participações especiais, solando clássicos de MPB, jazz e improvisos, Jorginho é um músico criativo e completo, mostrando isso na participação especial com Luiz Meira, com quem nunca tinha dividido o palco, e no relacionamento com a comunidade, oferecendo sempre seu sorriso e talento.

Público em harmonia com a música instrumental,
foto Pablo Corti




                             Manezinho da Ilha, com a vó materna nativa do Ribeirão, Meirinha voltou ao início de sua carreira como músico instrumental de ótima pegada na guitarra e repertório diversificado. 


Desta vez Meira não colocou as pessoas para dançar, como está acostumado nos bares e shows feitos na Ilha, mas fez o público olhar para a Igreja e agradecer por momentos tão emocionantes, simples e de total comunhão.

Luiz Meira e banda e as bençãos de Nossa Senhora da Lapa, foto Pablo Corti











A Ilha, que nos últimos dias deixou de ser da magia pela violência, por alguns dias foi mágica no Ribeirão da Ilha, num cenário perfeito e em clima de festival de música europeu, como bem definiu uma portuguesa que lá estava com a família. Que assim seja!!!